25 obras essenciais de ficção científica escritas por mulheres (Parte 2)

25 obras essenciais de ficção científica escritas por mulheres (Parte 2)

A história da ficção científica no mundo ocidental deve muito às mulheres. Muitos dos trabalhos mais antigos e influentes no gênero de ficção científica foram escritos por mulheres que têm sido grandes escritoras do gênero ao longo dos anos. Para provar esta afirmação, montamos em uma lista rápida com 25 livros de ficção científica essenciais escritos por mulheres. 

>> Confira aqui a Parte 1 do especial!

To Say Nothing of the Dog, de Connie Willis

ficção científica

Nem todas as histórias de ficção científica precisam ser sérias, com assuntos pesados e conceitos científicos complexos. De vez em quando podemos apenas nos divertir. A história do universo de Oxford criado pela autora Connie Willis, povoado por professores universitários dos anos 2050 que viajam para o passado para pesquisar períodos históricos significantes, começou com um livro sério e igualmente essencial chamado Doosmsday Book. Porém, a sequência da história é mais engraçada. To Say Nothing of the Dog é uma farsa em estilo vitoriano sobre amor, paradoxos e identidades trocadas. Cada história da série é marcada pela pesquisa incansável de Willis, bem como por tramas com suspense e personagens tão adoráveis que você vai querer tirá-los da página e abraçá-los. A série é, dentro do gênero, uma das mais divertidas de ler, mesmo quando lida com, no caso de Doomsday Book, uma pandemia.

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The Stars Are Legion, de Kameron Hurley

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Em The Stars Are Legion, uma mulher chamada Zan acorda sem memória em uma enfermaria. Lá, conhece uma mulher chamada Jayd, filha do chefe dos Katazyrna, que diz que elas são irmãs e que Zan é única pessoa que pode ajudar seu povo. A partir deste início intrigante, Kameron Hurley nos joga furiosamente em um universo pelo qual mulheres lutam e morrem, a bordo de naves povoadas e controladas por suas populações, que são unicamente do sexo feminino. Essas mulheres dão à luz a todas as coisas necessárias para manter a nave saudável: filhos, monstros e até mesmo partes mecânicas feitas de carne. Mas o mundo Katazyrna está morrendo e a cobiçada nave Mokshi pode ter o segredo para salvá-lo. Antes que Zan possa se acostumar à sua nova realidade, Katazyrna sofre uma emboscada e Zan e Jayd assumem novos papéis perigosos, e lutam por suas vidas em uma paisagem que muda constantemente. A história é uma ópera espacial como nunca vista antes – raivosa, feminista, ferozmente inventiva e bastante assustadora.

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A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada, de Becky Chambers

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Em seu segundo romance, Becky Chambers escolheu não repetir os prazeres encontrados em seu livro de estreia, A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil, e optou por contar um tipo diferente de história, que se passa no mesmo universo confuso. A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada tem uma narrativa mais compacta e conta a história de uma inteligência artificial chamada Lovelace, a quem as leitoras do primeiro livro irão reconhecer, como sendo o antigo cérebro da nave Andarilha.

O livro se inicia logo após o clímax explosivo do primeiro livro, enquanto Lovelace entra em um novo “corpo” e assume uma nova identidade. Acompanhando os engenheiros Pepper e Blue, a Andarilha parte para Porto Coriol para ganhar a vida – da maneira que for possível. A história de Lovelace se alterna à de uma garota chamada Jane, que trabalha em uma fábrica violenta e hostil. Jane é uma garota que mantém um relacionamento incomum e forte com as Inteligências Artificiais. A decisão de mudar o foco aumenta o universo criado por Chambers, ao mesmo tempo em que oferece uma história de ficção científica muito diferente e interessante.

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Jogos Vorazes, de Suzanne Collins

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Provavelmente esta série de livros não precisa de apresentação, considerando o quão influente ela foi, tanto para o gênero de ficção científica, quanto para o gênero da literatura juvenil. Suzanne Collins usa os terríveis Jogos Vorazes (nos quais crianças lutam até a morte como “tributos” oferecidos por seus distritos, como forma de punição simbólica por uma rebelião que ocorreu contra o governo distópico de Panem) para contar a história de uma resistência individual, um tema que suspeitamos que vai se tornar cada vez mais interessante à medida que nosso mundo evolui. Às vezes, a popularidade e a fama podem ofuscar as virtudes de um livro. Não deixe de ler Jogos Vorazes, apenas porque era impossível escapar da série alguns anos atrás.

