Neste sábado, (16) voltou as telas uma de minhas séries favoritas, Outlander. Exibida pelo canal americano Starz, desde agosto de 2014, pouco se ouviu falar desta produção aqui no Brasil até meados de 2015, apesar do imenso sucesso dos livros de Diana Gabaldon mundo a fora.
“Outlander – A Viajante do Tempo” já conta com oito volumes publicados – com pelo menos mais um à caminho para finalizar a série – em inglês e, sete deles traduzidos e publicados aqui no Brasil pela editora Saída de Emergência.
A primeira temporada de Outlander conta com dezesseis episódios e começou a ser exibida no ano passado pela FOX. A adaptação produzida por Ronald D. Moore (Star Trek e Battlestar Galactica) nos leva para a Inglaterra pós Segunda Guerra Mundial, colocando-nos na pele da enfermeira Claire Randall (Caitriona Balfe), que é misteriosamente transportada para a Escócia de 1743, depois de presenciar um ritual de magia em um círculo de pedras ancestral.
É nesse passado repleto de conflitos entre escoceses e ingleses, que a história se desenrola em uma empolgante obra de ficção histórica. Quando o “herói” Jamie Fraser (Sam Heughan) salva nossa protagonista de ser estuprada pelo notório capitão Black Jack Randall (Tobias Menzies), pensamos que esta vai ser outra produção típica da “donzela em perigo”, mas Outlander não poderia estar mais longe disso.
Em poucos minutos esta impressão desaparece por completo e Claire prova que é uma personagem forte, uma mulher inteligente e engenhosa, que utiliza sabiamente seu conhecimento médico e histórico para se adaptar à estranha situação em que se encontra. A cada episódio torcemos mais pelo seu sucesso em voltar para casa ao mesmo tempo em que nos afeiçoamos aos habitantes de seu novo mundo. Tão arcaico, cruel e encantador.
Ao longo da primeira temporada a dinâmica de Claire, não apenas com seu par romântico mas com tantas personagens que acabam por representar os papéis sociais e preconceitos de sua época, é sempre interessante e reflexiva. Aos poucos, o verdadeiro enredo se revela em uma situação política delicada, que põem a vida de Claire e de todos que ela ama em perigo.
Regada com boas pitadas de humor, um tanto de romance e ação e muito detalhismo em pintar a Escócia de seu tempo, Outlander não decepciona. Se a série de TV faz jus a obra de Diana Gabaldon? Infelizmente ainda não consegui concluir o primeiro volume, mas quando esse dia chegar prometo contar tudo para vocês. Até agora o que posso dizer é que a essência da personagem e caracterização da obra estão mais do que bem representadas.
Uma primeira observação para os mais poliglotas, que costumam acompanhar seus seriados fresquinhos em inglês e sem legenda, vocês podem reconsiderar este hábito aqui. O forte sotaque escocês torna muito difícil entender a maioria dos diálogos. Uma segunda observação para o conteúdo impróprio para menores de 16 anos. Há muitas cenas de violência e sexo que alguns podem considerar pesadas. E finalmente, uma terceira, para a sequência de abertura que merece destaque por ser uma das mais belas que já vi, com uma música de arrepiar, perfeita para anunciar a jornada fascinante em que você está prestes a embarcar.
Confira abaixo o trailer da primeira e segunda temporada:
https://www.youtube.com/watch?v=hkizwJUiVjA