Mulher-Maravilha: edição especial celebra os 75 anos da heroína

Mulher-Maravilha: edição especial celebra os 75 anos da heroína

Em 2016, a Mulher-Maravilha comemorou seus 75 anos, e acabou por receber diversas homenagens (como os diversos painéis em eventos, lançamento de produtos e a infelizmente revogada nomeação para embaixadora da ONU), além de receber muita atenção pela sua primeira aparição na tela grande em Batman vs Superman – A Origem da Justiça, vivida por Gal Gadot. Em meio a tudo isso a DC Comics lançou em outubro uma edição especial para comemorar esse importante marco, intitulada Wonder Woman 75th Anniversary Special #1.

Com a participação de diversos escritores e artistas (incluindo os brasileiros Rafael Albuquerque, Rafael Scavone, Fábio Moon, Marcio Takara e Marcelo Maiolo), o projeto é uma coletânea de histórias da heroína, com cada uma salientando um aspecto marcante da personagem (seu poder como símbolo, sua bondade, sua força, ou mesmo sua busca constante por justiça).  

Contando com 79 páginas, a revista recebeu três capas (a principal feita por Jim Lee e Alex Sinclair, e as duas capas variantes feitas pelos atuais ilustradores das revistas quinzenais da heroína, Liam Sharp e Nicola Scott, e coloridas por Laura Martin e Romulo Fajardo Jr., respectivamente); sete ilustrações avulsas (feitas por Jenny Frison, Annie Wu, Yanick Paquette e Nathan Fairbairn, Sebastian Fiumara e Nathan Fairbairn, Claire Roe e Jordie Bellaire, Marcio Takara e Marcelo Maiolo, e Phil Jimenez e Romulo Fajardo Jr.), e dois ‘especiais’ (uma compilação de capas e esboços feitos por Brian Bolland entre 1992 e 1995, período em que ele ilustrou as capas de “Mulher Maravilha”; e uma entrevista especial ‘feita’ por Lois Lane, intitulada Wonder Woman in Conversation, ‘transcrita’ por Greg Rucka, atual escritor de “Mulher Maravilha”, e ‘fotografada por’ Liam Sharp e Romulo Fajardo Jr.).  

Mas a maior parte da revista é tomada por uma coletânea de dez histórias: a primeira Give us Strength, feita por Rafael Albuquerque e Rafael Scavone tem o traço inconfundível de Albuquerque (conhecido por sua parceria com Scott Snyder tanto em “Batman” quanto em “Vampiro Americano”, obra criada pelos dois) e coloca a guerreira amazona em um cenário bem conhecido pela personagem, a Segunda Guerra Mundial, a Mulher Maravilha aqui é retratada como um símbolo que mostra a aproximação de dias melhores; Predators por Brenden Fletcher e Karl Kerschl mostra um outro lado da heroína, colocando-a em contato com a natureza, quase como se ela fosse seu espírito protetor; One Side Alone por Mairghread Scott e Riley Rossmo é uma das histórias com um peso moral mais forte, discutindo a ideia de justiça e como ela é encarada de diferentes maneiras dependendo dos padrões estabelecidos por cada sociedade; Oh, Themyscira por Liam Sharp mostra o lado saudoso de Diana, sempre visto quando ela está afastada de seu lar, a ilha das Amazonas; The Age of Wonder por Fábio Moon é mais uma história retratando o poder simbólico da personagem, dessa vez nos tempos atuais, mostrando como ela consegue inspirar a todas as pessoas, inspiração que não está ligada a aparência ou gênero, mas aos valores representados por ela; Wonder Woman 75 Song por Marguerite Bennett e Marguerite Sauvage é uma ilustração de página dupla que conta a história da personagem em uma forma poética;

The Legend of Wonder Woman por Renae Liz é uma história inserida no universo já criado por Liz em sua revista digital homônima (muito bem recebida pelos críticos e pelo público e infelizmente cancelada) que mostra Diana também em um cenário de guerra, mas dessa vez tendo como maior preocupação poupar vidas dos dois lados do conflito, agindo o máximo possível através do diálogo, a história conta ainda com a participação de Steve Trevor e Etta Candy; Wonder Woman: The True Amazon por Jill Thompson faz parte de uma revista maior escrita por Thompson (conhecida por trabalhos como “Pequenos Perpétuos”, lançada aqui no Brasil pela Panini) e conta uma história que passa enquanto Diana ainda estava na ilha das Amazonas; Democratic Design por Hope Larson e Ramon Bachse tem um enredo mais leva, mostrando Diana e Etta indo a uma loja de conveniência; a última história Big Things One Day Come por Gail Simone e Collen Doran conta com a participação especial do Superman, e mostra a Mulher Maravilha como confiável e bondosa ao ajudar o homem de aço contra um vilão e ao mesmo tempo dar conselhos a uma garotinha que acabou de receber poderes (Simone, que é veterana nas histórias da heroína, mostra mais uma vez por que ela é uma das heroínas mais importantes da história). 

A revista foi muito bem pensada para servir tanto aos fãs da personagem que já acompanham suas aventuras há algum tempo, quanto para alguém que não a conhece tão bem, tendo a oportunidade de vê-la retratada de diversas formas, ao mesmo tempo em que é um bom mostruário dos próprios autores, possibilitando que alguns deles (que normalmente não estariam trabalhando com personagens como ela) sejam conhecidos por esse público que só acompanha os quadrinhos mais conhecidos de super-heróis (como o caso de Moon, por exemplo). É bem provável que a revista chegue ao Brasil em 2017, provavelmente perto do lançamento do filme solo da heroína, por enquanto ela está disponível para nós em inglês em formato digital pela Amazon (box completo) e a ComiXology (1ª revista, que foi comentada nesse texto).  

Algumas obras da Mulher Maravilha disponíveis no Brasil:

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16 Textos

Bat-fã, que ama cachorros, quadrinhos, chocolates e coisas velhas. Formada em História pela Universidade de São Paulo; tem como metas de vida trabalhar com arquivo histórico e HQs (de preferência ao mesmo tempo), e convencer sua irmã mais velha de que a Canário Negro venceria em um combate corpo a corpo contra a Caçadora.
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