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The Female Man, de Joanna Russ

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Joanna Russ pincelou temas feministas em todas as suas obras, e muitas pessoas leem o título deste livro (O homem feminino, em tradução livre), talvez seu livro mais famoso, e presumem saber o tema da obra. Mas não sabem. Até mesmo pessoas que já leram, provavelmente não entenderam tudo.

A premissa de The Female Man é relativamente direta: quatro mulheres vindas de quatro realidades diferentes se encontram e experienciam as vidas umas das outras. Os mundos variam, e vão de uma utopia onde os homens morreram há séculos, até um mundo distópico destruído pela guerra, onde homens e mulheres estão literalmente em guerra. Até aqui, tudo bem, mas a autora escreve o livro inteiro em uma série de perspectivas em primeira pessoa, e nem sempre fica claro a qual personagem pertence aquele ponto de vista. Frequentemente, a história pula de um personagem para outro sem avisar. Os resultados são difíceis de acompanhar e às vezes é preciso retornar e ler de novo. É possível ler o livro cinco vezes e ainda perder algumas partes. Mas cada vez que você reler a história, irá encontrar algo novo e emocionante.

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Her Smoke Rose Up Forever, de James Tiptree, Jr. (Alice Bradley Sheldon)

ficção científica

Tiptree era o pseudônimo usado por Alice Bradley Sheldon, e um dos aspectos mais notáveis de sua carreira é o fato de que a maioria das pessoas sabia que era um pseudônimo, mas pensavam que o escritor era homem. Na verdade, muitos escritores famosos de ficção científica e editores mencionavam as “qualidades masculinas” da sua forma de escrever, antes da revelação da sua identidade. Sheldon trabalhava principalmente em contos de ficção e era brilhante, assim como essa obra essencial irá provar.

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China Mountain Zhang, de Maureen F. McHugh

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Escrito muito antes do surgimento da ideia da “ficção científica mundana*”, o romance China Mountain Zhande Maureen F. McHugh, é frequentemente citado como um exemplo pioneiro de modernidade mundana, mostrando um mundo futuro onde os Estados Unidos passaram por uma revolução comunista, após um período de declínio econômico, no qual a China evoluiu para se tornar a nova superpotência global. Apesar de incluir muita tecnologia da ficção científica, o verdadeiro foco da história (e o motivo de ser uma história boa) é o fato de que a autora explora as formas como o mundo pode mudar culturalmente e politicamente nos anos que virão, oferecendo um futuro sensato que, passadas duas décadas desde o lançamento do livro, continua relevante.

*ficção científica mundana é um sub-gênero da ficção científica caracterizado por histórias passadas na Terra ou dentro do nosso sistema solar, mas sem a presença de viagens intergalácticas ou contato de humanos com extraterrestres.

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The Sparrow, de Mary Doria Russell

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Em The Sparrow, a autora Mary Doria Russell conta a história do padre jesuíta Sandoz, que foi escolhido pelo Vaticano para ser parte da primeira missão humana para uma civilização alienígena, em parte devido a seu conhecimento de línguas (suas técnicas são usadas por modelos de computador para criar um programa de tradução, então a escolha foi óbvia.). Quando Sandoz volta como único sobrevivente da missão, ele está devastado fisicamente e psicologicamente, e é condenado pela Igreja. Porém, ele é o herói desta história obscura e inesperada sobre o primeiro contato com ETs, que se baseia na presunção arrogante dos humanos de que uma civilização alienígena seria facilmente compreendida por nós. O que Sandoz descobre, não apenas destrói sua fé e seu corpo, mas quase destrói a Igreja que o enviou nessa missão. O simples fato de que ao final da história Sandoz começa a se curar dessa experiência já é um ato heroico.

