Toji No Miko: sacerdotisas lutadoras, poder feminino e sororidade!

Toji No Miko: sacerdotisas lutadoras, poder feminino e sororidade!

Um bom exemplo de acerto da temporada de animes do inverno japonês foi Toji no Miko (ou Katana Maidens: Toji no Miko), tendo sido divulgado em meio a sua promoção inicial que o anime é um colaboração entre o estúdio Gomuki (responsável por Tsurezure Children, que falamos aqui) e a empresa Genco (responsável pela produção de Toradora!, Sword Art Online, entre outros). Só isso já aumentou as expectativas dos fãs de ambas as empresas (inclusive nós) quanto ao que o anime – que já chegou com uma promessa de poder feminino e sororidade em meio a lutas, magia e disputas de poder – iria realmente trazer e significar para o público em geral e especialmente para o feminino.

Confira a sinopse: “Existem criaturas malignas conhecidas como Aratama que atacam pessoas. Um grupo de Miko (sacerdotisas) trabalham para exorcizar essas criaturas desde tempos imemoriais. Essas sacerdotisas, que carregam espadas e vestem uniformes, são conhecidas como Toji. Elas possuem aprovação oficial do governo para portar suas espadas. Cinco escolas femininas foram escolhidas pelo governo para que suas estudantes recebessem treinamento especial, baseado em um ranking de performances das candidatas a serem Miko. Elas têm suas vidas de estudantes normais, mas utilizam espadas para completar missões e protegerem pessoas. Na próxima primavera, as cinco escolas entrarão em uma competição. Entre as garotas que treinam para competir, existe uma jovem única, que é muito mais passional que todas as outras. Quais são os objetivos dessa garota que porta uma espada?”

Toji no Miko

Toji no Miko começa nos enganando, mas não por muito tempo. O que se inicia, aparentemente, como uma história sobre o treinamento de “sacerdotisas lutadoras” ou Tojis, e eventuais disputas pontuais e de nível escolar entre as mesmas, se torna, já no primeiro episódio, uma narrativa forte, clara, dinâmica e importante (principalmente em relação a representação feminina) que é pintada com tintas de crítica a busca extrema por poder e o que isso significa para cada pessoa e para a sociedade como um todo.

Uma das personagens principais – Hiyori Juujou – é a primeira a nos fazer notar a verdadeira natureza do anime ao, logo no início, tentar acabar com sua própria espada com o mal que julga ser a razão para a situação de recente aumento de ataques de Aratamas no país. Junto com ela, e sem ter ou pedir maiores explicações, Kanami Etou decide seguir Juujou em sua jornada, sendo que com isso as duas meninas se tornam alvos da (suposta) grande mente por trás dos ataques.

Toji no Miko

Mas ao longo do anime percebemos não apenas a correta existência de tal mente, mas a inteligência maligna que a mesma adiciona a história e utiliza em seu grandioso plano. Na verdade, nota-se que os ataques são apenas um efeito colateral do mesmo, e por isso cabe às Toji impedir tanto os ataques quanto o plano em ação.

O destaque está no fato que as Toji – e a própria instituição de sacerdotisas lutadoras – é exclusivamente feminina, não havendo nenhuma presença masculina na frente de batalha, nas posições de poder ou até mesmo nas administrativas. Toda a organização ao redor das Toji, seja ela a principal Origami ou a “rival” Mokusa, trabalham com mulheres de uma forma exclusiva ou majoritária. E mesmo quando há efetivamente um homem, ou ele não está em uma posição de poder (servindo como um instrumento para a organização) ou age como um reforço na luta de campo das Toji, mas são elas que permanecem como as protagonistas em todo momento.

Toji no Miko

A diversidade de mulheres apresentada no anime – seja em aspectos de passado, personalidades ou mesmo aparência – é incrível e felizmente, na maior parte do anime, não é maculada por cenas de conotação sexual e claramente direcionadas ao público masculino (o velho male gaze).

Toji No Miko

A relação entre as mulheres é a parte mais importante em Toji no Miko, apresentando um exemplo claro de sororidade através de amizades tão duradouras quanto profundas, havendo um senso de confiança automático entre as diversas mulheres da história, seja na época atual ou no passado mostrado (e intrinsecamente conectado ao presente) ao longo da história.

Não iremos entrar em mais detalhes (por motivos de spoilers) para não estragar a surpresa da narrativa, portanto concluímos que Toji no Miko foi um acerto dessa temporada e com certeza vale a pena! Pode não ser uma história particularmente original (afinal, quantas vezes já nos foi apresentada essa mesma premissa de bem vs. mal?), mas as características de enredo das personagens e o elenco majoritariamente feminino (principalmente sua representação e importância) faz com que o anime valha a pena.

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