[SHOW] Baby do Brasil Experience: a mulher que ainda dança com jeito de menina

[SHOW] Baby do Brasil Experience: a mulher que ainda dança com jeito de menina

Com a novíssima turnê Baby do Brasil Experience e de banda nova, Baby do Brasil visitou a cidade de Porto Alegre no dia 30 de Setembro. Mesclando os grandes sucessos com algumas novidades, uma das musas da música popular brasileira fez a alegria do público em mais de duas horas e trinta minutos de show.

Dez minutos antes da apresentação começar, ainda se viam muitos espaços vazios nas cadeiras do Auditório Araújo Vianna. Mas, se por um lado Baby não encheu o auditório, por outro ela encheu os olhos de todos que estavam presentes assim que surgiu. Às 21h 24min, a carioca subiu ao palco recebida pelos gritos de uma plateia heterogênea: pessoas com mais de 40 anos, casais, jovens e até mesmo famílias com crianças. Pluralidade que atesta o quanto o seu sucesso atravessa gerações.

Foi com “Força no Olhar” que a cantora iniciou o show. Vestida de preto e com um prata metálico cobrindo os detalhes do busto, a saia e as botas, Baby irradiava energia. Os cabelos roxos brilhantes e vibrantes pareciam se esparramar para o fundo do palco, iluminado por tons de lilás.

Se para os que já viram Baby do Brasil, o show tem um clima de reencontro, para os que a assistem de perto pela primeira vez, a sensação é íntima, provocando todos os imaginários existentes sobre a figura de uma artista que cresceu sob os holofotes. Junte a isso ao sorriso, à energia e a uma simpatia irresistível e arrebatadora e está pronto: em poucos segundos, a plateia já é toda de Baby.

Baby do Brasil
Baby do Brasil. Imagem: Reprodução

A cantora é acompanhada por amigos e parceiros de longa data, mas em uma formação inédita: Frank Solari na guitarra, Dudu Trentin comandando os teclados, Jorginhos Gomes na bateria, André Gomes no baixo, Daniel Santiago dominando a guitarra e o violão, e o percussionista Marcos Suzano. Juntos, os músicos foram responsáveis por dar o tom de renovação para tour que, segundo Baby, traz uma experiência totalmente nova. Acordes pesados, potentes e muito swing foram os elementos chave para acompanhar os vocais potentes de Baby do Brasil.

“Telúrica” foi a terceira música do setlist, que foi acompanha em coro pela plateia. A relação que Baby do Brasil estabelece com os fãs durante a apresentação parece ser a mesma relação que ela mantém com palco: de pura intimidade. Descontraída, conversou com os fãs em diversas vezes e sobre vários assuntos: sobre sua relação com o Rio Grande do Sul, sua admiração por Lupicínio Rodrigues, e até mesmo sobre sua fé e relação com Deus e Jesus Cristo.

Como ela bem havia avisado, esse era “um show onde tudo pode acontecer de bem”. Aviso cumprido ao tocar músicas inéditas do seu próximo trabalho, como a faixa “Pode Ser que Sim”. Para o próximo disco, o clima de romance e de inovação serão constantes, aviso dado pela própria cantora ao defender que “gosta de arriscar quando o assunto é música”.

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Logo após mais um momento de conversa, onde Baby transforma o show numa espécie de ensaio no quintal de casa, foi a vez de “A Menina Dança”, que incendiou o auditório e fez público se levantar das cadeiras, em um dos pontos altos da apresentação. Em sequência, para a felicidade dos fãs de longa data, a banda passou para “Menino do Rio”, que serviu de trilha sonora para que os casais se entrelaçassem ainda mais em apertos de mão e abraços. Os arranjos do baixo de André Gomes se destacaram, deixando o instante ainda mais envolvente. 

Elétrica e dançante, Baby se derretia junto com a plateia e declarava: “não vou aguentar, vou ter um piripaque dentro de mim!”. Acompanhando-a de perto ficava evidente o quanto a música pulsa na artista, que não parava nem mesmo por um minuto. Em um dos momentos mais intimistas do show, a cantora festejou grandes músicas nacionais, como ao interpretar a canção “Desafinado”, de Tom Jobim, “Malandro”, de Jorge Aragão, e até mesmo celebrou hits internacionais, como “Is This Love”, de Bob Marley.

Baby do Brasil
Baby do Brasil. Imagem: Andrea Rocha (Reprodução)

Rompendo expectativas, o show passou a marca de duas horas de duração, o que não pareceu incomodar ninguém da plateia. Sobre a duração, Baby fez questão de se explicar: “A verdade desse show é que ele é um concerto. Nós não estamos conseguindo parar em uma hora e vinte minutos! É preciso mais!”, se justificou, enquanto preparava-se para um momento apenas instrumental, onde a banda mostrou todo a sintonia e vigor.

Com o início da madrugada já batendo à porta, o auditório Araújo Vianna ainda explodia em swing. Tal qual uma criança hiperativa, a cantora se manteve cheia de sorrisos e espontaneidade e brindou o público com a elétrica “Tinindo Tricando”, e logo após, a mansa “Acabou o Chorare”, clássicos da fase em que fazia parte dos Novos Baianos.

Perto da meia-noite, a famosa intro de “Curumim Chama Cunhatã Que Eu Vou Contar” fez o público todo mundo clamar por mais dias de índio. Ao som de “Brasileirinho”, Baby dava seu até breve para o público gaúcho – que com aplausos e gritos tentavam convencer a artista a permanecer no palco por toda a noite. A atmosfera íntima e amistosa nos deixam com a sensação de que o público e Baby são bons amigos. Mesmo com um repertório bastante conhecido, o encantamento é conquistado pela voz, pela presença e pelo carisma dessa mulher que ainda dança com jeito de menina.

Imagem destacada: Baby do Brasil. Foto: Marcos Hermes (Reprodução)

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Estudante de jornalismo que ama milkshake, comidas veganas e poesia na mesma intensidade que não suporta desfazer malas ou arrumar o quarto. Vivendo sempre em um ritmo frenético, só a música consegue se fazer presente em todos os momentos. Ouve de tudo toda a hora e já fez playlist até para tomar banho.
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