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Ink, de Sabrina Vourvoulias

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Ink é uma dessas histórias que foi se tornando mais relevante com o passar do tempo. Num futuro próximo, o mundo criado por Sabrina Vourvoulias, quem não é 100% nativo dos Estados Unidos recebe uma tatuagem no pulso que marca a pessoa como um alienígena. Essas pessoas são chamadas coletivamente (e com deboche) de “inks” (tatuagens, em tradução livre) e tratados como humanos de segunda classe: são abusados, perseguidos, forçados a irem para campos de concentração e eventualmente se tornam os alvos de uma trama terrível. A autora segue uma série de personagens que têm ligação com os Inks de formas diferentes, e mapeia a jornada deles à medida que o mundo ao redor deles fica cada vez mais assustador. Alguns elementos da história a tornam desconfortável de ler, não porque são assustadores demais, mas porque têm grandes possibilidades de acontecer.

Parasite, de Mira Grant

ficção científica

Seanan McGuire, escrevendo sob o pseudônimo de Myra Grant, cria uma história que se passa em um futuro onde uma maravilha da tecnologia, a lombriga geneticamente modificada, oferece uma saúde quase perfeita. Uma vez implantadas, as lombrigas melhoram seu sistema imunológico e combatem outros problemas, tornando as doenças uma coisa do passado. Obviamente, as lombrigas são um produto controlado por uma corporação e devem ser substituídas regularmente. Essa situação permite a McGuire explorar uma série de tópicos fascinantes: mortalidade, saúde, a mercantilização de ambos e a ética dos serviços de saúde. Parasite é uma história inteligente e elegante que inicia a série Parasitology em grande estilo.

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The Ship Who Sang, de Anne McCaffrey

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Muitas vezes, Anne McCaffrey declarou que entre os livros escritos por ela, The Ship Who Sang é o seu favorito. E é fácil entender porquê: os brainships criados neste universo não são Inteligências Artificiais ou personalidades carregadas em robôs. São pessoas de verdade que nasceram com deformidades físicas e foram oferecidas por seus pais para viver como “cascas” (basicamente ciborgues) servindo como as mentes por trás de uma variedade de máquinas, incluindo naves espaciais. Eles são pareados com brawns, que são parceiros físicos que podem seguir suas ordens, além de interagir fisicamente, de formas que a nave não consegue. A ligação entre a nave e os brawns pode ser poderosa. Se você ler a cena do final do primeiro livro sem derramar uma lágrima, provavelmente você é fria por dentro.

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The Kin of Ata are Waiting for You, de Dorothy Bryant

ficção científica

Esta história sobre um homem que começa a questionar sua realidade e aceitar uma existência espiritual e emocional que o liga a todos à sua volta, é uma discussão sobre papéis de gênero, igualdade e filosofia de uma vida utópica. Suas qualidades sonhadoras e agitadas nos conquistam. The Kin of Ata are Waiting for You começa como um mistério relativamente pautado na realidade: um homem que acha matou a amante, foge e sofre um acidente de carro. Então, a história envereda na temática de ficção científica, pois ele acorda em uma ilha misteriosa, onde um sereno grupo de pessoas de várias raças cuida dele e o ensina como se comunicar por meio de sonhos compartilhados. A obra de Dorothy Bryant é uma história datada e incrivelmente estranha. Mesmo assim, os assuntos abordados e a imaginação que a autora possui fazem dessa história uma leitura obrigatória.

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Walk to the End of the World, de Suzy Mckee Charnas

ficção científica

Walk to the End of the World é difícil de ler. No primeiro livro da série Holdfast Chronicles, a história se passa em um mundo pós-apocalíptico, onde os únicos humanos que sobreviveram são descendentes de homens brancos que passaram pelo apocalipse em um abrigo. Aparentemente, todas as outras pessoas morreram, deixando que esses homens formassem uma sociedade horrível e doentia com as características de um manual sobre Direitos dos Homens: todas as outras raças são consideradas sub-humanas e são culpadas por terem causado o fim do mundo. As mulheres – chamadas de Fems – são consideradas sub-humanos degenerados, que só servem para procriação, trabalho pesado e como alvos de crueldades.

