Rússia, 2014. Os Jogos Olímpicos de Inverno se aproximam em Sochi, e junto a eles, uma lei banindo a “propaganda de relações sexuais não tradicionais para menores”. Os atletas homossexuais entram então num dilema: competir em silêncio para se manter a salvo, ou protestar em suas defesas e na de seus companheiros.
Antes de qualquer coisa, já digo que este documentário dirigido por Noam Gonick, não é daqueles com finais felizes que nos dão mais força pra lutar contra as LGBTfobias. O ambiente russo é hostil para essa população, e as punições para quem se manifesta são prisões em base a leis sem sentido.
Não há proteção e apoio de nenhuma parte. Mais da metade da sociedade concorda com os ataques e provocações governamentais, e ser gay/lésbica/bi/trans nessas terras, é se manter em silêncio ou numa total exclusão social.
O documentário se torna interessante para aqueles que, assim como eu, não tinha a menor ideia de todo esse problema, ou que acha que a Europa é mil maravilhas pra qualquer um. E a comparação com o Brasil é inevitável, ainda mais quando lembramos de Jair Bolsonaro e seus minions; quando pensamos nos inúmeros crimes LGTBfóbicos com total impunidade para os agressores.
Conhecemos uma Rússia onde neonazis fazem o que bem entendem com essa minoria: jogam urina, agridem física e verbalmente, estupram, e saem imunes de toda covardia feita. O documentário tem suas falhas, mas mesmo assim é recomendável, e para os que se interessaram, saiba que está disponível na Netflix. E não esqueçam de comentar depois dizendo o que sentiram e acharam do documentário, e até me recomendar outros.
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