[LIVROS] Violeta Parra – Para Meninas e Meninos: Coleção AntiPrincesas

[LIVROS] Violeta Parra – Para Meninas e Meninos: Coleção AntiPrincesas

Uma das propostas mais interessantes que a Coleção AntiPrincesas traz, é ser feita para meninas e meninos, demonstrando a urgente necessidade de debatermos as questões de gênero com as nossas crianças, para que, quem sabe assim, a próxima geração consiga viver em uma sociedade um pouco mais justa e menos machista e Trans-Lesbo-Homo-Fóbica. Por isso, num post anterior, comentamos sobre a importância da coleção e aproveitamos para falar um pouco sobre a #1, que contou a história da nossa querida Frida. Agora, no entanto, é a vez de adentrarmos no peculiar universo da artista Violeta Parra, a nossa princesa nômade que quebrou os paradigmas de sua época e se aventurou ao traçar seus próprios caminhos.

É interessante notar que na coleção, além de nos apresentarem mulheres magníficas que marcaram a história, há um olhar todo especial quando fazem um recorte não só de gênero, mas também de origem. Isto porque, nossas antiprincesas são mulheres e latinas!

Violeta Parra
Ilustração de Pitu Saá (Antiprincesas)

A edição #2 traz a história de Violeta Parra que, para muitas pessoas que “já ouviram falar deste nome”, não passava de “alguém que eu precisava conhecer” mas que, infelizmente, por desleixo ou esquecimento, nunca procuram por ela. Hoje, ela nos encontrou.

Ao submergir nesse universo rural e simplório de Violeta, o livro nos faz viajar no tempo, assim como é proposto na sua introdução. A paixão dela pela sua cultura e folclore nos deixa ansiosas para nos conectarmos ao wi-fi mais próximo, apenas para ouvi-la e vê-la no YouTube. Para dar um google em seu nome e saber mais sobre ela. Para recuperarmos todo o tempo perdido de quando ignorávamos a sua existência. O livro parece que nos deixa com sede de Violeta.

Violeta Parra
ilustração de Pitu Saá (Antiprincesas)

Nômade por escolha, percorria os vilarejos e campos do Chile para conhecer e compilar as canções e histórias de seu povo. Uma forma que ela encontrou de resgatar a sua própria cultura e, quem sabe, eternizá-la. Violeta chegou ao ponto de ter que escolher entre a sua arte e o “amor”, e claro, optou pela arte e continuou por este caminho que acabou levando-a a festivais internacionais e exposições dos seus trabalhos pelo mundo afora.

“Gracias a la vida que me ha dado tanto.
Me dio dos luceros que, cuando los abro,
Perfecto distingo lo negro del blanco,
Y en el alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo.”

Apesar de curto, até pela própria proposta e público que se pretende atingir, o livro é incrível e mais uma vez só nos resta tecer elogios sobre à obra da Nadia Fink, lindamente ilustrada por Pitu Saá. Além de leve e divertido, ele tenta ser bastante interativo, abrindo espaço para que as meninas e meninos acompanhem o famoso passarinho perguntador de Violeta e façam as atividades propostas e baseadas em sua história, como arte à partir de materiais recicláveis ou ainda brincar com a sua imaginação na criação de cancioneiros. Apesar de direcionada para crianças, a leitura da coleção ultrapassa qualquer idade. Então não se envergonhem quando passarem pelo setor infanto juvenil apenas para folhear ou de fato comprar o livro.

Violeta Parra
Ilustração de Pitu Saá (Antiprincesas)

Curiosidades

Como falamos acima, o livro nos deixa com sede de Violeta, e por isso achamos interessante dividir com vocês algumas dicas e curiosidades dessa mulher incrível que nos deixou sua arte como legado:

Filme

Existe um longa-metragem chamado “Violeta foi para o céu”, do diretor Andrés Wood, que teve a colaboração de seu filho, o compositor e interprete Ángel Parra (que escreveu o livro intitulado “Violeta se fue a los cielos”).

Museu

Se for visitar o Chile, não deixe de conferir o Museu Violeta Parra, que conta com um acervo de obras da artista.

“O museu Violeta Parra é a concretização de um desejo que por anos possuiu os filhos da artista, Isabel e Ángel Parra, que através da Fundação Violeta Parra e após um longo trabalho, conseguiram reunir as obras que hoje são exibidas neste espaço, muitas das quais estavam dispersas por diferentes pontos do planeta devido à natureza generosa da artista, que as presenteava a seus amigos e conhecidos.

As obras de arte foram entregues em comodato à Fundação Museu Violeta Parra, criada em 2014 especialmente para conservar, restaurar, difundir e valorizar o legado desta grande criadora chilena.

O edifício é uma obra pública financiada pelo Estado chileno e foi inaugurado no dia 4 de outubro de 2015 – 98 anos após o nascimento da artista – em cerimônia presidida pela Presidenta Michelle Bachelet. É um espaço desenhado pelo arquiteto Cristián Undurraga, que permite tomar contato com o enorme legado artístico, social e cultural que Violeta Parra deixou ao Chile e ao mundo.”


Anti Princesas. Violeta Parra

Nadia Fink, Pitu Saá (Autoras)

Editora Sur

26 páginas

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Escrito por:

51 Textos

Feminista e membra da União de Mulheres de São Paulo, onde é coordenadora adjunta do Curso de Promotoras Legais Populares, projeto voltado para a educação popular e feminista em direitos. É viciada em Lego, apaixonada por ficção científica/terror/horror, apocalipse zumbi e possui sérios problemas em procrastinar vendo gif’s e não lembrar o nome das pessoas. No mundo real é advogada.
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