Os homens também não são muito superiores, uma vez que são divididos em três categorias: garotos (geralmente perseguidos por pedófilos), jovens (responsáveis por cuidar do Forte) e os mais velhos (que ficam com a maioria da comida e do conforto). A autora Suzy Mckee Charnas consegue mudar o ponto de vista no final do livro, o que aumenta o alcance da história de uma forma desconcertante, resultando em uma experiência de leitura poderosa, que mostra o pior da humanidade de formas surpreendentes e chocantes.

Serpente do Espaço, de Vonda McIntyre

ficção científica

Apesar do livro Serpente do Espaço ter ganhado os prêmios Hugo, Nebula e Locus em 1979, agora quase não existem mais edições disponíveis. A história se passa no futuro da Terra após um apocalipse nuclear, quando a sociedade se reconstruiu de formas diferentes. A personagem principal é uma curandeira especialista em venenos de cobras e outras técnicas de bioengenharia. Em uma missão para substituir sua serpente do espaço, criada para produzir alucinógenos potentes, a curandeira viaja para assentamentos isolados, curando as pessoas enquanto viaja.

Vonda McIntyre, mais conhecida por suas histórias relacionadas a Star Trek, constrói um futuro complexo e criativo que parece real. Então, por que é tão difícil achar este livro? Uma teoria é a abordagem que a autora faz do sexo e gênero: os humanos no futuro podem controlar sua própria reprodução, usando concentração mental e, assim, a vida é como se fosse uma grande orgia. Também, a personagem principal é uma mulher que não é nem durona nem guerreira – que são o padrão para personagens femininas em ficção científica. Independente da razão, se você encontrar uma cópia desse livro, pegue e leia-o.

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The Many Colored Land, de Julian May

ficção científica

Toda a série Pliocene Exile, escrita por Julian May, é essencial. No futuro do livro The Many Colored Land, a humanidade desenvolve um portal para viagens no tempo, que manda as pessoas de volta para o período Plioceno – muito antes do início da história da humanidade. A humanidade não sabe o que fazer, então começa a usar o portal como exílio (dissidentes e criminosos enviados pelo portal nunca poderão voltar, o que faz com que o portal se torne uma ótima forma de livrar a sociedade das “maçãs podres”).

No entanto, quando um grupo de exilados chega no passado, ficam chocados ao ver que a Terra está povoada por duas raças de alienígenas que foram exiladas de seu planeta e caíram aqui. Esses alienígenas usam dispositivos especiais para desbloquear habilidades mentais, e os humanos que chegam continuamente pelo portal, se tornam seus escravos e seus brinquedos. Esta série é parte de uma história ainda maior, onde a autora conta sobre o crescimento da humanidade em um universo maior. É uma história incrivelmente detalhada que quebra as barreiras entre fantasia e ficção científica.

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Brown Girl in the Ring, de Nalo Hopkinson

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Nalo Hopkinson é uma escritora canadense de ascendência jamaicana. Ela traz uma perspectiva totalmente original para essa história distópica,que se passa em uma Toronto do futuro que sofre com um colapso financeiro e fica isolada do resto do mundo. Dentro de Toronto é um caos, e a única ordem é imposta por gangues de criminosos enquanto os pobres lutam para sobreviver. Ti-Jeanna é uma jovem mãe que agora mora com sua avó paranormal e tem que lidar com seu amante, um membro da gangue que dita as ordens. Hopkinson é brilhante ao carregar essa visão feminista da cultura jamaicana e caribenha. Em Brown Girl in the Ring, a autora conta uma história onde mulheres possuem uma ligação cultural, além de habilidades espirituais especiais – quando comparadas com a distopia obscura que se baseia – em uma possibilidade real e assustadora.

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Todos os Pássaros no Céu, de Charlie Jane Anders

ficção científica

A estreia da história de fantasia da autora Charlie Jane Anders cabe em várias listas: é um desses livros raros que pode ser várias coisas ao mesmo tempo. Todos os Pássaros no Céu conta a história de Patricia Delfine e Laurence Armstead, amigos de infância que descobrem desde cedo que são extremamente talentosos: Patrícia, em magia; e Laurence, na ciência. Separados durante anos, os dois perseguem suas respectivas disciplinas e são recrutados para salvar um planeta Terra que está lentamente sendo destruído por causa da mudança climática, além de outras forças. Quando os dois se encontram novamente, não se têm certeza se irão salvar o mundo ou destruí-lo. As diferenças entre magia e ciência são um tema recorrente, o que acrescenta um maravilhoso senso de tensão a uma história cheia de ideias.

