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CINEMA

[CINEMA] “Mary & Max – uma amizade diferente”: a relação entre uma menina, um autista e uma sociedade de julgamentos

por Athena Bastos · 2 de novembro de 2016
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“Mary & Max – uma amizade diferente” é uma animação australiana de 2009, escrita e dirigida por Adam Elliot e produzida por Melanie Coombs. Diferentemente da maior parte das animações, “Mary & Max” foge da infantilidade e da sutileza. Através do gênero humor negro e drama, emociona ao retratar os problemas vivenciados por uma menina de 8 anos e por um autista, revelando como suas vidas os levaram a construir uma grande amizade.

[CONTÉM SPOILERS]

mar-max-resenha-02Max é um homem diagnosticado com a Síndrome de Asperger, um transtorno do espectro autista que pode passar despercebido sob a fachada de isolamento social e que já foi abordado em inúmeras obras, como o filme “Adam” e o livro “Projeto Rosie”.  Diante de seu quadro, Max não consegue demonstrar os verdadeiros sentimentos e, em vários momentos, é acometido por atos de ira, os quais se dão, sobretudo, diante da incompreensão da sociedade. Desde jovem, Max aprendeu que era diferente e que deveria tentar comportar-se do modo como todos esperavam e, para isso, treinava expressões e movimentos, ainda que eles não condissessem com sua verdadeira vontade.

mar-max-resenha-06Mary, uma menina solitária de 8 anos, surge, então, como uma oportunidade na vida de Max: o mais próximo de uma amiga que Max já teve. A relação é definida pela constante troca de cartas ao longo da vida deles, que se inicia com uma correspondência de Mary enviada aleatoriamente a Max. Mary é apenas uma criança de 8 anos quando a história se inicia, mas carrega tantas dores quanto o adulto Max. Diante de um cenário familiar conturbado, Mary se desenvolve com a perspectiva de que os sonhos da infância jamais se realizarão e de que ela está destinada ao fracasso da mesma forma que seus pais. Sofre com o mar-max-resenha-08ressentimento da mãe, uma mulher decepcionada com seu casamento e que se entrega ao alcoolismo. Sofre com a relativa indiferença paterna. Não obstante, sofre com os julgamentos de uma sociedade que exige constantemente da mulher a perfeição, seja na aparência ou em suas atitudes. Por mais que Mary não possua a Síndrome de Asperger, encontra os mesmos problemas de compreensão que Max.

O filme narra a trajetória desta amizade até a vida adulta de Mary, que viu seus sonhos, muitas vezes impostos pela sociedade, serem desconstruídos pela realidade. A relação nem sempre corre de forma perfeita e, por vezes, os protagonistas perdem o contato, ambos entregues às inúmeras tragédias de suas vidas, como casamentos, filhos e mortes.

mar-max-resenha-01O ponto mais interessante do filme é que muitos diriam que as oportunidades de sucesso de Mary eram muito maiores que as de Max. Todavia, o ambiente de opressão ao longo de toda a vida desta menina fez com que ela se sentisse constantemente inferiorizada. Mas do que isso, esse ambiente deu a Mary a ideia de que ela somente seria feliz quando fosse bela, quando se casasse com um belo homem (o estereótipo do príncipe encantado), quando tivesse filhos, acrescentando também o sucesso profissional. E quando Mary vê tudo desmoronar, ela se perde e descobre esta solidão, a qual sempre esteve presente na sua vida e na de Max.

mar-max-resenha-10Certamente, é um filme único, capaz de retratar, através de tons sóbrios – um contraste entre a sutileza da ausência de atores reais e infantilização do método, com o teor melancólico e, por vezes, pesado do enredo – a realidade de duas pessoas não tão diferentes, apesar dos contextos diversos.  Emociona, porque aborda como a sociedade oprime, julga e condena as pessoas a uma aterrorizante sensação de isolamento de formas bastante distintas.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=KPULUwu0Wm8]

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Athena Bastos

Mestra em Teoria e História do Direito e redatora de conteúdo jurídico. Escritora de gaveta. Feminista. Sarcástica por natureza. Crítica por educação. Amante de livros, filmes, séries e tudo o que possa ser convertido em uma grande análise e reflexão.

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