[CINEMA] “Moana: Um Mar de Aventuras” – uma história de autodescobrimento de poder feminino (crítica sem spoilers)

[CINEMA] “Moana: Um Mar de Aventuras” – uma história de autodescobrimento de poder feminino (crítica sem spoilers)

Finalmente estreou! O mais novo e altamente esperado filme da Walt Disney Animation Studios “Moana”, estreou nesta quinta-feira (05 de janeiro) no Brasil e promete ser um sucesso.

O filme traz a história de Moana, a filha do chefe da ilha de Mutunui na Polinésia ancestral, que deve trabalhar em conjunto com o semi-deus Maui para impedir o avanço da escuridão sobre sua ilha, decorrente da ação do próprio Maui.

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Quem pensa que está será apenas mais uma história de princesa típica da Disney se engana. Moana é exatamente o contrário, seguindo os passos das protagonistas de “Mulan” (1998) e “Valente” (2012), ela apresenta uma personalidade forte, sendo corajosa, autossuficiente e proativa, não esperando ninguém para seus objetivos serem atingidos, muito menos um príncipe. Essa característica é equilibrada com todo o carinho e atenção que ela demonstra por seus familiares e seu povo, fazendo dela um exemplo de liderança a ser seguido.

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A escolha de Moana como uma menina de uma ilha do Pacífico Sul com certeza não passa despercebida. Com cabelos crespos, olhos castanhos, pele escura e um corpo nem um pouco “tipicamente Disney”, a própria imagem de Moana já apresenta um passo à frente dos moldes eurocêntricos de beleza impostos socialmente e, insistentemente, reproduzidos principalmente nos filmes e desenhos da Disney – mesmo ainda retratando um ideal de magreza.

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O interessante em “Moana” é que ela não é o único exemplo de força feminina presente no filme – mesmo sendo uma boa escolha se fosse.

Logo no início, somos presenteados com uma lenda de criação das ilhas da Polinésia, em que nos apresentam Te Fiti, uma espécie de mãe-Terra da lenda. Ela traz o que tanto era celebrado no feminino antigamente: o poder da mulher de gerar, de dar vida. Sua figura é um sinal da força que as mulheres terão na história, sendo essenciais para o desenvolvimento da mesma, assim como para o desenvolvimento da própria humanidade – apesar do que tanto é contado.

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Esse poder se traduz também na avó de Moana, Tala, a matriarca da aldeia. Apesar de ser dita como louca, ela se apoia totalmente no que acredita, servindo de exemplo não só para a própria Moana, mas para todas nós. Quantas vezes já não fomos chamadas de loucas simplesmente por expressar o que sentimos?

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E a confiança de Tala se transmite em seus ensinamentos para Moana, que tenta usá-los para encontrar a sua própria força e confiança. Ao longo do filme, Moana deve descobrir quem ela é de verdade e assim, descobrir se tem a capacidade para salvar sua ilha do que a ameaça.

Na jornada de Moana vemos a história de cada mulher, que deve lutar contra tudo e contra todos para descobrir não apenas o que deseja ser, mas quem é. Assim como a vida real, a jornada da protagonista é marcada por altos e baixos – e doses espontâneas de comédia – que a faz questionar qual é o seu caminho.

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Além da maravilhosa mensagem de descobrimento e de poder feminino, as paisagens mostradas no filme são um plus. O cenário conversa com a história de tal forma que seria impossível contá-la sem ele e os produtores nem tentaram. A cada cena é como se houvesse um personagem a mais presente na forma dos panoramas, conseguindo representar a misticidade contada na história através das paisagens exuberantes.

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“Moana” é, portanto, diferente de “Mulan” e “Valente”, uma história de autodescobrimento, liberdade e empoderamento feminino. História esta, que é contada através de personagens carismáticos, cenários de tirar o fôlego e de um repertório musical envolvente.

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Não apenas mais uma princesa da Disney, mas ao ser um exemplo contemporâneo de poder feminino e de quebra – lenta – de estereótipos faz com que “Moana: Um Mar de Aventuras” seja um filme que, esperamos, inicie mudanças mais significativas para o mundo Disney e para a sociedade em geral. O ponta pé foi, com certeza, promissor.

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