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Salt Fish Girl, de Larissa Lai

ficção científica

Combinando fábulas e mitos chineses, com elementos de ficção científica, Larissa Lai une duas narrativas: na primeira, uma deusa, Nu Wa, cria a humanidade mas fica com inveja da liberdade que os humanos possuem, já que ela é obrigada a ficar na água. Então, ela reencarna em uma humana do século dezenove e imediatamente se apaixona pela garota a qual o título faz alusão (mas o nome dela nunca é revelado).

Em Salt Fish Girl, no século 21, uma jovem chamada Miranda vive uma vida privilegiada no Noroeste Pacífico, em uma cidade murada onde os funcionários das fábricas são melhorados ciberneticamente e os serviços de escritório são basicamente vídeo games. Miranda vive atormentada pelo cheiro da fruta dorião que sempre a persegue, e pode sofrer do que chamam de Doença do Sonho, capaz de misturar passado e presente de maneiras imprevisíveis. Você nunca lerá outro livro como este.

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Estação Onze, de Emily St. John Mandel

ficção científica

A abordagem literária do fim da civilização em Estação Onze, tem um final aberto e trata-se de um mundo destruído por uma pandemia, como um local triste e trágico, cheio de memórias perdidas. Indo e voltando no tempo, a história segue a vida de algumas almas francamente ligadas antes da praga, além de suas tentativas de sobreviver após o ocorrido.

No presente pós-apocalíptico, uma trupe de teatro viaja entretendo os sobreviventes. Quando retornam a um local que haviam visitado antes, a trupe fica desolada ao ver que a cidade foi tomada por um culto religioso liderado pelo Profeta, que toma meninas jovens como esposas e depois as estupra. Emily St. John Mandel cria um mundo triste e lindo, cheio de detalhes inspirados mesmo quando mostra o melhor e o pior da humanidade.

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The Time Traders, de Andre Norton

ficção científica

Essencialmente, há dois tipos de histórias sobre viagem no tempo: aquelas que se preocupam com regras e com as implicações do paradoxo, e aquelas que simplesmente não se preocupam. Esta grande história, publicada em 1958, mas atualizada em 2000, pertence ao segundo tipo. Andre Norton (nome verdadeiro: Alice) imagina um mundo onde os Estados Unidos, a Rússia e uma raça alienígena – conhecida como Baldies – usam a viagem no tempo na Guerra Fria. Surpreendentemente, umas das ideias da autora é que se uma civilização descobre o segredo da viagem no tempo, nunca conseguirão viajar no espaço e vice-versa. The Time Traders é uma ótima história que continua sendo uma visão atual sobre viagem no tempo, para qualquer fã de ficção científica.

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The Mount, de Carol Emshwiller

ficção científica

Em um gênero no qual às vezes a única constante parece ser a ideia presunçosa de que não importa como seja o futuro, ele será dominado por humanos, a história de 2002, da autora Carol Emshwillersubverte essa expectativa. Em The Mountela descreve um planeta Terra onde a humanidade foi subjugada pelos herbívoros Hoots, seres alienígenas que são essencialmente presas super desenvolvidas que adaptaram suas habilidades para que pudessem dominar os predadores.

Os humanos são usados como montaria pelos Hoots, seres que possuem dificuldade para se locomover, pois têm pernas fracas e tratam os humanos praticamente da mesma forma que nós tratamos os cavalos hoje em dia, apesar de que nós continuamos tendo as habilidades humanas de pensar, odiar nossos donos e tramar uma revolução.

A disposição da autora em imaginar um futuro onde a humanidade se tornou a metade oprimida e maltratada de um relacionamento binário, é uma forma genial de chocar até mesmo a pessoa mais esclarecida e fazê-la reavaliar sua visão preconcebida de que humanos são seres excepcionais, além da visão da sexualidade e da própria existência. O livro proporciona uma visão fascinante e perturbadora da ficção científica.

