[CINEMA] “Tallulah” e a questão do instinto materno

[CINEMA] “Tallulah” e a questão do instinto materno

Tallulah foi lançado pela Netflix dia 29 de julho. A história trata de uma garota que sequestra um bebê depois de ver que ele não recebia os cuidados adequados, mesmo ela própria não tendo condições financeiras para cuidar dele.

Não contém spoilers

O filme foi escrito e dirigido por Sian Heder, também roteirista de “Orange is the New Black”. O filme é todo centrado em mulheres. Todas com nomes, história própria e que conversam entre si. Pouquíssimos diálogos trataram sobre homens, e o tema do filme é a falta de instinto materno, quebrando a premissa de que toda mulher tem um instinto natural para ser mãe.

577581ce3e3d67755d446816_Tallulah-Movie-meca-2Talulah, mais conhecida como Lu, é uma garota que vive em uma van, ela não tem trabalho ou família e vive principalmente do que consegue roubar. Logo no início do filme, ela aparece na van com o namorado e por reflexo, imaginei que a van fosse dele. Fiquei bem feliz ao descobrir que na verdade pertencia a ela.

Quando uma hóspede em um hotel confunde Lu por uma funcionária, ela acaba conhecendo a filha da moça, uma criança de (supostamente) um ano, que aparece sem roupas, fralda e brincando com uma garrafa de vidro. Assustada com a situação em que a criança vive, Lu a leva consigo.

O filme tem três personagens importantes. Além de Lu, há uma mulher que, devido a determinadas circunstâncias, está ajudando a tomar conta da criança. Ela é escritora e tem um arco próprio dentro do filme. Recém separada, ela encontra dificuldades de superar o termino do casamento, principalmente por ter descoberto que seu ex-marido é gay e já sabia disso mesmo se casaram. 

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A terceira personagem é a mãe da criança. Ela aparece como uma mulher vaidosa, que está viajando com o dinheiro do marido (e traindo ele), bêbada e completamente sem noção. O desenvolvimento da personagem no filme foi incrível e acredito que ela representa uma grande quantidade de mulheres na vida real. Há um diálogo sensacional onde ela admite que não queria ter uma filha. Embora isso já estivesse bem óbvio desde o início, é incrível ver ela própria admitindo isso, dizendo que esperou a vontade de ser mãe chegar, mas que nunca veio.

Mas espera aí, e o pai da criança, ele não aparece? Ele aparece sim. Ele descobre depois de dias que a filha foi sequestrada, e vai ao encontro da esposa para xingar ela, dizendo que o sequestro era culpa dela, por não ter cuidado devidamente da criança. E então some novamente.

Achei o filme todo incrível, e muita coisa pode ser aproveitada nele. Ele tem um ritmo bem legal e menos de duas horas, além de ter a Ellen Page como protagonista. Recomendo bastante.

Escrito por:

25 Textos

Apaixonada por livros de capa dura, filmes com bastante drama, histórias em quadrinho, jogos de estratégia e essas coisitas mais. Sempre começa a escrever mais textos do que é capaz de terminar. Formada em desenvolvimento de sistemas, fã de Tolkien e criadora do Dragões Encaixotados.
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