Sunrise at The Reaping: o que podemos esperar de Tigris Snow?

Sunrise at The Reaping: o que podemos esperar de Tigris Snow?

Suzanne Collins anunciou no mês passado um novo livro e filme na franquia Jogos Vorazes. Isso não surpreende, dado o sucesso da prequela A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, que acompanha a juventude do vilão, Presidente Coriolanus Snow, e sua corrupção.

O novo livro focará em Haymitch Abernathy, mentor de Katniss e Peeta e vencedor dos 50º Jogos Vorazes. Entretanto, uma outra personagem está gerando muita especulação e expectativa. Tigris Snow, que apareceu brevemente em A Esperança e teve seu papel expandido em A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, é o centro das teorias. Porém, essas teorias provavelmente estão erradas.

Quem é Tigris Snow?

Tigris Snow aparece pela primeira vez no universo de Jogos Vorazes no último livro da trilogia original, “A Esperança”. Nele, somos apresentados a ela como uma idosa ex-estilista dos Jogos, que tinha sido descartada pelo presidente Snow e agora mantinha uma loja de lingeries excêntricas. Tigris tem modificações corporais e faciais excessivas, mesmo para os padrões da capital, para fazer-se parecer com um tigre – Katniss se pergunta se o nome tinha vindo antes ou depois das cirurgias.

Nesse momento, ainda não sabemos de qualquer parentesco entre ela e o presidente de Panem: tudo o que é dito ao leitor é que Tigris está disposta a ajudar revolucionários e esconder as pessoas mais procuradas de toda Panem em sua loja. Quando Katniss declara a intenção de matar Snow, Tigris sorri.

Tigris Snow

Tudo a respeito de Tigris, então, era um mistério: por ser uma personagem secundária com um papel diminuto e pouquíssimas falas, pouco descobrimos de seu passado. Mas as perguntas ficam: por que alguém que por tantos anos tinha trabalhado para o presidente, para a capital e para os Jogos teria se tornado uma simpatizante dos rebeldes? E qual seu problema com o Presidente Snow – cuja morte a faria tão feliz? Suzanne Collins não explica nada disso.

Tigris em Cantiga de Pássaros e Serpentes: a prima do Presidente Snow

Com o lançamento de A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes – o quarto livro da franquia Jogos Vorazes, uma prequela que se passa sessenta e cinco anos antes da história original, acompanhando a juventude de Coriolanus Snow e os primórdios da carreira que um dia o levaria à presidência ditatorial de Panem -, as coisas mudaram para Tigris: de personagem secundária, ela passa ao centro da narrativa, sendo uma das personagens mais importantes de todo o livro.

Em “Cantiga…”, Collins introduz um fato muito importante à respeito do passado de Tigris (que agora sabemos se chamar Tigris Snow): ela é prima de Coriolanus Snow, tendo vivido com ele desde a infância, quando ambos ficaram órfãos durante os Dias Escuros e foram ser criados por sua avó. Tigris e Snow eram praticamente irmãos, e amavam-se profundamente como tal. Ela, uns poucos anos mais velha do que ele, cuidava de seu primo com imenso carinho, e parecia ser uma das poucas pessoas com quem ele de fato se importava.

Essa revelação coloca a Tigris que conhecemos em “A Esperança” em um lugar ainda mais estranho. Afinal de contas, como teria ela ido de amar seu querido “Coryo” tanto assim para colaborar com aqueles que pretendem mata-lo? “Cantiga” não esclarece isso. Na última vez que vemos Tigris, ela menciona que Snow está parecido com o pai dele – um homem de quem ela dizia ter medo -, mas ainda vive com ele, trata-o como um irmão e, como sabemos, trabalhará para ele por décadas.

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A ruptura de relações entre Tigris e Coriolanus

O que teria acontecido entre Cantiga e A Esperança? Essa dúvida começou a tomar conta das especulações dos fãs de Jogos Vorazes desde o lançamento da prequela e do filme de mesmo nome. Tigris diz, no filme A Esperança: Parte 2, que deixou de trabalhar para Snow quando ele a descartou por não ser “bonita o suficiente” após todas as modificações corporais pelas quais passou.

