10 filmes de terror com protagonistas femininas que fogem dos estereótipos

10 filmes de terror com protagonistas femininas que fogem dos estereótipos

Antigamente, nos filmes de terror era “normal” vermos dois tipos de extremos femininos: ou a mulher era uma donzela indefesa correndo perigo, como em O monstro da Lagoa Negra; ou era uma mulher completamente perigosa, como no filme Sangue de Pantera. Há uma quebra nessa estrutura da representação feminina no terror por volta de 1970, e surge uma leva de filmes que já não tratam mais as mulheres como perigosas ou como indefesas. São mulheres com aspirações e decisões que não precisam estar fadadas a serem vilãs ou salvas por alguém, antes de serem assassinadas. 

Ao montar essa lista, buscamos temas variados dentro do horror/terror, com densidades e tipos de protagonistas femininas diferentes que fogem dos estereótipos. Confira!

Raw (2016)

filmes de terror

Uma garota vegetariana é obrigada a comer carne em seu trote na universidade, e logo em seguida ocorre um certo “despertar feminino”, entrando em uma onda de canibalismo.

Raw foi cercado por controvérsias desde a data do seu lançamento até hoje, estando entre listas de filmes que são difíceis de serem assistidos até o final e fazendo com que seus espectadores passem mal durante a exibição. Apesar dessas situações, é um ótimo filme, que realmente pode ser um pouco pesado para algumas pessoas com estômago mais fraco, mas que vale a pena, se você aguenta um pouco de sangue.

Raw é um filme sobre uma garota que descobre a si mesma e o mundo ao seu redor, além de todas as possibilidades que a cerca, através de analogias e metáforas interessantes.

February (2015)

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Também sob o nome de “The Blackcoat’s Daughter”, conta a história de duas garotas que ficam presas durante o inverno em um internato, com uma presença assustadora.

Duas histórias são contadas ao mesmo tempo, até que elas se unem sob uma só. É um filme denso e interessante de assistir. Os papéis são, em sua maioria, femininos. São mulheres que interagem com outras mulheres o tempo todo, de uma forma natural.

Sob a Sombra (2016)

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Filme dirigido por Babak Anvari, narra a história de Shideh (Narges Rashidi), uma mãe que precisa lidar com a guerra que assola sua cidade, Teerã, capital do Irã. Além disso, o medo e a insegurança fazem com que Shideh comece a acreditar que um espírito maligno persegue sua filha.

Sob a Sombra trata diretamente da figura de Shideh, uma mãe que vê sua família totalmente desestruturada com a Guerra das Cidades, que aconteceu nos anos 1980, consequência da Revolução Iraniana. É um filme incrível sobre a força de uma mãe que precisa auxiliar sua filha a sobreviver em meio ao medo da guerra, e a inquietação de forças obscuras e criaturas da mitologia árabe.

O Quarto dos Esquecidos (2016)

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Dana (Kate Beckinsale) se muda com seu marido e filho para uma casa em uma zona rural. Após perder o filho caçula em um trágico acidente doméstico, Dana tem que lidar com a depressão, a tristeza e o medo de estar morando sob o mesmo teto que algo amaldiçoado.

O Quarto dos Esquecidos é um filme que surpreende. Dana é uma mulher que está tendo muitas dificuldades em seguir em frente, e não consegue se permitir descansar. O que vemos é uma mãe desesperada que quer descobrir o que tem de errado em sua casa e só precisa de um pouco de paz.

XX (2017)

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Antologia de terror com 4 segmentos, todos dirigidos e protagonizados por mulheres. Na ordem: Jovanka Vuckovic dirige o segmento The Box, que conta a história de uma caixa misteriosa que altera a vida de uma família completamente (pra pior, claro); The Birthday Cake é o segmento seguinte, dirigido por St. Vincent, e conta a história de uma mãe que procura fazer o melhor aniversário possível para sua filha, e decide lidar com toda e qualquer circunstância que ponha isso em risco; o terceiro segmento, dirigido por Roxane Benjamin, Don’t Fall, narra a história de 4 jovens que decidem acampar e se deparam com algo maligno; Her Only Living Son, de Karyn Kusama, é o último segmento e trata da relação de mãe e filho, cujo pai é algo mal.

