[SÉRIES] Altered Carbon - 1ª temporada: Primeiras Impressões (Sem Spoilers)

Acabamos de conferir a primeira temporada completa de Altered Carbon, que já estreou dia 2 de favereiro na Netflix. A serie, que teve painel exclusivo durante a CCXP e que levou a plateia à loucura com seu teaser excitante e elenco maravilhoso, criou muitas expectativas em todo mundo que esteve no painel ou ouviu falar da série. Mas será que a Netflix conseguiu entregar tudo o que prometeu ou Altered Carbon é mais uma Bright?

Como já mencionamos, a série usa como plano de fundo a história de Takeshi Kovacs, um soldado desertor que se uniu à Rebelião, e que após ser assassinado tem a sua consciência (ou alma?) aprisionada em uma espécie de penitenciária por séculos, até que o poderoso e riquíssimo Laurens Bancroft oferece a ele uma oportunidade de ter sua consciência ativada novamente em troca de um único serviço: resolver o misterioso assassinato do próprio Bancroft.

Apesar de ter seu desenvolvimento um tanto ponderado nos primeiros episódios, podemos dizer que ela não deixa nada a desejar. Altered Carbon, baseada em um livro homônimo escrito por Richard Morgan (já lançado no Brasil pela editora Bertrand Brasil), consegue desenvolver tantos temas polêmicos que às vezes chegamos a pensar que uma vida só não seria suficiente para abordar ou entender todos, mas isso não é necessariamente um problema para o universo de Altered Carbon, não é?

Em um universo em que a morte já não é mais o destino final de todos nós, o que nos torna, afinal, humanos?

Altered Carbon possui uma vibe cyberpunk própria do livro que lhe deu origem, moldada em um futuro distópico totalmente “High tech and Low life” (alta tecnologia e baixa qualidade de vida), onde a realidade virtual e a vida real se mesclam e se confrontam a todo o tempo. E assim, como em qualquer distopia que se preze, temos conflitos sócio-político-econômicos pungentes, onde a riqueza e o bem-estar são reservados para alguns, enquanto a miséria é a única a ser democratizada.

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Os primeiros 5 episódios da temporada são passados basicamente no presente. Acompanhamos a trajetória de Kovacs (interpretado por Joel Kinnaman) que tenta se adaptar a uma “capa” (como chamam os corpos temporários) que sequer lhe representa etnicamente e que lhe foi disponibilizada propositalmente, cujos motivos descobriremos melhor ao longo da trama. Junto com os acontecimentos presentes temos flashbacks do passado de Kovacs (interpretado por Will Yun Lee), que aos poucos vão dando densidade ao personagem.

O passado de Tak (apelido de Kovacs) é tão importante para entendermos a trama e nos envolvermos com o enredo, que a partir da segunda metade da temporada começamos a nos conectar intensamente com os personagens e com a história em si. Temos que confessar que apesar da série como um todo ser boa, o passado de Kovacs é infinitamente melhor e mais interessante que seu presente. Quando chegarem no 7 episódio, saberão do que estamos falando!