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Up Against It, de M.J. Locke

ficção científica

O único romance de M.J. Locke – sob esse pseudônimo, já que a autora também é conhecida como Laura J. Mixon – é aparentemente uma simples história sobre sobrevivência, e este foco tão estreito faz com que a história fique realmente interessante, apesar de que as ideias mostradas da ficção científica (incluindo uma das mais fascinantes descrições do início da criação de consciência) significam muito mais.

Up Against It é uma narrativa bem costurada que se passa em uma colônia localizada em um asteroide, passando por uma série de desastres que tornam a sobrevivência dos moradores difícil. Jane Navo é a chefe de alocação de recursos de Phocaea, encarregada de salvar o dia. Tendo que lidar com um acidente provocado pelo crime organizado, com uma inteligência artificial maligna que infecta os sistemas da colônia, além das constantes limitações de um ambiente com baixa gravidade – que não serve para suportar a vida -, a história tem a tensão de um suspense, sem sacrificar a grande quantidade de ideias da ficção científica que aparecem no universo.

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Quantum Rose, de Catherine Asaro

ficção científica

O romance Quantum Rose, de Catherine Asaro, ganhou o prêmio Nebula de Melhor Romance de estreia, em 2001, mas raramente se fala dele. Isto pode ser devido à complexidade de sua estrutura. Na superfície, é um romance de ficção científica sobre uma mulher bonita que foi salva de um casamento arranjado com um homem misterioso – e possivelmente alienígena – que domina tecnologias consideradas lendas. No fundo, a obra é uma alegoria complexa sobre teorias da Física, com personagens representando conceitos tanto quanto representam pessoas. Nem todos gostam desse livro, mas se você apenas lê aqueles livros que cabem perfeitamente no seu centro de prazer, sua lista de leitura vai ser bem curta.

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The Speed of Dark, de Elizabeth Moon

ficção científica

Este romance brilhante tem rondado o limite da ciência do mundo real por muito tempo, com procedimentos genéticos curativos que acabam com doenças e deformidades, os quais estão muito próximos de se tornar realidade. O conceito da autora, de um futuro em que falhas genéticas foram eliminadas e doenças herdadas são coisas do passado, se encaixa perfeitamente na filosofia mundana: uma história que se passa na Terra, focada na humanidade e em problemas da vida real, e que envolve tecnologia plausível, ainda que futurista.

O que torna a história do livro The Speed of Dark memorável é a direção na qual Elizabeth Moon a leva, mostrando um homem autista – nascido logo antes das curas genéticas se tornarem comuns – para quem oferecem uma cirurgia que o “curaria” do autismo, mas possivelmente mudaria sua personalidade. As questões de identidade e moralidade levantadas por essa simples premissa são meios profundos que as leitoras ainda exploram mais de uma década depois.

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Slow River, de Nicola Griffith

ficção científica

Este romance denso de um futuro próximo, conta a história de Lore Van Osterling, uma garota rica que é sequestrada. Quando sua família se recusa a pagar o resgate, Lore escapa e acaba apanhando na rua. Salva por uma hacker e prostituta chamada Spanner, Lore a segue e começa a ajudá-la a enganar os ricos, se unindo a ela na prostituição e se apaixonando. Quando Lore percebe que Spanner não é o que parece ser, ela foge novamente, rouba uma identidade e arruma um emprego normal, enquanto encara os segredos obscuros de sua infância – cheios de reviravoltas e revelações.

Há muitas ideias de ficção científica em Slow Riverda autora Nicola Griffith, mas o foco é a história de Lore, um drama familiar que é tão interessante quanto qualquer novela e que prova que o gênero da ficção científica é só mais uma maneira de se contar histórias.

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Cinquenta mulheres, cinquenta livros e muito mais para se explorar. Se você tinha alguma dúvida que a ficção científica não teria chegado a lugar algum sem suas autoras, considere-se corrigida!

Tradução parcial realizada por Maria Amelia Fleury Nogueira, do texto original publicado no site Barnes & Noble.

Escrito por:

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Fundadora e editora do Delirium Nerd. Apaixonada por gatos, cinema do oriente médio, quadrinhos e animações japonesas.
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