Karyn Kusama é uma excelente diretora, e Her Only Living Son merece destaque. O desespero dessa mãe ao que fazer com seu filho, é palpável. Além de tudo, é uma iniciativa incrível ao colocar 4 mulheres dirigindo histórias e curtas de horror.

Kiss of the Damned (2012)

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O filme conta a história de um casal apaixonado, Djuna (Josephine de La Báume) e Paolo (Milo Ventimiglia). Djuna é uma vampira e Paolo, ao se apaixonar por ela, acaba permitindo a transformação. Tudo vai bem, até que a irmã de Djuna, Mimi (Roxane Mesquida), chegue e sua relação complicada com ela faz com que os três tenham momentos difíceis.

Kiss of the Damned é um filme sobre vampiros que envolve muito mais drama do que terror, mas que entra na lista pelo cuidado ao tratar da relação das duas irmãs – que sempre foi bastante conturbada e se encerra em si mesma – não precisando do elemento masculino para tornar a relação complicada, e com uma direção feminina que faz total diferença ao se contar essa história.

Jogo Perigoso (2017)

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Jessica (Carla Gugino) vai passar um final de semana romântico com seu marido em uma casa no campo, afastada da movimentação da cidade. Seu marido, no entanto, morre e deixa Jessica algemada na cama. Nesse tempo em que está presa, sem conseguir se comunicar com ninguém, Jéssica relembra momentos que a traumatizaram quando pequena.

Baseado em um livro de Stephen King, Jogo Perigoso foi uma produção da Netflix e, sem dúvida, foi um dos acertos do serviço de streaming na linha do terror. É um filme que trata de assuntos delicados e que deveria ter um aviso enorme de TW: abuso e estupro. Mas o desenvolvimento da personagem Jessica, que passa a maior parte do filme deitada em uma cama, e a atuação de Carla Gugino, transformam o filme em algo, no mínimo, interessante de se acompanhar.

Aniquilação (2018)

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Um grupo de mulheres cientistas e pesquisadoras é levado até uma área conhecida como “Área X” para tentar descobrir o que se passa lá dentro. Baseado no primeiro livro da trilogia Comando Sul, de Jeff VanderMeer, e protagonizado por Natalie Portman, Jennifer Jason Leigh, Gina Rodriguez, Tuva Novotny e Tessa Thompson, o filme foi distribuído diretamente para a Netflix.

Com uma pegada de ficção científica e terror é um exemplo que mostra como o protagonismo feminino pode ser realizado no terror sem apelação à sexualidade ou intrigas femininas, somente um grupo de pesquisadoras tentando descobrir o significado da Área X.

Pânico 4 (2011)

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No quarto filme da franquia Pânico, acompanhamos uma Sidney que tem conseguido viver muito bem sua vida, lidando com seus traumas, escrevendo um livro e tentando ajudar outras pessoas. Até que Ghostface parece ter voltado pra uma revanche.

Pode não ser o preferido de muitas pessoas, mas Sidney Prescott e Gale Weathers são duas mulheres incríveis no gênero do terror, como têm sido desde o primeiro filme.

A Colina Escarlate (2015)

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Com um elenco de tirar o fôlego, com Mia Wasikowska, Jessica Chastain, Tom Hiddleston e Charlie Hunnam, A Colina Escarlate é um “clássico-gótico-moderno”. Clássico, por manter os elementos básicos da categoria de obras góticas, com uma enorme casa assombrada e personagens típicos do século XIX, mas moderno, porque ele é trabalhado de uma forma que só alguém no século XXI poderia fazer, com efeitos, cores e detalhes incríveis. Tudo isso é arquitetado na mente do incrível Guillermo Del Toro, que conduz com maestria um filme visualmente belo.

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Formada em História, escreve e pesquisa sobre terror. Tem um afeto especial por filmes dos anos 1980, vampiros do século XIX e ler tomando um café quentinho.
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