[LIVROS] As vencedoras do Prêmio Nebula

[LIVROS] As vencedoras do Prêmio Nebula

 

O Nebula Awards, assim como o Hugo, é a vitrine da ficção científica e fantasia de língua inglesa e para nós brasileiros muito importante, pois são nos vencedores desses prêmios que nossas editoras vão buscar novas publicações.

Por muito tempo só chegavam por aqui livros de escritores já consagrados lá fora, ou seja, uma maioria de homens brancos e com mais de quarenta anos que escreviam histórias para seus pares, com pouca ou nenhuma participação de minorias. Esse cenário tem mudado aos poucos e muitas pessoas de minorias vêm se destacando na premiação.

Diferente do Hugo, que pode ser votado por qualquer pessoa que participe da WorldCon, o Nebula é votado pelos membros da Associação de Escritores de Ficção e Científica e Fantasia da América, ou seja, para indicar uma obra é preciso ser um escritor e membro ativo dessa associação.

O mundo da ficção científica vem sendo ameaçado por grupos de pensamento conservador extremo, que se incomodam com o progressismo do gênero e a crescente inclusão de minorias em suas premiações nos últimos anos, como foi o caso do sequestro do Hugo Awards em 2015. Felizmente, a comunidade de leitores e escritores de FC vem respondendo o ódio a altura, como mostrou a distribuição dos prêmios do Nebula, que premiou um grande número de escritoras pelo segundo ano consecutivo.

A celebração desse ano aconteceu no dia 14 de Maio, no Palmer House Hilton em Chicago.Vale mencionar que “Mad Max – Estrada da Fúria”, de George Miller foi o ganhador do Prêmio Ray Bradbury de melhor performance dramática.


Vamos à lista das vencedoras:

Melhor Romance: “Uprooted”, de Naomi Novik

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Uma história de amadurecimento que combina fantasia e folclore de forma original e emocionante”

Uprooted é narrado do ponto de vista da jovem Agnieska, que vive em uma pequena cidade que faz fronteira com um bosque sombrio, que rouba a alma daqueles que fazem contato com seu território para se fortalecer. O mago que deveria manter o perigo distante, também não é nada bom. Auto-intitulado “O Dragão”, ele seleciona uma garota da comunidade para servi-lo por 10 anos em troca de seus serviços. Todas as garotas que o serviram acabam partindo, pois algo no serviço prestado as muda completamente, a ponto de não mais sentirem fazer parte da comunidade. Agnieska é pega de surpresa ao ser escolhida pelo Dragão, pois não é a mais bonita da vila, mas ele a escolhe por sua aptidão mágica, desconhecida até então, e a envolve em sua luta contra o Bosque, e assim, a garota se vê jogada na trama política e forçada a tomar parte nos planos do Dragão.

Melhor Novela:  “Binti”, de Nnedi Okorafor

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Binti é a primeira pessoa do povo Himba a ser aceita na Universidade de Oomza, a melhor instituição de ensino superior da galáxia. Porém, aceitar essa honra significa deixar para trás sua família e se envolver com estranhos que não conhecem e nem respeitam seus costumes.

O conhecimento vem sempre a um custo que Binti está disposta a pagar, mas seu caminho não será fácil. O mundo no qual ela agora está inserida há muito guerreou contra os “Meduse”, uma raça alienígena digna de pesadelos. A universidade de Oomza irritou os meduse e agora Binti está ao alcance de seus inimigos, e para escapar com vida precisa unir os dons de seu povo com os conhecimentos adquiridos na universidade. Será que ela é capaz?

Melhor Noveleta : “Our Lady of the Open Road’’, de Sarah Pinsker

Publicada na Revista Asimov em Junho de 2015, essa noveleta se passa num futuro distópico nos EUA, onde música ao vivo é algo em extinção. É nesse mundo no qual as pessoas temem os forasteiros que conhecemos a vocalista da Cassi’s Fire, uma das últimas bandas punk a fazer turnê e shows ao vivo.

Melhor Conto:Hungry Daughters of Starving Mothers’, de  Alyssa Wong

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Saindo um pouco da FC, este é um conto de terror publicado no site Nightmare 10/15 e conta a história de Jen, que está em um encontro com um assassino psicopata. Suas conversas giram em torno dos sonhos dele e de como ele gostaria de matá-la. No fim do encontro eles vão para a casa do cara, o que pode parecer uma péssima ideia, mas chegando ao local temos uma surpresa: Jen o devora, absorvendo sua energia maligna e assumindo a forma dele até vomitar sua essência em jarros que ela guarda. O resto vocês precisam ler e se surpreender por si mesmos.

Prêmio Andre Norton para Fantasia e FC Young Adult: “Updraft”, de  Fran Wilde

51hQF8-CgfL._SX328_BO1,204,203,200_Em uma cidade localizada acima das nuvens, onde perigos se escondem no vento e a terra firme é apenas parte das lendas contadas por gerações, Kirit Densira, uma jovem mulher, não vê a hora de passar em seu teste como “voadora” para poder trabalhar no serviço de entregas ao lado da mãe e explorar outros céus. Quando Kirit quebra sem querer uma das regras da Torre, ela é obrigada a se afiliar a um corpo secreto do governo local. Em uma tentativa de salvar sua família dos censores, Kirit precisa abandonar seus sonhos, se atirar em um treinamento perigoso na Torre mais secreta no coração da cidade e aprender segredos que a farão duvidar de suas próprias crenças nas histórias de seu povo.

Infelizmente essas obras por enquanto só são acessíveis para quem lê em inglês, mas vamos torcer para alguma editora brasileira se interessar em traduzi-las e trazê-las para cá o mais rápido possível.

Escrito por:

46 Textos

Formada em Comunicação Social, mãe de um rebelde de cabelos cor de fogo e cinco gatos. Apaixonou-se por arte sequencial ainda na infância quando colocou as mãos em uma revista do Batman nos anos 90. Gosta de filmes, mas prefere os seriados. Caso encontrasse uma máquina do tempo, voltaria ao passado e ganharia a vida escrevendo histórias de terror para revistas Pulp. Holden Caulfield é o melhor dos seus amigos imaginários.
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