[SÉRIE] Desventuras em Série – 1ª temporada: crítica sem spoilers

[SÉRIE] Desventuras em Série – 1ª temporada: crítica sem spoilers

“Desventuras em Série” é uma das mais recentes produções da Netflix, e trata-se de uma adaptação da série literária de mesmo nome do autor Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel Handler), dirigida por Barry Sonnenfeld.

A série conta a história de Violet (Malina Weissman), Klaus (Louis Hynes) e Sunny Baudelaire (Presley Smith), três irmãos que se veem instantaneamente desamparados após perderem seus pais em um incêndio. Depois do ocorrido, são obrigados pelo responsável por decidir seu destino, o banqueiro Arthur Poe (K. Todd Freeman) a irem para a casa de Conde Olaf (Neil Patrick Harris), um ator fracassado que está de olho na fortuna deixada como herança para os órfãos.

Esse é o início de uma sequência de desgraças na vida das crianças, que tentam a todo momento contar sobre os perigos que estão enfrentando, sendo frequentemente ignoradas. A música de abertura já avisa: “é melhor não olhar”, e sofre pequenas mudanças introduzindo o que deve ser visto em cada episódio, alertando para o sofrimento prestes a ser vivenciado.

Desventuras em Série
Banqueiro Poe dando a notícia trágica do falecimento dos pais das crianças Baudelaire

Para os fãs do tipo “quero que esteja igual ao livro”, a notícia é boa: a série se manteve fiel à história original, dividindo cada livro em dois episódios de cerca de cinquenta minutos cada, permitindo assim explorar bem a obra e aproveitar momentos importantes. Fatos inéditos também são incluídos na série, sem prejudicar o contexto.

Um ponto positivo é dado pela representação feminina presente: Violet é uma inventora e sempre consegue elaborar um plano para ajudar os irmãos; Sunny, apesar da pouca idade, já demonstra petulância e esperteza, além do hábito de “roer” objetos com sua poderosa dentição; a Juíza Strauss (Joan Cusack) tem um cargo importante no ramo do direito, e é uma pessoa amável que se compadece com os órfãos; Tia Josephine (Alfre Woodard) foi uma mulher corajosa que passou por traumas que a afetaram; Jackelyn (Sara Canning) age como uma espiã disfarçada enquanto trabalha para Poe, agindo na surdina para ajudar os órfãos; Georgina Orwell (Catherine O’Hara) é uma médica maquiavélica, cúmplice do Conde.

Temos uma mistura de personalidades dentro da história. Destaque também para a escolha de atores negros desempenhando papéis importantes, como a Tia Josephine e o Banqueiro Poe e sua família. A diversidade é contrária ao filme de 2004, em que esses mesmos personagens foram interpretados por atores brancos.

Desventuras em Série
Tia Josephine conversando com o Conde Olaf disfarçado como capitão

Neil Patrick Harris foi outro acerto, sua experiência em papéis cômicos e a sua versatilidade permitiram que fizesse do Conde Olaf um personagem odiável e engraçado, em cada um dos seus disfarces. O ator, por vezes, chega a exagerar em suas atuações para proporcionar um ar mais dramático à desventura.

O clima que acompanha a história é sempre cinzento, e faz insinuações e piadas mórbidas com o narrador Lemony Stick (Patrick Warburton) pedindo a todo momento que você desista de assistir tamanha desgraça. Para quem resolver ignorar os avisos, se prepare para ser pego de surpresa em cada episódio (em especial nos dois últimos) e quem sabe, começar a achar que sua vida não é tão ruim assim.

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Acadêmica de jornalismo, feminista, problematizadora e apaixonada por cultura pop. Sonha em viajar o mundo, atualmente viaja nos pensamentos.
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