Animes com protagonistas femininas que você precisa ver!

Animes com protagonistas femininas que você precisa ver!

Mesmo com diversas exceções, os animes – tanto as séries quanto os filmes – sempre trouxeram várias personagens femininas interessantes, complexas e esféricas à nossa vivencia. Princesas, fugitivas, piratas ou mesmo garotas comuns, se misturam ao imaginário de mulheres fortes e sábias, aquelas que ao mesmo tempo admiramos e gostaríamos de ser. São muitas a se falar e pensar com essas características, mas reunimos algumas histórias interessantes e merecedoras de destaque, por conterem personagens que demostram benéficas representações femininas na lista abaixo!

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Akatsuki no Yona (2014 – 2015)

Apesar de recente, esse anime e mangá não é tão conhecido. A premissa pode parecer um tanto comum – a princesa traída que precisa fugir de seu reino para sobreviver – mas a forma como tão desenvolvimento da trama é feito, é aquilo que difere o anime de tantas outras histórias. Àquela a ser responsável por isso é, justamente, a personagem título.

A construção dada à Princesa Yona, de princesa indefesa e mimada a mulher corajosa e dona de si, é notadamente verossímil e impactante, de maneira que mesmo com todo o desenvolvimento da lenda presente na história, sua luta pessoal não é deixada de lado ou menos explorada, mas ao contrário, é usada como base para o prosseguimento da trama. Por tudo isso, além do belo traço e trilha sonora que integram o anime, que Akatsuki no Yona é uma daquelas histórias que conseguem usar de estereótipos e clichês para criar algo diferente e, nesse caso, empoderador.

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Sakura Card Captors (1998 – )

Esse clássico não podia faltar na lista! Tendo conquistado fãs desde 1996, quando a publicação do mangá shoujo criado pelo grupo CLAMP começou, a história da menina mágica Sakura Kinomoto consegue misturar os elementos sobrenaturais e intensos trazidos pelos mistérios do Mago Clow e de suas Cartas Clow, com a leveza da simples vida de Sakura, não deixando de lado as brincadeiras, rotinas e casos normais à crianças e pré adolescentes. Ainda assim, o anime e o mangá abordam temas como amizade, amor, morte etc, tanto através dos encontros de Sakura com as Cartas Clow, quanto das diversas situações que a mesma se vê entre seus amigos da escola.

A história de Sakura, além de entreter, nos trás ensinamentos valiosos, e talvez por isso o grupo CLAMP tenha resolvido trazê-la de volta, tanto às páginas de mangás quanto em anime, no novo arco da série: Clear Card-hen, que estreou no dia 18 de janeiro. Então ainda dá tempo de pôr em dia as aventuras da nossa amada Kinomoto.

Leia também:
>> Sakura Card Captors – Clear Card-hen: O amadurecimento e o multiverso da CLAMP
>> Sakura Card Captors: A força precoce de Sakura
>> Sakura Clear Card-hen: A sequência que não sabíamos precisar!
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Akagami no shirayukihime (2015 – 2016)

É até recorrente nos animes shoujo a história se desenrolar em torno de membros da realeza, porém a questão do empoderamento feminino muitas vezes é deixada de lado. Aqui, assim como alguns exemplos dessa lista, a protagonista traz a questão do empoderamento feminino de maneira forte e recorrente. Seja falando com o príncipe, que por acaso é seu interesse amoroso, quanto com os ladrões Shirayuki (a protagonista) não é, de nenhuma forma, representada como menos apta ou abatida. Ao contrário, a atitude forte, ativa e independente da mesma não a deixa em nenhum momento ao longo das 2 temporadas do anime.

O anime já inicia com Shirayuki tendo que fugir de um príncipe que decide que ela será sua concubina, sem ter direito a dizer não, e a partir da fuga da protagonista de seu destino imposto (machista e patriarcal) é que tem início não apenas a construção da relação da mesma com os diversos indivíduos que encontra, mas sua própria construção e crescimento como mulher. Isso torna Akagami no Shirayukihime detentor tanto de uma história de crescimento e amadurecimento feminino, quanto de um alto grau de representações femininas positivas. Além do mais, é um shoujo, um romance desenvolvido de forma respeitável e saudável – vale a pena!

