[SÉRIES] Troia: A queda de uma Cidade – Primeiras impressões (sem spoilers)

[SÉRIES] Troia: A queda de uma Cidade – Primeiras impressões (sem spoilers)

A série Troia: A queda de uma Cidade (Troy: Fall os a City) foi uma das estreias da Netflix neste mês de abril. Baseada nos poemas gregos (Ilíada e Odisséia) do poeta Homero, a série se propõe a retratar a épica história de amor e guerra que se inicia quando Helena e Páris se apaixonam, desencadeando o evento histórico que conhecemos atualmente como a Guerra de Tróia, guerra esta já tão retratada não só em séries como em filmes. Assim, nosso primeiro pensamento com relação à série pode ser uma “preguiça de ver mais do mesmo”. Mas, e se a série nos surpreender?

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Infelizmente, devemos confessar que o primeiro episódio, “Sangue Negro“, não é tão encantador, e se não formos fortes o suficiente para seguir em frente, ele com certeza poderia ser o motivo para nos fazer abandonar a série. Isto porque, por mais que houvesse muita mitologia envolvida, ela aparece de certa forma um pouco subliminarmente em alguns momentos e, para sermos sinceras, algumas coisas exigem um conhecimento prévio sobre a história e miologia grega.

A série, por outro lado, pode ter seguido este caminho para tentar não ser tão repetitiva e autoexplicativa, visto que, como já mencionamos, a história já foi contada e recontada de diversas formas. Porém, ainda assim, o primeiro episódio não é encantador e o “flerte” inicial entre Helena e Páris é bem brochante, o que nos leva a tirar conclusões precipitadas dos personagens.

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Ao longo dos outros 2 episódios que se seguem “Condições” e “Encurralados”, é possível perceber que a série amadurece e ganha alguns diálogos que, inclusive, questionam o papel da mulher naquela sociedade. Além disto, indo contra a maioria das outras séries e filmes, Troia: A queda de uma Cidade coloca personagens negras(os) em destaque, concedendo-lhes grandes papéis e que certamente incomodarão muitos racistas que acreditavam que todos os heróis, heroínas, deusas(es) eram brancos de olhos azuis ou verdes (ou que deveriam ser retratados sempre como brancos, mesmo em se tratando de uma mera ficção).

Claro que a série não é nenhum manifesto feminista interseccional e nem é esta a proposta da mesma, mas quando vemos uma produção histórica como esta, quebrar alguns paradigmas, temos que no mínimo dar visibilidade e reconhecimento.

Outro ponto positivo da série é a riqueza de detalhes históricos, como, por exemplo, levantar o questionamento sobre os motivos reais da Guerra para além da justificativa mitológica e fantasiosa.

Por estes e outros pontos, tirando o desânimo inicial do primeiro episódio, Troia: A queda de uma Cidade surpreende e vale à pena dar uma chance!

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Feminista e membra da União de Mulheres de São Paulo, onde é coordenadora adjunta do Curso de Promotoras Legais Populares, projeto voltado para a educação popular e feminista em direitos. É viciada em Lego, apaixonada por ficção científica/terror/horror, apocalipse zumbi e possui sérios problemas em procrastinar vendo gif’s e não lembrar o nome das pessoas. No mundo real é advogada.
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