Em Thrawn conhecemos a trajetória de um dos mais admirados personagens do universo Star Wars e, se dúvida, um dos mais brilhantes estrategistas militares de toda a galáxia. A obra é um mergulho nas entranhas sombrias do Império e do mal causado por ele. Não há mocinhos em Thrawn, não há embate entre Jedis e Siths nem nada assim.
Há jogos de interesse, traições e maquinações políticas – e tudo isso acontece dentro das esferas imperiais. Thrawn, já conhecido por quem viu a série animada Rebels e/ou leu a trilogia de Timothy Zahn, continua surpreendente e um dos personagens mais interessantes da franquia. É o epítome do que podemos chamar de frio e calculista. Como um jogador de xadrez, ele calcula cada movimento que faz, e pensa nas próximas jogadas possíveis muito antes do momento chegar.
Por conta do contexto, é um tanto difícil ter empatia por algum dos personagens, e mesmo os que têm essa capacidade de proporcionar algum nível de empatia com as leitoras se mostram, de um modo ou de outro, decepcionantes. Afinal, sejamos sinceras, não dá para morrer de amores por autoridades imperiais ou por pessoas que traem e manipulam o próprio povo em nome de sua carreia, né?
A representação feminina em Thrawn
Um aspecto muito significativo do livro é a personagem feminina, Arihnda Pryce (que também aparece na série Rebels). Pryce é uma mulher com um cargo insignificante em seu mundo, conhecido por ser uma das principais fontes de exploração mineral do Império. No entanto, é uma mulher muito ambiciosa e que não pede esforços para galgar posições. Ela nos mostra que é perfeitamente possível ter ótima representação feminina mesmo em uma obra cujo foco é um homem e cujo ambiente militar e político é estritamente masculino. Timothy Zahn dá uma verdadeira aula de escrita, nesse sentido.
Thrawn ainda nos brinda com participações dos principais nomes do lado sombrio da força, mas não daremos spoilers aqui! Em geral, é uma ótima leitura, principalmente para fãs da franquia. Afinal, não é sempre que mergulhamos profundamente nas entranhas do império e conhecemos seus mecanismos, suas políticas e seus problemas internos. O ponto possivelmente negativo da leitura vai para os trechos em que acompanhamos a mente de Thrawn em suas elaborações estratégicas. Se, por um lado, isso fundamenta o principal aspecto do personagem principal do livro – o de brilhante estrategista, por outro, pode tornar a leitura maçante e cansativa para algumas leitoras. No entanto, não acreditamos que essas partes desagradem a todas ou que façam o livro perder sua força.
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Star Wars. Thrawn
Timothy Zahn
472 páginas
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