Na última quinta-feira (18/03) estreou mais um documentário biográfico original da Netflix, intitulado My Beautiful Broken Brain, onde imergimos na história de uma das diretoras, Lotje Sodderland – uma mulher que aos 34 anos sofreu de um derrame cerebral que mudou completamente a sua vida.
Descrita por amigos e familiares como uma pessoa super bem articulada, leitora assídua, e sempre realizando várias tarefas ao mesmo tempo, Lotje se vê (basicamente de um dia para o outro) com dificuldades para ler, escrever, e até mesmo para lembrar palavras comuns ao nosso dia a dia.
Mas não só a fala e escrita tiveram modificações. A visão também sofreu grandes mudanças. Agora com flash de cores em diferentes intensidades, ela descreve seu cotidiano “como se estivesse em um filme do David Lynch”, que tornou-se um dos produtores do filme, ao lado de Lotje e da também diretora Sophie Robinson.
Delicado, intenso e sensorial, o documentário além de informativo e de levantar curiosas questões sobre possíveis tratamentos, é de mesmo modo uma viagem na complexidade e fragilidade do nosso cérebro. Ele parte de uma necessidade de Lotje em não perder mais partes dos seus dias. E para nós, se torna uma grande experiência cinematográfica e de vida.
Aprendi que sou forte, mas também aceitei a minha vulnerabilidade. Aprendi a focar somente o que importa. Leva muito tempo para se acostumar com um cérebro novo. Não preciso voltar à minha antiga vida. Esta é uma nova existência, uma nova dinâmica, onde não sou definida por minhas limitações, mas por possibilidades sem fim.