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Salem
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Salem: bruxaria e demonização da mulher

por Athena Bastos · 27 de outubro de 2016
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Salem é uma série norte-americana de 2014, produzida por Brannon Braga e Adam Simon, cujo enredo gira em torno de episódios de bruxaria e possessão em Salem durante o século XVII. A proposta inclina-se ao gênero de terror e traz uma interessante análise do papel das mulheres na sociedade e de como a bruxaria era um modo de empoderamento daquelas.

[NÃO CONTÉM SPOILERS]

A protagonista é Mary Sibley (Janet Montgomery), uma mulher forte que, quando jovem e pobre, viu sua grande paixão, John Alden (Shane West), partir para a guerra. Sem a perspectiva de retorno do amado, Mary casou-se com o velho, rico e poderoso Sr. Sibley, o qual logo passou a sofrer de estranhos males, como a perda da voz e de alguns movimentos.

Quando, anos mais tarde, John Alden retorna à cidade, antigas paixões são despertadas, assim como a curiosidade acerca do que existe por trás dos eventos sobrenaturais que assolam a cidade. Todavia, seu retorno ofereceu mais conflitos aos interesses de Mary do que se pode imaginar, uma vez que uma disputa de poder envolvendo poderes além da capacidade humana está instaurada.

Salem

Mary Sibley (Janet Montgomery)

Ambientada no século XVII, Salem mostra como a superstição fazia parte da vida da população e como era manipulada para atender aos interesses de grupos e pessoas, ainda que, muitas vezes, distante da verdade sobrenatural. De um lado, há a disputa política. Do outro, há a disputa por um poder obscuro. E ambas se conectam ao longo da história.

Na primeira temporada são apresentados personagens com características diversificadas. Homens e mulheres que realmente acreditam na magia, praticantes ou não, e que vão a fundo em sua busca pela compreensão dos fatos. E homens e mulheres que, mesmo diante das evidências, utilizam os fatos sobrenaturais para sua própria promoção.

Neste ponto, importante ressaltar como alguns personagens, sobretudo masculinos, descrevem atitudes hipócritas no processo de demonização dos indivíduos. E na maior parte dos casos, os indivíduos “vítimas” da dita demonização são mulheres.

Salem

Salem ganha pontos positivos justamente ao narrar a opressão ao corpo feminino. Mulheres pobres, mães solteiras, mulheres incompreendidas, julgadas, dominadas. E em contraposição a esta realidade existe a bruxaria, a forma pela qual elas – embora não somente elas, uma vez que homens também podem fazer parte – conseguem poder sobre a vida.

Este é o caso de Mary, a protagonista. Mary é uma personagem multifacetada, que não se restringe ao estereótipo de mulher abandonada ou de bruxa má. Mary demonstra como o próprio poder advindo de suas práticas é dotado de várias faces. Assim como ele, Mary nem sempre é má, Mary nem sempre é boa: Mary é humana, carrega consigo as marcas das dores que lhe foram causadas e das escolhas que fez na vida.

Outro ponto positivo da série é justamente esta desconstrução do poder sobrenatural. Muitas séries acabam por romantizar a bruxaria, esquecendo-se de que existe um lado obscuro nela, assim como em tudo na vida. Salem mostra o lado grotesco da bruxaria, com algumas cenas fortes (por isto a classificação no gênero terror), ainda que não queira fazer com que as pessoas a tornem a única grande vilã. Pelo contrário, dosa este lado do sobrenatural, muitas vezes utilizados para fins não benevolentes, com a parcela de uma espécie de justiça que ele pode fornecer diante das injustiças humanas.

Salem

Como mencionado, a série é de terror, mas mistura drama, ação e romance. Algumas cenas são um pouco mais pesadas no quesito terror, mas nada de excepcional. É uma série não somente para quem gosta do gênero, mas para quem gosta de ver personagens femininas fortes e com grande destaque, lutando ao seu modo pela liberdade de viver. E para quem desejar assistir à série, ela conta com duas temporadas completas e foi renovada para uma terceira, que estreará no dia 02 de novembro nos Estados Unidos.

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Athena Bastos

Mestra em Teoria e História do Direito e redatora de conteúdo jurídico. Escritora de gaveta. Feminista. Sarcástica por natureza. Crítica por educação. Amante de livros, filmes, séries e tudo o que possa ser convertido em uma grande análise e reflexão.

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