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Liberdade a Qualquer Custo, de Frank Miller (RESENHA)
QUADRINHOS

“Liberdade a Qualquer Custo” é uma pérola escondida de Frank Miller

por Anna Carolina · 2 de fevereiro de 2016
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“Liberdade a Qualquer Custo” é uma HQ de Frank Miller, ilustrada por Dave Gibbons (o mesmo ilustrador de Watchmen). É bem curioso que o autor seja o dito cujo, mas já já explicaremos. Primeiro, a sinopse rapidinha da HQ: Martha Washington, uma jovem negra e pobre que vive numa realidade distópica que remonta o Apartheid. Ogivas nucleares no espaço, nações imperialistas em guerra direta e indireta com um monte de países. Parece familiar? Pois é. Dentro desse cenário, ainda temos os negros sendo separados da “sociedade de bem” e relocados para guetos. Parece familiar de novo, será?

Para escapar dessa vida, Martha tem uma única oportunidade: ingressar num exército que luta pela nação (impressione-se: Os Estados Unidos). Pra resumir, ela vira um exemplo de soldado e desperta inveja e ameaça a liderança de homens que fazem uma liderança relapsa e incompetente. Tenente Moretti entra aqui como a figura central em oposição principal a Martha. Falando esse pouquinho, dá pra perceber bastante coisa sobre essa obra em especial. E vamos para o segundo ponto: a Ficção Científica.

Se observarmos o contexto mais geral do sci-fi, vemos muito esse tipo de reestruturação de cenários históricos de tensões políticas sendo colocados em contextos distópicos. Até aí, nada de muito novo no front. Mas o que há de diferencial em “Liberdade a Qualquer Custo” é, em especial, a questão de ser uma mulher negra como protagonista. Para além, é mais interessante observar como essa personagem é construída. Martha não é hiperssexualizada, não tem ligação romântica alguma com nenhum homem, suas motivações não estão ligadas a nenhum preceito meramente conectado com laços românticos ou coisa do tipo.

Tendo em vista que o quadrinho é de 94, dá para se impressionar – primeiro porque raramente víamos mulheres como protagonistas de sci-fi, e segundo porque ela é uma personagem a frente de todos os estereótipos e arquétipos femininos. Nem mesmo a forma de se desenhar a HQ denota o que se está acostumado a ver quanto a construção semiótica, ou seja, as poses onde ela aparece, as partes do corpo evidenciadas.

Quando se trata de mulheres sendo retratadas nos quadrinhos seguem um certo modus operandi, que em geral serve pra agradar a leitura do maior público desses quadrinhos na época: o masculino.

Liberdade a Qualquer Custo, de Frank Miller (RESENHA)Martha é um soldado. E ela é tão boa no que faz, que todos os conflitos são gerados pelos homens que se sentem ameaçados pelo potencial dela.

A HQ não fez muito sucesso se compararmos com os outros títulos do autor. E agora chegaremos no terceiro ponto: Frank Miller.

Hoje em dia considero boa parte do que ele produz, fascista.  Ele é abertamente contra a imigração e tem uma ódio latente pelas nações muçulmanas (inclusive expostas num dos últimos trabalhos dele). Mas lá pros meados de 1994, ele ainda se atinha a algum fio de consciência política e criticava os governos, alvos também das críticas em “Liberdade a Qualquer Custo”.

As representações femininas em Frank Miller também são muito limitadas a mulheres sedutoras, prostitutas (vide o próprio “Sin City”), então a gente fica meio “UÉ”, quando vê um trabalho nessa dimensão de diálogo político, representatividade e quebra de paradigmas estéticos sendo desenvolvido por uma cara como o Frank. Sim, sim, ele tem muita coisa boa, mas é tudo completamente oposto a proposta dessa HQ aqui (que particularmente é uma das melhores coisas que ele fez na vida).

Martha é uma mulher que vemos diariamente por aí; que quer fugir de uma realidade – onde tem que se vestir de homem pra não ser estuprada; que tem que trabalhar e que coloca o passado pra trás em nome de si mesma.

É sempre bom ver mulheres em papéis de destaque na ficão científica. Melhor ainda quando ela vem acompanhada de tanto poder!

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Anna Carolina

Alguns vinte e poucos anos usados pra fazer Cinema e Ciências Sociais. Comunista e híbrida de humana e bicho-preguiça. No mais, tenho uma Delírio tatuada no braço. Acho que isso já explica muita coisa.

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