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[SÉRIE] “Mad Men” e o machismo velado de cada dia

por Myllena Matos · 29 de julho de 2016

Mad Men é uma série dramática, que retrata o cotidiano de uma agência publicitária entre as décadas de 60 e 70 em Nova York. Porém, além de retratar o ambiente de trabalho, a série mergulha fundo na evolução dos personagens, é quando começam a se construir quadros nos quais são apresentados a intimidade dos personagens principais (Peggy, Don, Joan, Peter, Roger e por aí vai). AVISO: Contém spoilers!

“É uma série exclusivamente masculina”, alguns podem dizer e até já comentaram, mas o que o espectador não percebe é a extrema importância da figura feminina na série, não como submissa ao homem, mas como sujeito de sua própria narrativa. Mulheres que aos poucos vão adquirindo espaços que são seus por direito. Podemos ver isso muito forte em Peggy Olson (Elizabeth Moss), logo no início ela demonstra sua ambição de ser criadora de campanhas. Peggy não quer só admirar a posição dos homens ao seu redor, mas fazê-la dela sua e ao seu modo. Infelizmente essa ambição só se concretiza temporadas depois, porém, a evolução da personagem é de uma inteligência impressionante.

Contextualizando, no inicio dos anos 60, houve uma explosão do movimento feminista nos Estados Unidos, movidas por pautas como o direito ao próprio corpo (questão do aborto) e de voto para mulheres (“She is Beautiful When She’s Angry“, recomendo fortemente, manas) a explosão de coletivos e o ideal, por mais que visto com maus olhos mais do que atualmente, fora crescendo e tomando espaço na mídia e na convivência de homens e mulheres. O comportamento machista desse modo precisou ser sutil, ainda mais numa cidade “desenvolvida e progressista”, é quando percebemos inúmeras vezes a deslegitimação da capacidade de crescimento profissional das personagens.

Mad Men

Toda essa violência é escrachada em vários episódios, como o que Joan Harris se vê submetida a ser abusada sexualmente para ser promovida (virar sócia da empresa), algo que como todas sabemos que não aconteceria com um homem.

Em um outro episódio, quando toda companhia muda de andar e Peggy é a única que fica sem escritório, “pensamos que fosse secretária”, o que de novo não atinge nenhuma figura masculina na série. É muito provável que esses fatos sejam vistos como pontuais, mas são frutos de grupos historicamente opressores sobre vocês sabem quem.

Mad Men

Mad Men não vem nos fazer aceitar e até gostar de seus personagens masculinos, muito pelo contrário, desde os primeiros episódios fica claro, nenhum deles vem a simpatizar ou ter empatia com a condição das mulheres, inclusive até tiram vantagem disso, é a famigerada situação em que o homem não abre mão de seus privilégios.

É notório que o grande objetivo em comum das personagens na série é casar, constituir uma família e logo desistir da carreira profissional. Foi o que ocorreu com Betty Draper. Desde os primeiros episódios da série, vemos a infelicidade e sentimento de vazio na vida de Betty. Assim que ela começa a frequentar uma terapia, notamos a união misógina masculina. A privacidade dela é violada, e Betty, assim como todas as mulheres, não têm sua intimidade e vivência respeitada.

Porém, Joan, outra personagem de forte presença na série, nos mostra que um homem não é mais importante que a concretização de um sonho pessoal. Na última temporada, quando todos deviam estar pensando que finalmente Joan “desencalha”, a personagem da um giro e nos mostra totalmente o contrário.

Mad Men

Mad Men é uma série, que mesmo de maneira sutil, retrata o machismo velado de décadas atrás e a violência psicológica cruel para com a classe feminina que perdura até hoje. Além de ser incrivelmente bem construída, se você está esperando um drama cheio de clímax e reviravoltas, obviamente Mad Men não é essa série. Prefira analisar minunciosamente o “american way of life” e como deu errado para as classes mais oprimidas do país.

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Myllena Matos

Boatos que é sergipana e que faz cinema e audiovisual, boatos também que quando crescer quer ser uma mistura de Marcia Tiburi e Diane Arbus, mas por enquanto só vê série e lê textão, mas são só boatos.

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