[CINEMA] Equals – um mundo sem emoções

[CINEMA] Equals – um mundo sem emoções

Imagine um mundo onde todos os indivíduos são empregados, possuem casa própria (e toda modernizada), com condições de vida estável, acesso a saúde pública de alto nível… parece perfeito, não?! Mas e se eu disser que para ter tudo isso, você teria que abrir mão de seus sentimentos e emoções, de toque físico com outras pessoas e de qualquer tipo de diversão? Esse é o mundo distópico nos apresentado no filme Equals.

Não contém spoiler

Dirigido por Drake Doremus e com estreia em 2015, o enredo do filme baseia-se em uma nova doença denominada S.O.S., em que os habitantes dessa nova sociedade começam a retomar os “problemas” de antes da modificação. Uma sensibilidade emerge em seus seres e eles passam a enxergar o mundo de uma nova forma. Mas não pense que isso é bom no contexto. O índice de suicídio após o contágio é alto e muitos deles passam por depressão – o que é entendível em um mundo onde ninguém sente absolutamente nada. Além dos sintomas, os infectados ainda passam por uma constante exclusão, que já vimos em nossa sociedade com doenças como a AIDS, por exemplo.

Silas (Nicholas Hoult) é um dos que tem a doença. Apesar de estar em um estágio inicial, ele já sente drásticas diferenças ao seu estado “normal”. Nessa confusão de novas emoções ele passa a observar e cultivar sentimentos por Nia (Kristen Stewart), uma infectada escondida. 

https://www.youtube.com/watch?v=A9YRtwqzNLY

O plot do filme consiste em quando a cura da S.O.S. é encontrada, e Silas e Nia devem decidir entre se curar ou continuar aproveitando o sentimento recíproco do amor. 

Vou ser sincera e dizer que o filme pode ser um tanto quanto tedioso, visto que os personagens não são emocionantes ou com características muito discrepantes. São todos iguais e de um igual chato, ainda por cima. A produção ainda deixa alguns pontos sem explicação sobre essa nova sociedade, mas acredito que a falta de aprofundamento nisso seja porque o foco é maior na história do casal e na doença.

O filme ainda conta com uma fotografia interessante e uma paleta de cores que varia de acordo com o estado emocional dos personagens. Quanto as atuações não há nada que se destaque, mas a ideia do filme gera muitas reflexões sobre o tema – que apesar de distópico, não foge muito da nossa realidade quanto a discriminação de pessoas que sentem demais e são tidas como “loucas’.

Apesar dos defeitinhos, ainda recomendo o filme e deixo aqui a pergunta: você arriscaria tudo para sentir algo? Aguardo ansiosamente os comentários. 

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“O senhor não imagina bem que eterna variação de gênio é aquela moça. Há dias em que se levanta meiga e alegre, outros em que toda ela é irritação e melancolia.” (Ressurreição, Machado de Assis). 20 anos, estudante de Engenharia e que prefere passar o dia vendo filmes do que com a maioria das pessoas.
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