Tigris Snow e Coriolanus

A fala de Tigris não existe nos livros. Neles, Katniss faz essa inferência, uma mera suposição sem qualquer indicio para suportá-la, em sua cabeça. Mesmo considerando o cânone dos filmes, o fandom de Jogos Vorazes toma isso largamente como uma desculpa, especialmente após “Cantiga” – é difícil imaginar que algo tão superficial teria quebrado um laço tão profundo quando aquele entre Tigris e Snow, mesmo após o endurecimento de Coriolanus.

Sunrise at the Reaping: a chave para todos os mistérios?

O anúncio, feito no mês passado, de mais um livro de Jogos Vorazes – intitulado Sunrise at the Reaping (Amanhecer na Colheita, em tradução livre) – causou comoção na internet, com muitos acreditando que será nesse livro – que se passa no Segundo Massacre Quaternário, isto é, a edição de número 50 das Jogos Vorazes (40 anos depois dos eventos de “Cantiga de Pássaros e Serpentes”, e 24 anos antes dos livros originais de Jogos Vorazes) que serão dadas respostas para muitas das perguntas a respeito da vida de Coriolanus Snow e, é claro, de seu relacionamento com Tigris.

As suposições são naturais. Afinal de contas, “Cantiga” provou-se um imenso sucesso e criou uma febre de interesse a respeito do interessantíssimo passado de Snow e de sua trajetória até o poder. Fãs da série vem pedindo há mais de um ano por mais histórias que mostrem o passado desse vilão, que já tem o título de um dos mais celebrados e icônicos da história recente – talvez um dos maiores desse século, graças sobretudo a reconhecidamente brilhante atuação de Donald Sutherland no papel –, e mesmo os atores já demonstraram interesse não apenas em continua a história de Snow, como mencionaram, especificamente, curiosidade a respeito da rixa entre ele e Tigris.

Donald Sutherland em Jogos Vorazes

Ainda assim, é a opinião dessa autora que “Sunrise at the Reaping” vai decepcionar quem tem tais expectativas. Não tanto a respeito de Snow – afinal, como já sabemos, ele já era presidente durante o Segundo Massacre Quaternário, pois Haymitch Abernathy (o vencedor desses Jogos e mentor de Katniss e Peeta na trilogia original) menciona que, após sua vitória, Snow mandou matar toda sua família – mas sobretudo no que diz respeito à Tigris. É bastante provável que vejamos a estilista em seu auge, mas isso não quer dizer que descobriremos como Tigris e Snow se distanciaram. Ao menos, não se Suzanne Collins não quiser ir contra seu cânone original.

Quais são as teorias – e por que estão erradas?

São duas as principais teorias que estão rodando a internet, e ambas conectam-se. Muitos fãs acreditam – ou esperam – que:

  1. Tigris será a estilista de Haymitch durante os jogos;
  2. Tigris cortará relações com Snow por conta do que ele fez à família de Haymitch.

Embora teorias interessantes – e amplamente divulgadas – ambas são altamente improváveis, sobretudo se levarmos em consideração aquilo que já está escrito nos livros originais. E tudo pode ser desmentido com um único parágrafo de “A Esperança”, onde Katniss pensa a respeito do que sabe sobre a já aposentada Tigris:

Ela era uma presença constante – uma versão mais jovem, menos perturbadora dela – nos primeiros Jogos Vorazes dos quais eu me lembrava. Uma estilista, acho. Não me lembro de que distrito. Não do 12.

Aqui terminam as teorias.

Análise crítica das especulações

Em primeiro lugar, o livro deixa explícito que Tigris não era estilista do Distrito 12 – o distrito de Haymitch. Katniss diz isso sem rodeios. Mesmo que não dissesse, porém, isso seria claro, já que, ao longo da saga, fica explícito que há uma hierarquia entre os times de preparação – estilistas, cabeleireiros, maquiadores – e que os profissionais tidos como menos relevantes ficavam com os piores distritos.