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Bodacious Space Pirates (2012)

A história de uma menina que antes dividia seu tempo entre os estudos e o emprego de meio período como garçonete, recebe um interessante grau de renovação quando a personagem descobre que deverá ser a capitã de um navio pirata. O fator curiosidade do anime, porém, não para por aí: o tal navio pirata chamado Bentenmaru consegue voar.

Quando é levada a se tornar a capitã do navio, Marika Katou – a protagonista – torna-se comandante não apenas de uma equipe de piratas, mas também de um navio que mais se assemelha a uma nave espacial, devendo efetuar diversos trabalhos como comandante do mesmo. A questão é que: ao ser lançada a chefia do Bentenmaru, Marika vê necessária a adoção de uma nova postura para, assim, ser tida como capitã válida do mesmo, sendo claro a mudança pessoal da personagem, principalmente quando confrontada por outros membros da tripulação ou os diversos personagens que ela encontra ao longo de suas andanças pelo espaço. Uma coisa é certa: Marika, apesar de já ter iniciado como uma personagem forte, faz uso das outras personagens femininas da trama – seja em ajudas diretas ou indiretas – havendo ainda a noção de sororidade claramente presente no anime.

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Ashita no Nadja (2003 – 2004)

Esse anime é uma pequena controvérsia. A adolescente Nadja foi criada em um orfanato ao longo de toda a sua vida, e quando atinge uma idade, que pensa estar madura o bastante – apesar de ainda ser uma criança – resolve se aventurar fora dos muros da simples instituição e procurar, pelo menos, uma explicação para o paradeiro de sua mãe e o por que de ter sido deixada como órfã. Após um tempo de andanças individuais, ela se junta a uma trupe de um circo viajante, se adaptando rapidamen e desenvolvendo seus próprios (e diversos) talentos.

As diversas mulheres que passam pela vida de Nadja, em sua maioria, contribuem para o crescimento pessoal da personagem e ajudam ela a ficar cada vez mais perto de descobrir sobre o seu passado, sendo elas tão essenciais para a história quanto a própria Nadja, especialmente as integrantes da trupe circense, a qual a protagonista se junta. Entretanto, uma rivalidade constante entre a protagonista e uma ex-colega de orfanato – rivalidade baseada em clichês de brigas femininas – nos faz questionar a representação positiva que Nadja vem a trazer; quando fazemos a comparação entre os exemplos positivos, ainda nos convencemos de que o anime merece uma menção de boa representação feminina.

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Kill la Kill (2013 – 2014)

O medo é a liberdade. A submissão é a libertação. A contradição é a verdade. Estas são as verdades deste mundo! ”. É assim que o anime nos é apresentado, dando início a história de Ryuko e Satsuki, duas opostas da mesma luta. O pequeno universo de Kill la Kill tem foco na Academia Hinnouji, onde é governada com punho de ferro por Satsuki Kiryuin. Os alunos são divididos entre classes, as quais se manifestam nos uniformes que vestem através de estrelas costuradas nos mesmos.

Quanto mais estrelas tem um uniforme, maior a classe do aluno, significando que há uma correlação de todo o enredo do anime, as habilidades do mesmo serão multiplicadas; não habilidades acadêmicas, mas sim, de luta. Afinal, não apenas a ditadura da Academia Hinnouji é fomentada sobre violência, mas o estado do anime é inteiro construído sobre ela. Dito isso, não há uma luta que não seja protagonizada – de alguma forma – por uma mulher, havendo destaque tanto para as protagonistas quanto para as antagonistas. Apesar das críticas – contundentes e válidas – sobre a sexualização das personagens femininas da trama, o enredo ainda é claramente bom e interessante para valer uma menção. Se quiser ter entretenimento misturado com críticas sociais e um enredo de sci-fi criativo, esse anime merece uma chance!

