Elena é um documentário de 2012 dirigido por Petra Costa, com roteiro da própria Petra e de Carolina Ziskind e produzido pela Busca Vida Filmes.
No documentário, a diretora conta a história de sua irmã Elena, que era atriz e mas que devido a algumas desilusões com a carreira entrou em depressão e cometeu suicídio em 1990, quanto Petra tinha apenas 7 anos.
O documentário conta toda a trajetória de Elena utilizando de depoimentos de familiares, amigos e imagens da câmera que ganhou quando tinha 13 anos. Registros da jovem dançando, brincando de atuação com amigos e imagens da família, principalmente com a irmã mais nova que nasceu pouco tempo depois que ganhou a câmera de presente.
Já um pouco mais velha, Elena começa a estudar teatro no grupo “Boi Voador” e depois decide então ir para Nova York e tentar a carreira de atriz no que mais sonha: o cinema.
Petra Costa é a narradora do documentário e também aparece nas imagens, agora adulta, quando segue pelas ruas de Nova York onde a irmã passou. Tudo isso torna a experiência ainda mais íntima e delicada.
Mesmo tratando de um assunto tão difícil, o suicídio e o vazio da perda, não é uma narrativa pesada, a diretora apresenta as situações de forma poética e isso dá ao filme uma identidade única.
Elena começou a apresentar quadros depressivos na primeira vez que foi para NY e acabou voltando para o Brasil, mas sentia muita falta de atuar, então sua mãe decidiu que ela iria para Nova York com as duas filhas, assim Elena não se sentiria tão sozinha.
A partir daí a mãe de Elena e Petra aparece no documentário para contar tudo o que aconteceu sob a perspectiva dela.
Como a mãe lidou com a perda da filha? E a visão dela sobre como lidar com os sentimentos de Petra que tinha apenas 7 anos na época? As declarações dela são emocionantes.
Abaixo temos uma entrevista com Tim Robbins e Fernando Meirelles falando sobre a experiência deles ao ver “Elena”, se tiver interesse aperta o play:
Ouvi falar sobre o filme no ano que ele foi lançado e li sobre quando tava fuçando no Filmow, me interessei e marquei que queria ver, mas não consegui ir assistir no cinema.
Passou os anos e em 2015 soube da estreia de “O Olmo e a Gaivota”, outro documentário dirigido pela Petra e também fiquei morrendo de vontade de assistir. Como uma sina, não consegui ver no cinema também (aliás, ainda não assisti, verei e farei uma resenha futuramente), mas lembrei que ainda não tinha assistido o “Elena”.
Um dia estava zapeando canais na TV e descobri que tinha acabado de começar no Canal Brasil o documentário e fiquei assistindo.
“Elena” me impactou de uma forma impressionante e avassaladora. Revi nesta semana e o sentimento continua o mesmo.
É um assunto que todo mundo compreende, já que cada um de nós teve suas perdas e sabemos como isso nos afetou. É isso que o documentário mostra, o impacto que a perda da Elena teve na vida de Petra e seus pais. O filme é um relato emocionante desses sentimentos. No final eu já estava em lágrimas.
Se pudesse encontrar pessoalmente a Petra Costa certamente diria obrigada pelo belíssimo trabalho com este documentário, por mais que ela tenha nascido devido uma perda tão grande, nunca tinha visto ninguém tratar do assunto da forma que ela fez e fico feliz em ver mais uma mulher dirigindo e ganhando notoriedade no cinema brasileiro.
Parabéns e obrigada, Petra Costa.