Tigris, praticamente irmã do presidente de Panem, não teria motivo nenhum para ficar com o “pior” distrito de todos – sobretudo considerando o ódio pessoal de Snow por ele. Além disso, é mencionado várias vezes que os estilistas do 12 são, historicamente, pouco criativos e incompetentes – tudo o que Tigris não é.

Com sua importância como membro da “Primeira Família” de Panem, e seus óbvios talentos, Tigris certamente estaria em um distrito melhor do que o 12 – provavelmente um distrito carreirista, ou seja, 1, 2 ou 4.

Ainda que Collins resolvesse ignorar tudo isso, porém, e fazer de Tigris a estilista de Haymitch – algo altamente improvável, já que Cantiga provou que a autora faz de tudo para conectar suas histórias nos mínimos detalhes, não alterá-las -, não seria agora, ainda, a ruptura entre Snow e Tigris. Pois Katniss nos disse que não foi.

Tigris e suas conexões na saga Jogos Vorazes

Katniss se lembra de Tigris. Ela viu Tigris trabalhando como estilista não apenas em um, mas em múltiplos Jogos – os primeiros dos quais ela se lembra. Isso, por si só, indica que Tigris ainda estava disposta a trabalhar para Snow, e para os Jogos Vorazes, quando Katniss era uma criança. Katniss ainda não era nascida no Segundo Massacre Quaternário.

Para que Katniss se lembrasse dela – considerando, generosamente, que ela tivesse memórias a partir de seus quatro ou cinco anos de idade -, Tigris teria que ter trabalhado para Snow até, no mínimo, a 62 ou 63 edição dos Jogos Vorazes, ou seja, doze ou treze anos após os eventos de “Sunrise at the Reaping”.

É um pouco demais esperar que Snow, conhecido por se desfazer tão brutalmente de seus desafetos, mantivesse Tigris trabalhando nos jogos mais de uma década após uma ruptura definitiva entre eles. Mais ainda, é improvável que Tigris tolerasse continuar trabalhando para ele nesses termos.

Assim, fica claro que mesmo que Tigris tenha um papel a cumprir no novo livro de Jogos Vorazes, não será nele que descobriremos o que de fato se passou entre os primos Snow. Os fãs continuarão tendo que especular a respeito até que Suzanne Collins decida publicar mais um livro nessa série.

Uma teoria alternativa: o que realmente aconteceu entre Snow e Tigris?

Mas essa autora tem uma especulação própria não apenas de que esse dia chegará, mas especificamente de quando será. Ela acredita que a briga entre Tigris e Coryo se deu, de fato, por causa das ações do presidente contra um Vitorioso dos Jogos Vorazes – não Haymitch, mas Finnick Odair.

Que os fãs pedem há anos um livro focado naquele que é, indubitavelmente, um dos personagens mais amados da franquia não é segredo nenhum. Mas desde o lançamento de “Cantiga” – e, sobretudo, desde uma passagem especifica sobre Tigris – é a crença dessa autora de que Collins pretende, de fato, publica-lo em algum momento, e que será nele que Tigris e Snow vão cortar laços.

Em primeiro lugar pois, enquanto o livro de Haymitch sucitou teorias que, de acordo com os próprios escritos de Suzanne Collins, ele não pode cumprir, ambas as teorias encaixam-se perfeitamente nos Jogos vencidos por Finnick. Finnick – vindo do distrito 4, ou seja, um dos três “melhores” e mais ricos distritos de Panem, casa dos carreiristas que quase sempre venciam os jogos – foi o vencedor dos 65º Jogos Vorazes – quando Katniss tinha sete anos.

Se a briga entre Snow e Tigris tivesse se dado ao redor dos Jogos de Finncik, isso permitiria que Katniss se lembrasse de Tigris nos “primeiros jogos dos quais se lembrava”, quando tinha quatro ou cinco anos, até sete ou oito. Sendo Finnick de um distrito carreirista – um dos três mais prestigiosos distritos nos Jogos -, seria perfeitamente razoável que Tigris, em toda a sua importância, fosse sua estilista. O tempo e as circunstâncias alinham-se perfeitamente.

