[CINEMA] Logan: O Wolverine que havíamos esperado (Crítica)

[CINEMA] Logan: O Wolverine que havíamos esperado (Crítica)

Logan, mais novo filme solo do Wolverine, chegou às telas brasileiras dia 2 de março. Aqui, nós vamos comentar o último filme de Hugh Jackman interpretando seu personagem mais icônico. (Cuidado com os pequenos spoilers)

Bem diferente do restante dos filmes da franquia mutante, Logan é bem mais contido em termos de enredo, computação gráfica e até mesmo número de personagens. O filme é basicamente centralizado no relacionamento entre seus três personagens principais: Charles Xavier, Logan e X-23/Laura (interpretados, respectivamente, por Sir Patrick Stewart, Hugh Jackman e Dafne Keen), ficando muito próximo a uma relação familiar e finalmente dando a um filme dos X-Men aquela ligação íntima, que de alguma forma havia começado a ser construída nos dois primeiros filmes da franquia, no começo dos anos 2000.

Para quem não ainda não sabe (e aqui vão pequenos spoilers) o filme acompanha a trajetória de um Logan mais velho e debilitado por causa de problemas com seus poderes de cura, que toma conta de um Xavier nonagenário e doente (algumas vezes até mesmo incapaz de reconhecer seu pupilo). Os dois se veem na posição de proteger X-23/Laura Kinney e levá-la a um lugar seguro, longe de seus criadores. A garota, nova versão da personagem criada em 2003 para a série animada X-Men Evolution, e que um ano depois estreou nas HQs em NYX n°3, é “filha” de Wolverine, criada artificialmente por um programa de pesquisas que visava criar mutantes com habilidades específicas.

Logan

Em meio a esse cenário, James Mangold, diretor e corroteirista da obra, entrega praticamente um road movie, algo íntimo, mas ao mesmo tempo contando com boas cenas de ação (que fazem valer a censura para maiores de idade nos EUA), além de ter momentos cômicos bem colocados (vários deles vindo do Professor X, algo muito raro para o personagem).

Laura Kinney/X-23

Todo o elenco tem boas atuações, mas quem realmente se destaca é Dafne Keen, que com seus 11 anos de idade consegue brilhar ao lado de um veterano como Stewart em cenas em que a garota não tem fala nenhuma. Mostrando muita força, e ao mesmo tempo certa vulnerabilidade, Keen conseguiu trazer para as telas a sua versão de X-23, que normalmente é retratada nos quadrinhos com uma aparência mais velha, sendo uma das melhores inclusões no elenco da franquia mutante nos últimos anos.

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Em suas partes com falas, Keen ainda interpreta a mutante em duas línguas diferentes (inglês e espanhol) e consegue manter um bom ritmo em seus diálogos com Logan. Todas essas características acabaram formando uma personagem que, apesar de não ser clássica no cânone dos X-Men, conseguiu criar uma grande empatia com o espectador, mostrando como personagens femininas bem construídas e não masculinizadas podem ser bem aceitas pelo público.   

Logan, X-23

O filme é praticamente independente do restante dos filmes dos X-Men, contando com pequenos easter eggs relacionados à franquia, sendo uma boa pedida para quem não é grande fã do gênero e quer ver um filme de super-herói menos super-heróico. Para os fãs dos mutantes da Marvel que acompanham tudo desde os anos 2000, principalmente para quem era criança na época, o filme pode arrancar algumas pequenas lágrimas em suas cenas mais emotivas (digo isso por experiência própria), sendo também um bom filme solo para o Wolverine, com pouquíssimos problemas de roteiro/execução. Fica a dever somente o tão aguardado collant amarelo.    

Em seu filme de despedida depois de 17 anos como nosso querido carcaju, Jackman nos deu o filme do Wolverine que todos nós havíamos esperado, ao mesmo tempo em que tranquilamente divide a tela com seus personagens de apoio, o que fez do filme algo mais memorável e solidificou a importância do X-Man canadense dentro do universo mutante da Marvel: uma despedida acabou por nos fazer querer mais.   

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Bat-fã, que ama cachorros, quadrinhos, chocolates e coisas velhas. Formada em História pela Universidade de São Paulo; tem como metas de vida trabalhar com arquivo histórico e HQs (de preferência ao mesmo tempo), e convencer sua irmã mais velha de que a Canário Negro venceria em um combate corpo a corpo contra a Caçadora.
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