No filme Wifi Ralph: Quebrando a Internet, segunda aventura do vilão mais doce dos games, a Disney vestiu a causa do feminismo e brincou com o estereótipo de princesa, perpetuado por eles mesmos, nesta animação que chegou aos cinemas brasileiros em 3 de janeiro de 2019.
Em Wifi Ralph: quebrando a internet os estúdios Disney apresentam uma história que tem por objetivo atrair as meninas, já que a estrela do longa é Vanellope, a princesinha mais veloz dos Arcades. Como já vem acontecendo em filmes anteriores do estúdio, as histórias de princesas estão ganhando versões atualizadas e mais conectadas com a realidade da vida moderna. Dito isso, são tantas as temáticas feministas abordadas, que qualquer coração militante se enche de orgulho. Claro, que como qualquer outra produção da Disney, ainda existem problemas, como a exaltação da beleza. Porém, vamos nos concentrar nas coisas interessantes do filme e falar sobre elas.
O empoderamento de Vanellope
Vanellope já é considerada uma princesa diferente por ser uma corredora. Entretanto, no filme ela encontra uma garota mais destemida que ela, Shank, uma jovem que pilota um carro turbinado, faz manobras radicais, tem um grupo de seguidores e, principalmente, não depende de ninguém. Além disso, é uma pessoa que não vive conforme as regras, pois Shank é uma pessoa que vive perigosamente. A presença dela faz Vanellope perceber que pode ser o que quiser. Que existem outras possibilidades além do fliperama.
Falando sobre princesas
Os contos de fadas em suas versões originais são verdadeiras histórias de terror, já que foram baseados em narrativas da tradição oral que tinham por objetivo educar as crianças para que estas se mantivessem longe de problemas. O “viveram felizes para sempre” como a gente conhece foi inventado por Walt Disney, quando suavizou o conto da Branca de Neve e começou o seu time de princesas.
Em Wifi Ralph temos uma alteração nesse estereótipo de princesas criado nos filmes do gênero. Uma vez que o encontro de Vanellope com as demais princesas foi a oportunidade que a Disney não desperdiçou para falar sobre feminismo.
O diálogo entre as princesas e Vanellope apresenta as principais características dos filmes baseados em contos de fadas da Disney. Sendo que, a única semelhança entre as princesas e Vanellope era o Ralph, o cara superprotetor que não deixa a mocinha ser quem deseja. Uma clara comparação com o patriarcado que impediu que as mulheres assumissem posições de liderança, ou que ignorou durante anos a contribuição de mulheres incríveis em fatos que mudaram a história. O diálogo fala sobre vestidos que impedem o movimento, que somente as boas meninas conseguem ser felizes, sobre esperar pelo príncipe que vai te salvar e sobre o homem que muda a história da jovem vulnerável.
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A mocinha indefesa
Ralph é o típico cara que não aceita mudanças, que quer manter as coisas como estão por comodismo ou medo. Quando encontrou Shank Vanellope, percebeu que o mundo é repleto de opções, que não precisava se conformar com aquele cenário que não combinava mais com a sua evolução. Mas, Ralph acredita que Vanellope precisa ser salva, no caso, da má influência de Shank, que ameaçava sua vida perfeitamente segura.
Só que numa dessas viradas que a jornada do herói proporciona, Ralph é quem precisa ser salvo, não a princesinha Vanellope. É nesse momento que o girl power toma conta da tela e as princesas se juntam para ajudar uma amiga. O mundo mudou e as mulheres não querem somente casar, desejam ser guerreiras como a princesa Valente. Corredoras como a princesa Vanellope e livres para fazer o que desejam como Shank.
No momento que as princesas se juntaram para ajudar Vanellope a salvar Ralph, temos a inversão de papéis. Não é mais a princesinha chorando aguardando para ser resgatada, agora são amigas praticando a sororidade para ajudar um amigo em situação de vulnerabilidade.
De uma forma lúdica, a Disney colocou na tela as principais pautas do feminismo para que as meninas já entrem em contato com o tema. Foi uma decisão acertada do estúdio, que começou com a repaginada de alguns clássicos, como “Branca de Neve” e “A Bela Adormecida”. E isso é o que faz de Wifi Ralph um filme que tem uma lição de moral aos moldes dos primeiros filmes da Pixar.