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Princesa Mononoke (1997)

Esse clássico do Studio Ghibli é estranhamente esquecido quando pensamos em personagens fortes de anime. Seja em filmes ou em séries, a história da Princesa dos Deuses-Lobos, a humana que (em um primeiro momento) odeia humanos, San nos ensina muito mais do que a força feminina, principalmente em relação às diversidades existentes e decorrentes da guerra, mas também sobre o que pode ser caracterizado e entendido como humanidade: se é apenas humano e detentor de humanidade aquele que foi criado em um sentido comum e “socialmente aceitável” de civilização.

O crescimento de San como mulher se mistura e depende de seu crescimento – e reconhecimento – como ser humano, o que é curioso (para não dizermos cômico) se compararmos com a situação das mulheres fora do universo de Princesa Mononoke. Mesmo assim, a história nos cativa de formas inimagináveis, tanto pelos personagens quanto pela – como sempre – bela animação do Studio Ghibli. Um clássico que não importa a época, merece e deve ser visto.

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A Viagem de Chihiro (2001)

Um das personagens mais tenazes e com o melhor desenvolvimento de enredo é a protagonista deste outro clássico do Studio Ghibli. Ao seus pais serem transformados em porcos, cabe a Chihiro Ogino salvá-los. A questão é que para que isso aconteça, a protagonista deverá deixar de se comportar com a menina mimada e egocêntrica que é inicialmente apresentada. Ao longo do filme, diversas provações são impostas à Chihiro, sendo que ela precisa passar pelas mesmas para, enfim, chegar à feiticeira que poderá retirar a maldição de seus pais.

Ao longo dessas “provas” Chihiro é vista forçada a amadurecer – assim como muitas de nós também somos – para que possa alcançar seu objetivo, sendo necessário que ela pense e passe por desafios a todo momento, de forma que o crescimento de Chihiro é feito tão naturalmente quanto significativamente, até chegar ao ápice do filme e da personagem, onde tal crescimento é realmente posto a prova.

Histórias de coming of age cujo protagonismo é feminino são raras e as vezes não tão aprofundadas quanto seus semelhantes masculinos, porém neste exemplo japonês – que ganhou o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003 – o crescimento de Chihiro é retratado de forma complexa e clara, mesmo que em pouco mais de 1 hora.

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xxxHolic (2006 – )

Apesar do protagonista de xxxHolic ser o colegial Kimihiro Watanuki, quem nos chama mais atenção é a forte personagem feminina do anime: Yuuko. Ao fazer um acordo com Kimihiro prometendo livrá-lo da habilidade de ver e ser abordado por criaturas sobrenaturais, em troca do mesmo trabalhar em sua loja, Yuuko se torna o objeto do fascínio dos telespectadores.

O tema sobrenatural não é incomum às fábulas e diversos animes japoneses, mas a presença e construção de Yuuko ainda causa uma curiosidade instigante. Dona de uma loja de desejos, onde seus clientes vão para terem seus desejos atendidos, a poderosa bruxa Yuuko se mostra como grande conhecedora do mundo e dos mistérios do sobrenatural e, mesmo assim, não age com arrogância perante Kimihiro, mas ensina-o sobre suas tarefas na loja e sobre o mundo sobrenatural de forma simples e calma, sendo difícil para o mesmo, após o tempo passado com Yuuko, deixar o mundo sobrenatural com a perda de sua habilidade.

Yuuko é uma mulher madura, inteligente, paciente, poderosa e sensitiva, sendo vista tanto como uma figura estranha ao mundo humano quanto parte igual deste e do mundo sobrenatural.

