[EVENTO] Campus Party: Sucesso no DF garante próxima edição!

[EVENTO] Campus Party: Sucesso no DF garante próxima edição!

Durante o mês de junho, a capital federal recebeu a primeira edição do Campus Party, conhecido evento de tecnologia e inovação que acontece em diversos locais do mundo. Dos dias 14 a 18, cerca de 5 mil campuseiros e mais de 60 mil pessoas em geral, de acordo com os organizadores, passaram pelo Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

O espaço se localiza em uma área central de Brasília e, em cinco dias de encontro, recebeu inúmeras palestras, workshops e hackatons na Arena dos Campuseiros – onde foram instaladas as famosas bancadas com internet cabeada de alta velocidade. No entanto, para os jornalistas e outros participantes presentes que precisassem de wifi, só em alguns pontos muito específicos, como em alguns stands de marcas que estavam por lá.

Os ingressos se esgotaram rapidamente e, com o sucesso da primeira edição, uma segunda já está prevista para 2018, como foi anunciado durante o encerramento do evento. Na área aberta ao público, a Open Campus, foi possível interagir com diversos simuladores e acompanhar a etapa brasiliense do Campeonato Brasileiro de Drones, por exemplo, entre outras atividades.

Primeiras impressões do evento segundo a opinião do canal nanoTech:

Essa edição contou com destaques como Ricardo Capora, cientista de dados especialista em business analytics; Ani Liu, uma artista interdisciplinar que trabalha com a intersecção da arte e ciência; Richard Stallman, considerado o “pai” do software livre, e muitos outros.

Foram mais de 250 horas de conteúdos variados, que englobaram desde dicas de youtubers para quem quer bombar na internet até apresentações de trabalhos acadêmicos ou reuniões de pessoas engajadas na busca por facilitações tecnológicas para novos desafios que surgem na sociedade, como foi o caso do fórum feito em parceria com a Rede de Cidades Inteligentes e Humanas, que discutiu soluções para as cidades do futuro.

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Embora o universo tecnológico seja ainda bastante masculino, o que acaba se traduzindo no público geral desse tipo de evento – algo que daria um texto à parte e se relaciona, com certeza, às diferenças de socialização e estímulos entre meninos e meninas, bem como a obstáculos específicos enfrentados por diferentes grupos sociais e tudo mais –, a programação contou com nomes femininos significativos.

E contou também com palestras voltadas para questões específicas relacionadas à disparidades de gênero e raça nesses meios, o que é importante não apenas por gerar esse tipo de debate, mas também por pluralizar as vozes presentes.

O blog Preta, Nerd & Burgning Hell, por exemplo, participou dessa edição do evento e falou sobre a importância de se pensar gênero e raça no mundo dos games. “Qualquer pesquisa no Google, seja usando o termo black girl plays videogame ou mesmo garotas/mulher negra jogando/joga videogames fornecerá um número ínfimo de imagens de pessoas negras, em especial, mulheres.

Isso diz muito sobre o imaginário que desconhece a comunidade Black Girl Gamers (Twitch, Youtube, Facebook e Twitter), bem como o Nerdcore da rapper e pós-doutoranda Sammus. É evidente que que todo mundo joga videogames (#everyoneplays), mas a presença de minorias sociais, seja na produção ou como personagens dos jogos costuma ser ignorada”, escreveu Anne Caroline Quiangala, escritora do blog e palestrante no evento.

Assista:

A designer e empreendedora Marcela Moraes, que trabalha com estratégia de marcas, design de serviços e de negócios, e mobiliza iniciativas sobre questões sociais e de gênero no meio de inovação em Brasília, falou sobre a falta de mulheres no meio tecnológico.

Para além da constatação de que falta representatividade feminina no mercado de tecnologia, a designer abordou barreiras mais ocultas quando se fala em equidade de gênero nesse meio – como mulheres que não ganham visibilidade em projetos ou são desestimuladas em empresas – e deu alguns exemplos de experimentos que estão buscando eliminar o machismo no meio tecnológico.

Assista:

Já a palestra “Como mandar nudes em segurança?” falou sobre questões relacionadas à segurança de dados, vazamento de informações e cyberbullying – práticas que, em conjunto com o revenge porn, geram constantes inseguranças nas mulheres que utilizam a internet. A palestrante Christiane Borges Santos, tecnóloga em Redes de Comunicação e mestre em Engenharia Elétrica e da Computação – além de professora e pesquisadora –, entrou na programação do evento por meio de votação popular, a partir de uma lista de atividades sugeridas pelo público.

Assista:

O evento buscou também estimular o empreendedorismo, por meio de programa que visou capacitar e impulsionar cinquenta startups de áreas diversas. E entre os projetos que se destacaram no Campus Future dessa edição, área que dá espaço para projetos acadêmicos inovadores, estavam: Unbeats, um robô humanoide; Insertfab, projeto de impressora 3D para cegos, e Mamutes do Cerrado, aeromodelo de baixo custo. Ainda que exista muito a se trilhar no meio tecnológico para que sua democratização aconteça de fato, rolaram atividades para todos os gostos.

Campus Party
Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil

#CPBSB1 em números:

Total de campuseiros: 3.000

Barracas: 2.800, sendo 2.600 simples e 200 duplas

Atividades:

Mais de 250 horas de conteúdos. 

Produção e Tecnologia:

Área total do evento – 54 mil m²

Cabos de rede – 20.000 metros

Cabos de fibra ótica – 40.000 metros

Velocidade da internet – 20 GBps

Envolvidos na organização – mais de 1.500 pessoas

Programa Campus Future
– 20 projetos universitários selecionados para participar do programa

Programa Startup&Makers Camp
4 eventos em um: Startup & Makers Expo, Mentorias, Palco S&M e Workshops S&M

– Selecionados para a Campus Party Brasil: 50 startups (25 growth stage, 25 early stage)
– Mais de 35 horas de atividades

Clique aqui e veja vídeos com todas as palestras e atividades que rolaram no evento.

Escrito por:

11 Textos

Brasiliense, jornalista e especialista em gênero, sexualidade e direitos humanos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Adora internet, bandas de minas, livros, ideias novas, lugares diferentes e comidas deliciosas. É autora do blog Vulva Revolução e colabora em diversos projetos legais por aí.
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