[QUADRINHOS] Storm Apresenta: “Ember – A lenda de Krill” (resenha)

[QUADRINHOS] Storm Apresenta: “Ember – A lenda de Krill” (resenha)

Em 1976, o quadrinista inglês Don Lawrence (“The Trigan Empire”) começou a trabalhar para a editora holandesa Oberon, onde foi responsável, em parceria com Martin Lodewijk, pela criação da série de ficção científica em de quadrinhos Storm. O título durou mais de vinte anos nas mãos de seu criador, que desenhou 22 volumes, e pode ser separado em duas partes: A primeira, “Crônicas do Mundo das Profundezas”, conta a história dessa Terra pós-apocalíptica entregue à barbárie e do astronauta Storm, do século XXI, que sobreviveu a um acidente entre as imensas tempestades de Júpiter e acaba sendo transportado para esse futuro. Já a segunda parte, as “Crônicas de Pandarve”, conta as aventuras de Storm e sua companheira, a bárbara ruiva Ember no multiverso criado por Lawrence e Lodewijk,  onde eles enfrentam o teocrata Marduk, que quer acabar com Storm, a quem ele considera uma anomalia devido à sua viagem no tempo.

Ember
Storm The Collection Part 1: The Deep World / The Last Fighter

Em 2014 foi a vez de Ember ganhar uma história solo, que chegou ao mercado brasileiro em 2016 através do ótimo trabalho editorial da Avec.  Em “A lenda de Krill”, escrita pelo americano Roy Thomas (“Conan” e “Red Sonja”) com arte de Romano Molenaar (“X-Men Unlimited” e “Detective Comics”) somos apresentados às origens da ruiva, antes dela ter se encontrado com Storm.

Aos 19 anos, Ember desafia as convenções de sua aldeia natal ao afirmar que pretende se tornar uma guerreira, ao invés de se conformar com o papel esperado de uma mulher em sua sociedade. Mas antes de poder chegar a um acordo com seu pai, a aldeia onde vivem é atacada pelas tropas do impiedoso Raghus, o senhor da guerra, devido a uma antiga profecia que afirmava que uma criança da antiga família real, adotada pelos bárbaros, voltaria para se vingar daqueles responsáveis pelo fim de sua linhagem. Acreditando que Ember é essa criança da profecia, Raghus pretende fazer dela um exemplo para qualquer pessoa que desafie o seu poder.

Ember é a típica protagonista de histórias de aventura: ela é destemida, confiante e busca trazer justiça para seu povo enquanto procura entender sua própria origem e seu lugar no mundo.

A história escrita por Roy Thomas traz muitas das características das aventuras de Storm dos anos 1970 e até mesmo do trabalho do roteirista nos títulos do Conan, uma Ficção Científica soft com uma história simples, mas com muita ação, o que a torna perfeita para os leitores mais jovens que buscam um primeiro contato com o universo do Mundo das Profundezas. Embora diferente da arte imortalizada por Don Lawrence, o traço de Romano Molenaar, que trabalha em títulos da série Storm desde 2005, é mais atual e ajuda na identificação com esse público mais jovem.

O trabalho editorial e a tradução do volume merecem destaque por sua ótima qualidade. Faltou apenas uma introdução ao trabalho dos envolvidos no projeto, pois, apesar de já fazer um bom tempo que a série foi lançada em português, pode ainda ser desconhecida por muitos dos leitores mais novos – justamente o público alvo dessa história.


Ember
Ember – A lenda de Krill

Roy Thomas e Romano Molenaar

47 Páginas

Editora Avec

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Essa obra foi cedida pela editora para resenha.

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Escrito por:

46 Textos

Formada em Comunicação Social, mãe de um rebelde de cabelos cor de fogo e cinco gatos. Apaixonou-se por arte sequencial ainda na infância quando colocou as mãos em uma revista do Batman nos anos 90. Gosta de filmes, mas prefere os seriados. Caso encontrasse uma máquina do tempo, voltaria ao passado e ganharia a vida escrevendo histórias de terror para revistas Pulp. Holden Caulfield é o melhor dos seus amigos imaginários.
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