[CINEMA] “Sete Dias com Marilyn”: a estrela que só queria ser amada

[CINEMA] “Sete Dias com Marilyn”: a estrela que só queria ser amada

Sete Dias com Marilyn” é um filme de 2012 dirigido por Simon Curtis, escrito por Adrian Hodges e estrelado por Michelle Williams e Eddie Redmayne.

O filme é sobre as memórias de Colin Clark, que trabalhou na produção do filme “The Prince and the Showgirl” (O Príncipe Encantado), e seus relatos da convivência com a estrela do cinema Marilyn Monroe.

Marilyn foi convidada por Laurence Olivier, que também dirigia o longa, para protagonizar o filme com ele. Então a atriz foi para Londres e aí o filme de Simon Curtis começa.

Colin Clark é de uma família bem tradicional inglesa, não tem vontade de seguir carreiras mais tradicionais como Medicina ou Direito, mas sim trabalhar com cinema. Os pais são contra, mas ele não desiste e vai para Londres em busca de seu sonho.

Ele se mostra um funcionário dedicado e persistente, então consegue uma vaga de assistente na produção de “The Prince and the Showgirl”.

14089414_10209052270280631_154145836_n.jpg

Marilyn Monroe chega à Londres com seu novo marido, o escritor Arthur Miller, eles participam de uma entrevista coletiva sobre o novo trabalho da atriz, mas vemos um show de perguntas fúteis e sentimos aquele ar de ironia questionando sua inteligência, já que Monroe ficou conhecida por fazer personagens conhecidos por “loira burra”, então ouvimos perguntas como “você consegue soletrar Grushenka? ” e ela também usa da ironia e devolve a questão para o jornalista.

14081407_10209052273240705_1177398789_n.gif

Além do marido, Marilyn foi acompanhada de sua coach Paula Strasberg (Zoë Wanamaker) e seu sócio na Marilyn Monroe Productions Milton Greene (Dominic Cooper).

Quando chega aos estúdios para uma primeira leitura do roteiro com o elenco, Marilyn leva sua coach e Laurence Olivier logo se irrita com as interferências de Paula, já que a coach aplica o sistema Stanislavski de atuação com Marilyn, que nada mais é do que viver o personagem e entender seus sentimentos e não apenas “fingir”. Laurence não gosta da interferência.

14054852_10209052275040750_1355419506_n.jpg

Nas conversas com Paula, no medo de entrar no estúdio e no olhar de Monroe vemos uma insegurança latente, o diretor e parte da produção começam a tratá-la com certa hostilidade devido os atrasos da atriz, em uma das tentativas de humilhá-la, a atriz americana recebe o apoio da grande atriz Dame Sybil Thorndike (Judi Dench), o que a deixa mais tranquila.

Seu trabalho sempre é tratado com desdém, já que para eles Marilyn Monroe não é uma grande atriz, apenas um símbolo sexual que rende boas bilheterias, mas Laurence mostra que chamou a atriz para o filme numa tentativa de se sentir mais jovem, por não se sentir dessa forma tenta usar o frescor e juventude de Marilyn, mas fracassa. Com o ego ferido passa a criticá-la apenas por prazer.

Marilyn é cercada de pessoas, todos sempre querendo tomar as rédeas da situação, dizendo que a entendem mais que os outros ou simplesmente querendo tomar decisões por ela, mas nenhum deles se esforça em tentar entendê-la verdadeiramente, a pessoa Norma Jeane poucos conhecem ou ninguém, até Colin aparecer em sua vida.

14030869_10209052277800819_1018884640_n.png

Colin é atencioso e compreensivo com Marilyn e ela percebe que o rapaz não se aproximou apenas com interesse em um affair com ela, acaba confiando nele. Alguns não veem a aproximação dos dois com bons olhos, começam as críticas do tipo “só se aproximou por interesse”, “deve estar dormindo com ela” e coisas desse tipo. A atriz resolve “raptar” Colin por um dia para passarem um tempo juntos e conhecerem alguns lugares da terra da Rainha. Nessa sequência vemos uma mulher comum, radiante, com espírito livre e que quer apenas se divertir. Após visitar o Castelo de Windsor um pequeno grupo se aglomera na saída e ela pergunta a Colin “devo ser ela?”, nesse momento fica bem clara a separação entre a personagem Marilyn Monroe e a pessoa Norma Jeane. Monroe age daquela forma, Norma é uma mulher insegura, tímida e sensível.

Em certo momento do filme, ela diz que as pessoas sempre veem Marilyn Monroe primeiro, mas quando entram na vida dela e percebem que na verdade ela é apenas Norma Jeane, eles fogem. Norma apenas queria se sentir amada, se casou três vezes buscando isso, mas como os homens se iludiam achando que ela era na vida o símbolo sexual que era na arte, a abandonavam, porque eles não se apaixonavam por Norma e sim ficavam hipnotizados com a exuberância de Marilyn Monroe. Ela não queria ser tratada como deusa intocável, apenas como uma mulher comum que busca afeto e segurança em uma relação saudável.

Ela não teve uma vida estável, nem uma família estruturada e muito menos afeto durante sua vida, principalmente no começo dela, já que sua mãe passou a viver em hospitais devido problemas psicológicos, e ela passou a vida pulando de uma casa para outra, de famílias diferentes e até orfanatos, além de ter sofrido abuso sexual na infância.

14089625_10209052285121002_618457458_n14054723_10209052285641015_159358698_n

O reflexo disso tudo é a instabilidade emocional e por não saberem lidar, sua equipe a mantinha sob efeito de remédios de todos os tipos: pra dormir, pra acalmar…

14054699_10209052290241130_121661380_n.jpg

O elenco do filme é cheio de estrelas: Michelle Williams, Eddie Redmayne, Emma Watson, Judi Dench, Dominic Cooper, Keneth Branagh, Julia Ormond, Toby Jones e Zoë Wanamaker.

Destaco os dois principais protagonistas do filme: Michelle Williams (Marilyn Monroe) e Eddie Redmayne (Colin Clark).

Michelle conseguiu capturar o espírito, trejeitos, a suavidade, a presença marcante, o tom de voz, enfim, terminamos o filme acreditando que Michelle deve ser uma espécie de reencarnação da grande estrela de Hollywood, tamanha a semelhança física e de personalidade no filme.

Eddie Redmayne cai muito bem para personagens sensíveis e com uma certa ingenuidade como Colin, ele transmite o sentimento do personagem com facilidade através do olhar, do sorriso, característica bem interessante.

14089378_10209052291001149_238172184_n

Além dos dois, devemos enaltecer Judi Dench, que é sempre maravilhosa nas vezes que aparece no filme.

Sete Dias com Marilyn” é um filme brilhante e para fãs de Marilyn é um deleite assistir a atuação de Michelle Williams.

Escrito por:

Formada em Rádio e TV, maratonista e viciada em séries, eterna amante de um bom filme, escreve desde quando só conseguia usar desenhos para contar suas histórias, apaixonada por “Titanic” e uma quase bailarina que aprendeu muita coreografia em clipe da MTV. Sonha em morar no Canadá, escrever um livro, ter filhos, ser doula e conseguir colocar suas séries em dia.
Veja todos os textos
Follow Me :