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[SÉRIE] “Westworld”: a liberdade do abuso entre a ficção e a realidade

por Athena Bastos · 12 de outubro de 2016
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Há duas semanas estreou a série da HBO, “Westworld”, produzida por Jonathan Nolan e J. J. Abrams e baseada no filme homônimo de 1973. A obra original narra a história de dois turistas em um parque de diversões que simula o velho oeste e é povoado por robôs. A aposta financeira é grande – um orçamento semelhante ao de Game of Thrones. Mas será que o enredo compensa?

[CONTÉM SPOILERS]

Exibida aos domingos, até o momento apenas dois episódios foram lançados. No primeiro deles, o espectador é introduzido ao mundo de Westworld. Numa sociedade repleta de inovações tecnológicas, um parque de diversões é moldado de forma a atender os desejos mais profundos de seus visitantes. Mediante pagamento de uma grande quantia é permitido aos turistas vivenciarem a liberdade que não encontram na sociedade. Inserem-se em um mundo de fantasia – o velho oeste, um lugar com canibais, um mundo com aulas de Shakespeare, entre tantos outros – e convivem com robôs como se fossem humanos. Mas toda liberdade vem com um preço. Até que ponto você pode ser algo dentro da fantasia sem deixar de ser fora dela?

Três grandes dilemas são apresentados. Em primeiro lugar, há a questão dos desejos individuais. Em Westworld, você pode matar, estuprar, trair, sem quaisquer consequências. Todavia, cada experiência molda o que as pessoas são de fato, e interagir com robôs não muda a sensação que elas tiveram, nem seus desejos. Não se pode distinguir plenamente o que está dentro e o que está fora deste mundo.

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Em segundo lugar, há a intenção dos desenvolvedores. O que eles desejam ao se passarem por deuses deste novo mundo, além dos lucros obtidos através das visitas? Cada atualização dos robôs concede a eles um pouco mais da vida que os seres humanos acreditam que eles não possuem. O que ainda não foi revelado é o verdadeiro intuito daqueles que criam estes novos seres.

E, por fim, há a questão moral acerca dos anfitriões, como são chamados os robôs. A partir do momento em que eles são dotados de autonomia de pensamento e sentimento, eles deixam de ser meros bonecos inanimados e passam a desenvolver uma espécie de vida diferente. Então, é certo que sejam escravos dos obscuros desejos humanos? Se eles pensam, vivem, sonham e lembram de tudo o que fizeram, faz diferença que seus corpos não sejam humanos?

Dentro das questões morais incitadas pela série, uma das que mais se destaca relaciona-se às personagens femininas da história. A mais antiga anfitriã é Dolores (Evan Rachel Wood), uma jovem que sempre exerce o papel da donzela. Carregada do estereótipo de atração masculina (beleza, inocência, simpatia), Dolores encanta os personagens e os turistas. Todavia, o seu encanto possui um ônus: é sempre alvo do abuso masculino. Dolores encena romances todos os dias para, ao final deles, ser destruída pelas vontades masculinas daqueles que frequentam o parque. Da mesma forma, outras personagens sofrem nas mãos de homens, como as prostituas Maeve (Thandi Newton) e Clementine (Angela Sarafyan).

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O conflito entre homens e máquinas começa quando os “devaneios” são inseridos nos robôs. Através da atualização, as máquinas podem desenvolver novas atitudes de acordo com suas vivências. Porém, a autonomia desperta reflexões sobre a realidade em que vivem naqueles que antes podiam ser controlados ilimitadamente. O primeiro a despertar é o pai de Dolores, que destaca os horrores já cometidos contra sua filha de ficção. Ele sabe o que fizeram a ela durante todos aqueles anos, assim como o misterioso turista que frequenta o parque há mais de 30 anos. Ele se lembra. O alerta é feito, o que desencadeia, aos poucos, a vontade de libertação nos demais personagens.

É uma série promissora. Traz personagens femininas aparentemente fortes, seja entre os personagens robôs ou entre os personagens humanos, que prometem grande desenvolvimento e participação através desta temporada inicial. Não obstante, levanta grandes questionamentos através de uma história envolvente, repleta de ação e que desperta a curiosidade daqueles que assistem a ela.

Por fim, a frase de Shakespeare que sempre é citada na série:

“These violent delights have violent ends”

(Estes violentos prazeres possuem violentos fins).

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Athena Bastos

Mestra em Teoria e História do Direito e redatora de conteúdo jurídico. Escritora de gaveta. Feminista. Sarcástica por natureza. Crítica por educação. Amante de livros, filmes, séries e tudo o que possa ser convertido em uma grande análise e reflexão.

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