Mas, acima de tudo, Tigris tem um motivo. E é possível que Collins já tenha feito referência a ele.

A questão do abuso sexual

Em “Cantiga de Pássaros e Serpentes”, uma passagem em especial chamou a atenção de vários leitores, tanto por seu peso, quanto por sua estranheza: Coriolanus, logo no início do livro, pensa em sua prima e na situação de pobreza em que ele e a família vivem. Ele menciona a forma como Tigris desde criança cuidava dele e da avó, e como parecia, as vezes, fazer milagres com seus recursos. Então, sem mais nem menos, ele menciona que suspeita que a prima já tenha – e talvez ainda o faça – se prostituido para alimentar a família.

A linha é forte, e faz o leitor ler duas ou três vezes para digeri-la. E então nunca mais é mencionada. Snow faz uma breve menção à forma como Tigris não é particularmente bonita, mas que certamente haveria pessoas interessadas em pagar por ela, e então nada disso é mencionado outra vez. Parece ser um comentário feito com o intuito de chocar, sem ter nenhuma real consequência para a história. Mas leitores de Suzanne Collins sabem que esse não é o estilo da autora – sobretudo no que diz respeito à algo tão terrível quanto prostituição infantil.

Acontece que essa não é a primeira menção de tráfico sexual de crianças e adolescentes no universo de Jogos Vorazes. Pelo contrário – o grande segredo de Finnick Odair, que é revelado em “A Esperança” em um dos momentos mais dramáticos e icônicos da série, é que ele foi vítima de abuso sexual desde os 14 anos – quando ganhou seus Jogos -, pois o presidente Snow forçava-o a se prostituir para mulheres e homens ricos da Capital, que pagavam somas astronômicas para o presidente pelo privilégio de dormir com seus vencedores favoritos.

Nas palavras de Finnick, ele não era o único, mas era o mais popular – cortesia de sua beleza extraordinária, que o ajudou a sobreviver na arena e o condenou à uma vida infernal depois. Além disso, sabemos também que era o mais novo – pois foi o mais jovem vencedor da história dos Jogos Vorazes, e passou por mais de uma década de prostituição forçada, que teria continuado se a revolução não tivesse ocorrido – pois a maneira de Snow coagir os vencedores era ameaçando torturar e matar familiares e amigos dos que não cooperassem. Finnick o fazia para proteger Mags – vencedora do 11º Jogos Vorazes que, de acordo com Haymitch, criou Finnick como uma avó – e Annie, sua namorada, vítima de TEPT severo após vencer os 70º Jogos Vorazes.

Com esse histórico em mente, é natural pensar que o comentário de Collins sobre a potencial prostituição de Tigris ainda na adolescência não tenha sido apenas uma passagem para chocar. Afinal de contas, tudo se alinha perfeitamente – a data, o distrito, o motivo. É difícil acreditar que uma mulher nascida e criada na elite da Capital, que trabalhou sem qualquer remorso para os Jogos Vorazes por 50 anos, sendo parte do círculo íntimo do tirano que preside um governo ditatorial, fosse mudar de opinião a respeito dos Jogos e de seu primo por algo tão simples quanto algumas mortes: ela participou ativamente do evento que mata 23 crianças anualmente por meio século.

É bastante provável que sua noção de ética – por mais que gostemos dela – não chegue a tanto. Não é razoável, de fato, não faz sentido, esperar que a briga entre Snow e Tigris tenha ocorrido por algo que não apenas era do conhecimento de Tigris desde sempre, como no qual ela tomou parte voluntariamente por décadas.

Tigris precisava de um motivo muito maior e mais pessoal do que esse para mudar tão radicalmente de opinião a respeito de seu primo e do sistema. E Suzanne Collins lhe deu um: raiva, profunda e pessoal. Revolta. Ressentimento. Nojo.

