[EVENTO] XVIII Bienal do Livro Rio: Confira nossa cobertura do evento!

[EVENTO] XVIII Bienal do Livro Rio: Confira nossa cobertura do evento!

Entre os dias 31 de agosto de 10 de setembro, aconteceu a XVIII Bienal do Livro Rio, sediada no Riocentro. O evento, que é considerado um dos maiores eventos literários do país, reuniu diversas editoras do ramo, apresentando eventos paralelos como o 2º Fórum de Educação, Encontro Internacional de Profissionais do Livro, além de alguns eventos temáticos, como o Geek & Quadrinhos e conversas com autores. A programação era bastante ampla, focando as palestras e mesas redondas mais populares nos fins de semana, com uma grande variedade de temas.

O ingresso por dia de evento era de R$24, sendo R$12 a meia entrada. Autores e profissionais gráficos podiam entrar gratuitamente, permitindo um ambiente de fomentação profissional. Feita a inscrição online, chegamos ao local do evento no momento de sua abertura. É surpreendente o tamanho do lugar, contando com 3 grandes prédios apenas para a Bienal.

Nossa primeira impressão não foi muito boa, já que não havia sinalização indicando a entrada e nem pessoal treinado para ajudar nesse sentido. Andamos mais de meia hora aos arredores dos prédios, recebendo  informações discordantes sobre onde de fato devíamos ir para fazer o credenciamento. Depois de muitas voltas, encontramos a enorme bilheteria, preparada para receber milhares de participantes. A partir dali era mais fácil de se localizar, com alguns profissionais treinados para o auxílio necessário e sinalização.

XVIII Bienal do Livro Rio:

Entramos pelo pavilhão laranja, onde encontrava-se grande parte dos autores independentes e a venda de material infanto-juvenil. Entre grandes editoras e lojas especializadas, os autores pareciam levemente destoantes, com temas bastante variados de trabalho e nem sempre adequados à temática geral do pavilhão. Como eu havia observado o mapa do evento antes, imaginava que encontraria muitos autores independentes naquele espaço, mas o número era bem reduzido.

XVIII Bienal do Livro Rio:

No pavilhão azul encontramos as grandes editoras e livrarias. Com estandes lindíssimos, um espaço perfeito para os fãs de grandes autores como J.K. Rowling, Clarice Lispector e Neil Gaiman, com cenários prontinhos para selfies. Eles aproveitaram para fazer grandes lançamentos ao longo do evento, com edições de luxo que deixava difícil se afastar dos livros. Os preços ainda eram meio salgados, mas como grande parte desses eventos, os descontos massivos foram provavelmente deixados para o fim. Também conseguimos encontrar pequenas editoras nesse prédio, muitas delas com os autores de seus livros marcando presença no evento.

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Surpreendeu a quantidade de autoras que estavam presentes, apresentando suas obras e divulgando outros trabalhos – algumas delas até deram um oi na página do Delirium Nerd, chamando ao vivo o pessoal para comparecer à Bienal. Essa parte foi ótima; é completamente diferente ver o livro com a perspectiva do autor, e fiquei muito feliz em ver tantas mulheres estão entrando nesse ramo com força total. Como esse espaço era enorme, foi onde ficamos mais tempo observando as novidades e conversando sobre o ramo literário com os profissionais da área.

XVIII Bienal do Livro Rio:

Por fim fomos ao pavilhão verde, que na verdade era o mais aguardado por nós. Lá encontrava-se o espaço Geek & Quadrinhos, diversas editoras Nerds e era o local das rodas de conversas e palestras. Com a expectativa super alta, ficamos decepcionadas de notar que o espaço Geek era pequeno, apenas voltado para palestras, desafios ilustrados e jogos.

Ao redor dele, podíamos encontrar algumas editoras e lojas do ramo, mas ficava aquela sensação de que poderia ter muito mais variedade presente. Encontramos outras pequenas editoras por ali, podendo conversar mais um pouco com os novos autores. O pavilhão também contava com praça de alimentos e alguns espaços interativos mais voltados para as crianças.

XVIII Bienal do Livro Rio:

O feminismo marcou presença nas obras das novas autoras e nas palestras, tendo um certo destaque no evento. Já que o assunto está em alta, claro que é comercialmente interessante investir nesse universo, mas também torna comum certos clichês em cima do tema, então comemoramos com ressalvas.

Como grande consumidora de quadrinhos independentes, achei triste a falta de espaço voltado para isso. Usando a clássica fila de mesas junto a uma parede, poderiam estar presentes dezenas de autores com seus trabalhos, o que com certeza ia acrescentar bastante ao último pavilhão, que só possuía produção de quadrinhos de grandes editoras.

Depois de dois dias de evento, ficamos com uma sensação bastante mista sobre a Bienal. Se por uma lado o espaço era enorme e permitia muito passeio, era super longe de qualquer lugar, então bastante caro de chegar. Somando à entrada e ao preços gerais dos produtos, ficava um tanto quanto salgado de ir com a ideia de encher as estantes de livros.

Embora tivéssemos encontrado lindos títulos, somos de uma geração de compras online, então o atrativo precisa ser outro para justificar toda a viagem. Se a ideia era ir pelas palestras e eventos paralelos, aí sim acredito que a ida vale a pena, com temas e autores para todos os gostos, ao longo de 10 dias.

No mais, é um programa familiar e certamente um jeito bem legal de introduzir esse universo aos novos leitores, provavelmente por isso que nós, já bem calejadas na área, tenhamos tido essa sensação de mais do mesmo.

Para quem já tem suas estantes socadas de livros, recomendo a visita de edições futuras, mas acompanhando a programação de palestras e mesas redondas. Aproveite uma segunda visita lá no final do evento, onde o caos se instala e os preços caem para as editoras não terem que voltar com tantas caixas para casa.

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Designer, ilustradora, professora, gateira, leitora compulsiva de quadrinhos, louca dos projetos pessoais – quando sobra tempo, dorme.
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