Um olhar sobre Jane Austen e suas heroínas

Um olhar sobre Jane Austen e suas heroínas

“É provável que se tudo fosse como Miss. Cassandra Austen queria, nada teríamos de Jane Austen, exceto seus romances” – Virginia Woolf

Assim começa Virginia Woolf em um de seus ensaios sobre uma das maiores escritoras inglesas, mostrando que apenas temos um vislumbre do que foi Jane Austen.

Cassandra, sua irmã e também sua confidente, levou para o túmulo qualquer segredo que as duas tenham compartilhado; cartas ou qualquer papel que colocaria mulher e não escritora em foco foi destruído. É provável que muitos temiam a sua língua afiada e seu olhar aguçado. Sabemos, por alguns boatos, que não era considerada “bonita”. Com alguma surpresa, descobrimos que já se apaixonou, mas por motivos financeiros ela e o cavalheiro foram afastados.

images
Retrato de Jane Austen, feito por sua irmã Cassandra

Desde pequena ela já tinha a escrita como sua aliada. É também conhecido que seus romances eram publicados anonimamente, por isso só no fim de sua vida as pessoas estavam descobrindo que a filha de um reverendo do interior era a escritora por trás de grandes romances como “Razão e Sensibilidade” e “Orgulho e Preconceito”.

Pouco sabemos da mulher, mas da escritora podemos dizer que era dona de uma escrita refinada, irônica e que a sagacidade com a qual perscrutava a natureza humana nos diverte até hoje.

Ela escrevia romances onde suas heroínas vão à chás, bailes e casar é uma ideia sugestiva. Mas quem se promete a fazer uma leitura mais atenta, percebe que na trivialidade se esconde a grandeza da escrita dessa escritora inglesa.

Em seus seis romances é retratado um ambiente do interior da Inglaterra, com foco em suas heroínas, que são inteligentes, irônicas, mas não são perfeitas. Não existe linearidade em seus sentimentos; elas falham em seus julgamentos e são mulheres de opinião forte. É impossível não lembrar de Mrs. Bennet sempre procurando um marido para as filhas, não lembrar de Miss. Lucas casando com um tolo como Mr. Collins para ter alguma estabilidade na vida.

Em uma época em que uma mulher não podia garantir seu próprio sustento, Jane Austen criou heroínas como Lizzy Bennet, que se recusa a casar por estabilidade na vida. Ela é inteligente, perspicaz, é cheia de vida, mas não é perfeita e é assim que Lizzy encanta muitos leitores até hoje.

Os romances de Jane Austen já foram adaptados para várias mídias, como o filme “Orgulho e Preconceito’, do diretor Joe Wright, que conquistou o coração do público. Mas a versão mais fiel desse clássico de Jane Austen foi feita pela maravilhosa BBC, que já adaptou outros romances da autora. 

pride-and-prejudice-1995-image-pride-and-prejudice-1995-36265341-1920-1080
Imagem de Orgulho e Preconceito, adaptado pela BBC

Além do cinema, temos também adaptações para quadrinhos. Recentemente, recebemos a notícia que a Editora Nemo publicou a graphic novel de “Orgulho e Preconceito” para nos alegrar! Confira a imagem abaixo:

12552685_1013327105402525_879603193336589706_n

Leia nossa resenha do quadrinho: 

[QUADRINHOS] “Orgulho e Preconceito”, de Ian Edginton e Robert Deas (resenha)

Escrito por:

11 Textos

Leitora compulsiva. Apaixonada por animações. Jane Austen e Virginia Woolf são suas escritoras favoritas. Louca por séries. E uma escritora em progresso.
Veja todos os textos
Follow Me :