Aparentemente, mesmo sociedades que se organizam ao redor do assassinato sistemático e institucionalizado de crianças tem seus limites. Ao menos, é isso que Suzanne Collins constrói quando fala de Finnick e de sua história com prostituição na Capital.

A princício, nem Katniss nem ninguém – certamente não os leitores – sabe a respeito da real condição de Finnick. Para todos, ele é apenas um playboy – Katniss o classifica como o “sex symbol” de Panem – que tem mil casos e troca de amantes como troca de roupa, indiscriminadamente e de maneira quase compulsiva.

Há toda uma construção da mídia de Panem ao redor disso – ele não apenas dorme com as pessoas que o compram, mas aparece com elas em outros lugares, tudo sendo reportado pela TV, dado seu status de celebridade, como parte de suas aventuras. Sua vida com Annie Cresta é mantido em segredo, pois destruiria a fachada que esconde a realidade de sua situação.

A matança de crianças é explícita, mas a prostituição não. O próprio Snow demonstra esses limites em “Cantiga”, quando está ativamente envolvido na organização e melhoria dos Jogos Vorazes, mas não quer pensar a respeito da possibilidade de sua prima ter se submetido à prostituição.

Dessa forma, é perfeitamente possível que Tigris, que parece confortável com a ideia dos Jogos, não conseguisse lidar com a noção de seu amado primo sendo a cabeça de um grande esquema de tráfico sexual – especialmente se ela, de fato, tiver a história pessoal de trabalho sexual na adolescência para alimentar esse mesmíssimo primo. É perfeitamente natural que esse horror, dentre tantos, tenha sido a única gota d’água possível para uma mulher que não via problema em vestir crianças para suas mortes.

Olhando no espelho: o ódio de Tigris Snow

Em A Esperança, Katniss nos diz o seguinte sobre Tigris:

“Ela não é nenhum Cinna, alguém disposta a se sacrificar por outros. Essa mulher era a materialização da superficialidade da Capital. Ela era uma das estrelas dos Jogos Vorazes até… até que não era.

Então é isso? Amargura? Ódio? Vingança? Na verdade, essa ideia me conforta. Necessidade de vingança pode queimar muito e por muito tempo. Especialmente se toda olhada no espelho a reforça”.

É óbvio que o que quer que move Tigris é algo muito forte. Um ódio muito profundo. Katniss assume que ele é reforçado por cada olhada no espelho – isto é, quando Tigris se olha e vê a extensão de suas modificações corporais. Mas sabemos que isso é uma suposição de Katniss, não a realidade como ela é, já que ela não conhece Tigris.

E se Suzanne Collins estivesse indicando que o ódio de Tigris de fato cresce com cada olhada no espelho, por cada vez que ela se recorda da garota que ela um dia foi e das coisas que ela um dia fez – e não pelo que Katniss supõe?

Assim, é a teoria dessa autora que Tigris foi a estilista por trás de Finnick nos 65º Jogos Vorazes. Que, então, vendo-o ser forçado à prostituição com apenas 14 anos – potencialmente descobrindo nesse momento da forma como Snow usava seus Vitoriosos, já que Finnick foi, de longe, o mais ativo e óbvio dos casos -, ela tenha finalmente se revoltado. Que tenha brigado com Coriolanus, e percebido, finalmente, que já não restava mais nada do menino pelo qual ela tinha aberto mão de sua infância para criar. E que, assim, dez anos depois, quando Katniss disse que pretendia mata-lo, Tigris – em toda a sua revolta, raiva, ressentimento, nojo – tenha sorrido.

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Cursando História na Universidade Federal do Estado do Amazonas (UFAM), com um interesse de pesquisa particular em Primeira Guerra Mundial. Criadora do instagram @behindherglasses_, uma comunidade de estilo e lifestyle vintage, moda e costumes históricos, livros, teatro e fotografia com mais de 100.000 seguidores. Criadora de conteúdo sobre literatura, cinema, televisão, teatro e história no Instagram @ClarissaDesterro.
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