[QUADRINHOS] January Jones – Corrida contra a morte:  A heroína ícone dos quadrinhos europeus (Resenha)

[QUADRINHOS] January Jones – Corrida contra a morte: A heroína ícone dos quadrinhos europeus (Resenha)

Se Indiana Jones tivesse uma prima, seu nome com certeza seria January e ela seria aviadora“. Essa linha de raciocínio pode ter sido a que os quadrinistas holandeses Martin Lodewijk e Eric Heuvel seguiram para criar sua heroína January Jones. 

O primeiro volume das aventuras de January Jones – Corrida contra a Morte (Dodenrit Naar Monte Carlo, no original em holandês) foi lançado em 1988, mas ganhou sua primeira edição em português pelas mãos da Editora AVEC, em 2016, assim como outros títulos da Don Lawrence Collection que já resenhamos aqui aqui, mas não seria exagero dizer que January Jones – Corrida contra a morte é o melhor título dessa coleção até o momento e que sua qualidade foi honrada pelo trabalho editorial da AVEC.

Logo de cara, o leitor brasileiro pode sentir certa familiaridade com a arte do quadrinista Eric Heuvel nas ilustrações do álbum, pois a semelhança com o traço de Hergé em As aventuras de Tintim é inegável e a influência do quadrinista belga já foi afirmada pelo próprio Heuvel, mas as comparações com as aventuras do jornalista belga podem ir muito além das aparências, pois o que não falta nessa história é aventura e bom humor.

January Jones
A história desse álbum começa com January Jones, detentora do recorde de menor tempo no percurso Cabo-Londres, chegando ao aeroporto de Waalhaven em Roterdã, na Holanda, muito antes do que o esperado. Mas ela não contava que seu precioso Havilland Comet seria alvo de um atentado, o que obrigaria  January Jones a concordar com os planos de um misterioso agente secreto conhecido apenas como X1, que a força a participar do famoso rali de Monte Carlo  e trabalhar como uma de suas espiãs.

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A partir daí a história ganha um ritmo rápido que nos faz lembrar ainda mais das aventuras de um certo arqueólogo muito famoso do cinema. A aventura é recheada de perseguições  por agentes secretos alemães e outros perigos que o roteirista Martin Lodewijk (Agente 327) soube dosar muito bem muito bem para representar toda a mitologia que envolve a época pré Segunda Guerra Mundial. O tema também não é novidade para Eric Heuvel, que possui toda uma série ilustrada sobre o conflito e a perseguição aos judeus no período que conta com os títulos A busca e Segredo de Família, ambos publicados no Brasil pela Companhia das Letras.

January Jones

January Jones

A estrutura das páginas desse álbum é bem simples e limpa, o que nos faz lembrar das tiras de jornais de décadas passadas, com painéis simples e quase nenhum recordatório. A representação das cidades pelas quais January Jones passa durante o rali de Monte Carlo também impressionam de maneira positiva.

January Jones
January Jones é uma heroína perfeita e muito atual, mesmo que suas aventuras já tenham quase três décadas de existência e fruto de uma época em que não era muito comum títulos dedicados totalmente a uma personagem mulher que não fosse hiper sexualizada, lembrando que talvez o maior ícone feminino dos quadrinhos europeus na época da criação de Jones ainda era a Vampirella, de 1969.

January Jones é forte e independente e usa de sua astúcia para lidar com todo o tipo de situação em que se encontra, o que faz jus às inspirações de Lodewijk para criá-la, como a aviadora americana Amelia Earhart (citada na história como uma concorrente de January Jones na aviação) e Mata Hari, que atuou como espiã durante a Primeira Guerra Mundial.


January JonesJanuary Jones – Corrida contra a morte

Martin Lodewijk e Eric Heuvel

AVEC Editora

48 páginas

Onde comprar: Amazon

Esta obra foi cedida pela editora para resenha.

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Escrito por:

46 Textos

Formada em Comunicação Social, mãe de um rebelde de cabelos cor de fogo e cinco gatos. Apaixonou-se por arte sequencial ainda na infância quando colocou as mãos em uma revista do Batman nos anos 90. Gosta de filmes, mas prefere os seriados. Caso encontrasse uma máquina do tempo, voltaria ao passado e ganharia a vida escrevendo histórias de terror para revistas Pulp. Holden Caulfield é o melhor dos seus amigos imaginários.
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