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Nana (2006 – 2007)

As dificuldades da juventude são retratadas através da vida de duas jovens japonesas que decidem ao mesmo tempo irem para Tóquio, e curiosamente, tem o mesmo nome: Nana. Apesar das evidentes diferenças de personalidade das duas protagonistas, Nana Komatsu e Nana Osaki, vemos como tal oposição não impede a amizade e companheirismo entre ambas, nem descaracteriza suas respectivas lutas e particularidades. As diversas provações que as duas Nanas devem passar ao longo de suas juventudes até chegada em Tóquio, e ao apartamento que veem a dividir, são de diversas formas tão universais e únicas, que apesar de alguns de nós não terem passado pelas mesmas situações, é simples para nos ligarmos aos acontecimentos e aos personagens que os envolvem.

Cada personagem feminina de Nana traz uma característica única e importante à trama, como a cantora da banda rival de Osaki, Layla Serizawa, não nos deixando órfãos de representantes femininas em nenhum momento. Apesar de fortes, as lutas dessas personagens femininas são o que nos prendem ao anime, sendo mostradas suas vulnerabilidades e consequente humanidade, tornando-as assim ainda mais fortes e dignas de nossa admiração.

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Da Colina Kokuriko (2011)

Quando as pessoas pensam em juventude, muitas vezes se lembram de rebeldia, inconsequência, imprudência e infantilidade. Falham em lembrar, porém, que grande parte da juventude é também descobrir aquilo que acha certo, e dessa forma, lutar – ou começar a lutar – por esse objetivo.

Em Da Colina Kokuriko, grande parte dessa luta é feita pela protagonista feminina Umi Matsuzaki, que após o desaparecimento de seu pai, após a guerra das Coreias, precisa assumir a responsabilidade não apenas de sua própria vida, mas sobre o restante de sua família e da casa onde mora. Além isso, ela decide se juntar a um movimento estudantil que visa impedir a demolição da antiga sede do clube da escola onde estuda. A determinação de Umi, tanto para encontrar seu pai quanto para salvar o antigo prédio, é digna de nota e se mistura à enorme responsabilidade que a mesma assume com sua família, não sendo, porém, em nenhum momento posta de lado por esta.

Sendo a história comparada ao crescimento da protagonista de A Viagem de Chihiro, nesse anime o crescimento de Umi é feito de maneira menos dramática e mais verossímil, sendo suas provações e situações mais próximas àquelas que vivemos no dia a dia. Umi é a típica protagonista Ghibli: forte, independente e segura de si, porém, tanto a história em que é retratada quanto o modo com que lida com aquilo que é posto a sua frente, nos fazem admirá-la.

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Your Name (2017)

A história do romance de dois jovens através do tempo, não apenas nos cativa pela premissa engenhosa e belamente executada, da obra do diretor Makoto Shinkai, mas principalmente a construção feita da protagonista feminina: Mitsuha Miyamizu. Mesmo dividindo constantemente o tempo de tela com seu companheiro masculino (Taki Tachibana), Mitsuha se destaca sem fazer nenhum esforço para isso. Na verdade, até mesmo durante as cenas de Taki, ela chama nossa atenção – seja implícita ou explicitamente – e facilmente nos apaixonamos pela personagem.

A história pessoal de Mitsuha não é nem propriamente triste ou feliz, sendo sua vida, como garota do campo, absurdamente comum e talvez um pouco simplória; razão pela qual a própria personagem sonha em ir morar na cidade de Tóquio. Mas a forma como a protagonista segue sua vida – seja no ambiente escolar, pessoal ou familiar – isto é, com um senso aparentemente inabalável de determinação e força, nos leva a crer, mesmo que por poucos minutos, também sermos capazes de alcançarmos nossos objetivos com a dose certa (ou a dose Mitsuha) de determinação e foco.

Ao longo de Your Name essas características da personagem se fortalecem, o que junto com o enredo e clímax do anime nos apegamos e introduzimos cada vez mais na história de ambos os jovens. Assim, somos levadas a crer em Mistsuha, mesmo nos momentos em que ela não crê em si mesma, e vamos nos tornando tanto ela, quanto ela se torna nós, usando da força um do outro.

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