[SÉRIES] A liderança e a força de Nico Minoru em “Marvel – Fugitivos”

[SÉRIES] A liderança e a força de Nico Minoru em “Marvel – Fugitivos”

A segunda temporada de “Marvel – Fugitivos” (no original: Marvel’s Runaways) estreou em dezembro do ano passado e causou nos fãs dos fugitivos uma mistura de alegria, tristeza, raiva e apreensão – esta última, principalmente, por conta do último episódio e de um possível desenrolar para a terceira temporada. Entre efeitos especiais superiores ao da primeira temporada e os protagonistas mostrando mais maturidade, uma personagem em especial mostrou-se não somente uma excelente líder como também lutadora ímpar: Nico Minoru. Pode-se dizer, com tranquilidade, que Nico foi o maior destaque da segunda temporada.

AVISO: Contém spoilers da primeira e segunda temporada

Nico Minoru

Na primeira temporada, Nico mostrou-se como uma espécie de “braço direito” do líder da turma de adolescentes fugitivos (Alex). Um relacionamento amoroso entre os dois acabou acontecendo – referência direta às primeiras edições das HQs que serviram de inspiração para a série –, porém Alex acaba traindo a confiança de Nico ao esconder um segredo relacionado à Amy, a sua irmã que foi morta graças aos planos do ORGULHO, e Nico não perdoa a mentira do “parceiro de fuga”.

Já na segunda temporada, após o confronto entre Nico e Tina (sua mãe e também membro do ORGULHO), a adolescente toma a frente do grupo e decide treinar a equipe, afinal eles não poderiam mais ser pegos desprevenidos. Com a sua postura séria (marca registrada), ela reúne os outros, toma decisões – e até a frente – em algumas batalhas cruciais, como a invasão do esconderijo dos fugitivos, que ocasionou na mostra da dimensão negra, conhecida principalmente pelos fãs de Doutor Estranho – dimensão essa que deve ser mais explorada em outras oportunidades, afinal Nico Minoru deixou claro que tem capacidade de aprender a controlar seu poder total.

Nico Minoru

Ainda na primeira temporada também é explicado como Nico adquire o bastão detentor de poder – e como a mesma o manuseia em situações diversas. Já na segunda temporada os fãs confirmaram que não apenas o bastão “a escolheu”, como também Nico está aprendendo aos poucos sobre ele e sobre si mesma. Graças ao utensílio que Nico fez questão de buscar na casa dos próprios pais, após a liderar uma missão junto com Karolina e Molly, os fãs puderam assistir embates icônicos e ver Nico envolvida com a missão dos fugitivos: vingar o que os pais fizeram não somente com os jovens que assassinaram, como também com os próprios filhos, entregando-os para a polícia e perseguindo-os como se eles fossem assassinos.

O destaque se dá na luta final entre Nico e os pais, Tina e Robert, na sede do ORGULHO, após drones seguirem ela e Karolina. Para quem gosta de artes marciais, a luta entre os três é um prato cheio, com direito a movimentos graciosos que deixam qualquer praticante de kung fu impressionado. Já para os amantes de magia, a parte em que Nico é “possuída” novamente pela dimensão negra – e fala o lendário “Smash!” –, ocasionando a destruição da sede do ORGULHO e a derrota dos pais (somente com a batida do bastão no chão) causa um misto de arrepio e surpresa, afinal o poder do seu utensílio, combinado com a força da sua raiva, acabou com o embate, dando a vitória merecida (e muito sofrida!) para a adolescente.

Um ponto alto da sua relação com a dimensão negra é que a ela ainda tenta negar os seus poderes e ainda acha que pode vir a machucar um dos seus amigos, entretanto uma das falas de Karolina – com quem Nico tem um relacionamento amoroso na segunda temporada inteira – faz com quem a jovem repense sua condição: “Talvez a escuridão faça parte de você, Nico. De quem realmente és e tudo bem se for isso.”.

Nico Minoru

Leia também:
>> [SÉRIES] Gaycation: uma viagem pela realidade da comunidade LGBTQ pelo mundo
>> [SÉRIES] “Sex Education” retrata a importância de se falar honestamente sobre sexo
>> [SÉRIE] Tokyo Girl Guide: reflexões sobre ser mulher em um dos melhores doramas de todos os tempos

Nico Minoru foge dos “padrões adolescentes” de séries americanas do estilo “dark”. Wiccana, dotada de meias palavras e desconfiada de todos ao seu redor, ela tem um grande senso de justiça aliado à vontade de ajudar os outros, além de todo o carinho que nutre por seus amigos, principalmente por Karolina, o seu porto seguro em meio a toda confusão que está vivendo.

Tudo isso fez os fãs de “Marvel – Fugitivos” (e aqueles que caíram de cabeça na série, mesmo sem ter lido as HQs) se apaixonarem ainda mais por Nico Minoru nessa segunda temporada: uma personagem de espírito justo, que mesmo em meio à escuridão – seja ela a dimensão negra, a morte da irmã Amy ou a condição dos pais assassinos – conseguiu liderar um grupo de adolescentes amedrontados, mas que acima de tudo contou com o apoio uns dos outros.

A primeira temporada está disponível na Netflix. A segunda temporada, que foi disponibilizada completa no serviço de streaming da Hulu, recebeu elogios e notas altas em sites como o Rotten Tomatoes (84%). Já a terceira temporada de “Marvel – Fugitivos”, caso seja confirmada pela Hulu, mostrará uma Nico Minoru ainda mais forte, liderando uma missão de resgate (lembrando que Jonah, no corpo de Victor Stein, sequestrou Chase e Karolina no final da segunda temporada) e determinada a fazer justiça.

Autora convidada: Prhyscilla Rodrigues é professora por esporte e fã da figura feminina em tudo o que é arte.

Escrito por:

279 Textos

Site sobre cultura e entretenimento com foco em produções feitas e protagonizadas por mulheres.
Veja todos os textos
Follow Me :