[EVENTO] GAME XP 2018: Mais que entretenimento, um evento de inclusão!

[EVENTO] GAME XP 2018: Mais que entretenimento, um evento de inclusão!

O último dia de Game XP não poderia ter sido melhor, não apenas para os gamers, mas também para meninas, mulheres e qualquer pessoa apaixonada por este universo e pelo mundo da tecnologia. Se uma palavra fosse usada para resumir o que este mega evento está disposto a fazer pelo setor, ela seria a inclusão. A seguir alguns destaques deste último dia de Game XP e o que nós achamos do evento como um todo durante estes 4 dias que agitaram o Parque Olímpico e o Brasil.

GAME XP
Divulgação: Game XP 2018/ I Hate Flash

Inova Arena: espaço de inclusão e empoderamento

Gamers e mulheres que estiveram no espaço de Tecnologia e Inovação podem dizer que saíram satisfeitos neste dia. O painel “Como criar games no Brasil” levou ao palco as desenvolvedoras independentes BitCake Studio, Double Dash Studio e Dumativa. A conversa foi muito legal para explicar as dificuldades do mercado brasileiro, mas também para apontar o que tem de bom por aqui, estimulando os novos desenvolvedores a continuar investindo em produção, tecnologia e ensino voltado para games. A PUC Rio colocou as meninas para falar diretamente aos jovens universitários que pretendem investir na carreira de desenvolvedor: com dicas e conselhos para tirar as ideias do papel e transformar sonho em realidade, elas conseguiram mostrar que é possível sim começar a produzir jogos e aplicativos no Brasil, mesmo com baixo orçamento.

E pensando em inclusão digital e social, a AfroReggae trouxe ao palco da Inova Arena o painel AfroGames, o primeiro centro de formação de jogadores de E-Sports em favelas no mundo, que tem o objetivo de incluir a comunidade carente nesta cena que, infelizmente, ainda é para quem tem alto poder aquisitivo – afinal, manter um pc gamer, consoles e uma carreira no competitivo não é barato. Além disso o projeto prevê aulas de inglês, de programação e de produção musical para games, vagas para meninas e também para portadores de necessidades especiais, algo que tem muita relevância não só para a comunidade gamer, mas para toda a sociedade.

GAME XP
Divulgação: Game XP 2018/ I Hate Flash

Games, eSports e Entretenimento

Não tivemos competições femininas neste último dia de Game XP, mas jogos importantes marcaram a despedida do evento: as finais de CS:GO do TUES Sul-Americano e as finais do Brasileirão de Rainbow 6 Siege deixaram o público em êxtase. Os demais espaços, tanto na Experience Bay como na GameZone, continuaram lotados mais uma vez, com muita gente ansiosa para testar mais um pouquinho de todas as novidades e jogos disponíveis. Pac Man World, em tamanho gigante, foi a sensação dos mais pequenos, e muitos jogos antes considerados “exclusivos” para meninos foram disputadíssimos pelas meninas, como o NBA2K e a quadra de LED na NBA Fan Zone, as atividades de Rainbow 6 e PES 2019, e os jogos de fliperama. Além disso a Microsoft trouxe o espaço Xbox Experience, com diversos títulos exclusivos, e a Ubisoft Arena foi destaque com For Honor e Assassin’s Creed: Odyssey.

E a Art Street também teve seu espaço, ainda que modesto. Os destaques ficam por Ivan Reis, quadrinista exclusivo da DC Comics e responsável pela arte da nova revista Superman, e por Raquel Segal e Carol Borges, as únicas mulheres no espaço. Na última atração da GamePlay Arena, uma conversa muito carismática com os dubladores de Overwatch: Carol Crespo, Gustavo Nader, Marisa Leal e Ricardo Juarez, com suas vozes icônicas, emocionaram não apenas quem é gamer, mas a todos na plateia lotada!

GAME XP
Divulgação: Game XP 2018/ I Hate Flash

Mercado de Games no Brasil

A Game XP preparou um Hackathon em parceria com a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial e a BRF, muito motivador para os apaixonados por desafios. Pensando em gamificação e tecnologia para criar soluções inteligentes a serviço da indústria, a presença feminina estava nos grupos participantes do Hackathon e também na banca de jurados que analisaram a viabilidade das propostas. Isso é muito importante para todos no cenário gamer/tecnológico, principalmente pensando na inclusão de meninas e mulheres em uma área que ainda é predominantemente masculina.

Na sequência aconteceu a palestra O Mercado de Games no Brasil: evolução e perspectiva, com o Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão e convidados – destacamos Ana Ribeiro, a única mulher e desenvolvedora do painel. Ele apresentou os dados do 2º Censo da Indústria de Jogos Digitais, demonstrando a expansão do setor no Brasil e no mundo, os investimentos governamentais em games e o impacto do desenvolvimento e consumo de jogos no crescimento econômico do país. Além de muitos dados e informações, os convidados também contaram um pouco de sua trajetória no universo gamer e mandaram mensagens de incentivo para o público: perseguir seus sonhos, perseverar, estudar muito e não ter medo de arriscar foram as palavras de ordem neste painel que mostrou todo o potencial da indústria e do mercado gamer brasileiro.

GAME XP
Divulgação: Game XP 2018/ I Hate Flash

A nossa impressão sobre o evento é que ele foi um marco na história brasileira dos games, não somente por ter tantas meninas participando, mas pela inclusão como um todo. Haviam muitas pessoas com necessidades especiais se divertindo, com uma equipe muito bem preparada para fazer com que a experiência fosse incrível para qualquer um! Todos os painéis tiveram intérpretes de libras, então não teve motivo para ficar de fora. Inclusive o jogo brasileiro em realidade virtual The Last Squad, desenvolvido pela Arkave, era calibrado em diversos níveis para garantir a imersão de QUALQUER jogador!

E com pouquíssimas exceções em que a presença feminina ficou de lado, foi possível ver todo o poder que nós, mulheres, temos dentro deste universo. Elas estavam por todo o lado, em todas as atividades, mostrando que sabem sim jogar e entendem muito de tecnologia! Seja no competitivo dos eSports ou apenas se divertindo, elas marcaram presença e foi realmente inspirador ver tantas meninas e mulheres ali, em um território que sempre foi dos meninos! Os tempos mudaram, e ver isso com os próprios olhos é emocionante. Esperamos que as próximas edições continuem investindo em participação, espaço e lugar de fala feminino, e que outros eventos e organizações se espelhem neste que foi em muitos sentidos o maior evento gamer da história.

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No momento gamer casual. Em tempo integral Comunicadora, Relações Públicas e Pesquisadora. Freela como Produtora de Conteúdo, Redatora e Social Media. Pisciana e sonhadora, meio louca dos signos, meio louca dos gatos. Fã de tecnologia, games, e-sports, quadrinhos e outras nerdices legais!
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