Homem-Aranha: No Aranhaverso – apenas o melhor do ano!

Homem-Aranha: No Aranhaverso – apenas o melhor do ano!

“Uau!” Essa é a única expressão que conseguimos externar quando os créditos começam a subir ao fim de Homem-Aranha: No Aranhaverso. A animação em longa metragem – e ganhadora do prêmio máximo da categoria no Globo de Ouro – estreou no Brasil no dia 10 de janeiro (última quinta-feira) carregado de altíssimas expectativas por parte tanto dos fãs mais antigos quanto dos novos ou apenas telespectadores ocasionais. A fama do super-herói de fonte de entretenimento certo para o grande público, mesmo com a enorme gama de personagens e história – a princípio – pouco convencional, com certeza se manteve, sendo a nova aventura alternativa do amigo da vizinhança uma grande experiência cinematográfica.

Haviam enormes expectativas acerca da proposta multiversal da animação, uma obra de produção colaborativa entre a Columbia Pictures, a Sony Studios e a Marvel Studios, sendo a principal fonte dela, claro: Miles Morales. A nova face, quer dizer, uma das novas faces do Homem-Aranha já havia alcançado fama desde que sua estreia em quadrinho no universo Ultimate, no segundo semestre de 2011, e parece que a aposta dos estúdios em seguir para uma nova fase do herói através (primordialmente) de Miles, foi acertada.

Homem-Aranha

Afinal, a proposta do Homem-Aranha sempre foi de um super-herói mais acessível, em que “qualquer um pode usar a máscara. Até mesmo você.”. Assim, a escolha do estúdio de ampliar os efeitos das pequenas aranhas radioativas a um jovem negro e de ascendência porto-riquenha e a uma adolescente americana, como a primeira “mulher-aranha”, foi uma sacada incrível para a permanência do personagem tanto no quesito relevância quanto em relação a identificação das futuras gerações. Ora, na animação é impossível não notar a diferença trazida pelo protagonismo de Miles. Não apenas a diversidade de rostos e cores se nota instantaneamente, mas também a própria trama acompanha situações distintas do usual, criadas pela origem e lugar social de Miles.

Um garoto negro, morador do Brooklyn que frequenta uma escola para gênios e que escolhe se auto sabotar, tamanha é sua sensação de inadequação no novo ambiente, é uma história compartilhada com jovens e adultos ao redor do mundo. A sensação de “ser um corpo estranho” de Miles não é exatamente nova, já que essa é uma das próprias premissas do charme do Homem-Aranha, mas o motivo principal que o exclui na nova escola é um pesado o bastante para ser, muitas vezes, evitado.

Homem-Aranha

Isso também acontece no filme. A proposta com a animação nunca foi a discussão de política e discriminação, deixemos isso com Pantera Negra, mas sendo o (grande) fato do protagonista ser um menino negro, o maior posicionamento político do estúdio nessa animação. Além de, é claro, a presença da tão esperada versão aranha de Gwen Stacy, exercendo um papel importante no universo mostrado de Miles.

Quanto a animação, se é que foi essa a sua proposta inicial, nos transporta para o universo dos quadrinhos li-te-ral-men-te. Ora, as diversas onomatopeias em tela, bem como os recursos narrativos de origem e tradição no universo das HQ, nos fazem sentir como se uma amada revistinha em quadrinho realmente tivesse ganhado vida. Mesmo assim, em um trabalho majestoso da equipe de animação e de roteiro, a transição para o “modo filme” são feitas de forma tão fluida que não notamos a distinção, dando destaque às dinâmicas cenas de luta e perseguição presentes, que mais parecem ter sido gravadas com tecnologia de captura de movimento.

Homem-Aranha

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Além disso, o fator comédia tem uma presença massiva no enredo, proporcionando gargalhadas com situações cômicas simples e certeiras, dando uma leveza necessária à história surpreendentemente intensa e sombria da trama. O inimigo que a “Gangue Aranha” enfrenta tem um plano fatal para o multiverso e seus respectivos Homens-Aranhas, sendo a apresentação de Miles Morales ao mundo como Homem-Aranha dividida entre elementos familiares aos conhecedores da narrativa clássica (com algumas reviravoltas) e perigos mais intensos que aqueles vistos em todas as tramas anteriores.

Confessamos, brevemente para não haver spoilers, que sentimos falta de alguns personagens que poderiam ter dado um desenvolvimento melhor ao filme ou mesmo da explicação, na trama, de algumas pontas soltas nela indicadas. A confusão – ou mudança repentina – optada pelo estúdio não nos passou despercebida, mas também não foi o suficiente para causar uma falha significativa no enredo.  

Não nos parece exagero dizer que Homem-Aranha: No Aranhaverso é o melhor filme do herói. Há diversidade, ação, comédia, música, drama, a boa e velha história de origem de diversas versões de Homem-Aranha e tudo em menos de 2 horas. As possibilidades de continuação e crescimento a partir da aposta de multiverso na esfera do Homem-Aranha é infinita, sendo ainda possível o desenvolvimento das personagens que viemos a conhecer nessa animação, bem como de surgimento de outros.

De qualquer forma, a aposta dos estúdios e produtores se mostrou certeira. A estreia da animação não apenas nos anima para possíveis continuações – e teorias – mas nos prepara para as demais promessas cinematográficas do estúdio para 2019, bem como para os seguintes. A única certeza que temos, é que agora que nos apresentamos, não queremos mais nos separar da “Gangue Aranha”.

P.S.: Como todo bom filme da Marvel, não esqueçam, aguardem o pós-créditos!

– do Seu Amigo da Vizinhança, Homem-Aranha.

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