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QUADRINHOS

[QUADRINHOS] Por que você deve ler sobre a agenda feminista de Chelsea Cain?

por Simone Pinheiro · 14 de novembro de 2016

Dentre as confusões recentes no meio dos quadrinhos, tivemos o caso de Chelsea Cain, que acabou tendo que deletar sua conta no Twitter depois de ser atacada por uma série de comentários machistas. Chelsea Cain escrevia os quadrinhos da “Mockingbird” (Harpia), que foi cancelado com oito edições publicadas.

O tweet de Cain que iniciou essa confusão toda, falava sobre personagens femininas escritas por mulheres. Mais especificamente, para que a Marvel siga investindo nisso, mesmo que o quadrinho dela houvesse sido cancelado. Você pode ler mais sobre o caso aqui.

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“Mockingbird foi cancelado. Mas precisamos garantir que a @Marvel abra espaço para mais títulos feitos por mulheres sobre mulheres chutando bundas.”

E o que deixa o caso todo mais interessante, é que o quadrinho de Cain chegou muito próximo do que poderíamos chamar de uma comic feminista. E como de praxe, não foi bem recebido por alguns “fãs”, que optaram por assediar a roteirista.

Mockingbird é Barbara “Bobbi” Morse, PhD em biologia, espiã, às vezes super heroína, e recebeu o soro do Super Soldado e a Fórmula do Infinito (não sendo totalmente conhecidos os efeitos dessa combinação). Chelsea traz uma Bobbi sarcástica, piadas com seus ex-namorados, muita química, piadas com clichês inversos e ainda fala abertamente sobre machismo.

Cain consegue levar o diálogo sobre sexismo, em especial no mundo dos quadrinhos, para dentro da própria história na voz de uma espiã altamente competente que precisa salvar seu ex-namorado com uma certa frequência. Em uma nota no final do primeiro volume, Cain já promete trazer algo diferente do que estamos acostumadas (se não exatamente aquilo que viemos pedindo).

“I promise this: I promise science, I promise math. I promise competence and confidence. I promise a Bobbi who is the smartest person in the room and capable of taking down everyone in it. I promise barbed wit and droll punchlines. I promise Lance Hunter and Clinton Barton. Shirtless.”

“I want MOCKINGBIRD to look different than other comics. To take risks. I’d rather fail big and have tried something, you know? So I’ll screw up sometimes. I’m new here. I still haven’t gotten oven the thrill of seeing emails from Marvel in my in-box.”

Tradução: “Eu prometo isso: eu prometo ciência, eu prometo matemática. Eu prometo competência e confiança. Eu prometo uma Bobbi que é a pessoa mais inteligente na sala e capaz de derrubar todos nela. Eu prometo sagacidade afiada e frases de efeito engraçadas. Eu prometo Lance Hunter e Clinton Barton. Sem camisa.”

“Eu quero que MOCKINGBIRD seja diferente das outras comics. Quero arriscar. Prefiro fracassar grande e ter tentado algo, sabe? Então vou estragar as coisas às vezes. Sou nova aqui. Ainda não superei a emoção de ver e-mails da Marvel na minha caixa de entrada.”

Depois disso temos Bobbi contando sobre sua infância no terceiro volume e sobre como sempre quis ser uma super heroína, mas nunca conseguia ganhar super poderes.

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“I finally realized that I was being unrealistic. I could never be like my heroes. They all had something I didn’t. A Y-chromosome. Honestly, by then I had other things on my mind. Like most girls my age, I was obsessed with… Math and science. I’m still a scientist. But these days? It’s more of a hobby. Because it turns out you don’t need a Y-chromosome to be a superhero… you just need balls. No more sexism. No more racism. Female heroes are just as celebrated as their male counterparts. We won the war, ladies! Ha! Just kidding. It still sucks.”

Tradução: “Eu finalmente percebi que não estava sendo realista. Eu nunca poderia ser como meus heróis. Todos eles tinham algo que eu não tinha. Um cromossomo Y. Honestamente, na época eu tinha outras coisas em mente. Como a maioria das garotas da minha idade, eu estava obcecada com… Matemática e ciência. Ainda sou uma cientista. Mas hoje em dia? É mais um hobby. Porque na verdade você não precisa de um cromossomo Y para ser um super herói… você só precisa ter bolas*. Sem mais sexismo. Sem racismo. Heroínas são tão celebradas quanto seus equivalentes masculinos. Nós vencemos a guerra, garotas! Ha! Estou brincando. Ainda está uma merda.”

*O termo em  inglês também é usado como sinônimo de coragem.

Embora esse tenha sido o diálogo mais direto, recebemos vários apelos ao longo da história. Como os comentários sobre absorventes.

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“Como podemos ter um diálogo significativo com adolescentes quando vivemos em uma cultura que ainda não fala sobre absorventes?”

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Na linha vermelha: “Urgente: nação deixa de ser sexista, começa a falar sobre absorventes. ‘Já era hora’ diz Mockingbird”

Ou as inversões de papéis, onde temos Bobbi salvando Hunter (que convenientemente estava de roupas íntimas).
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E Bobbi salvando o Clint (que convenientemente também estava de roupa íntima).

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E Hunter aparecendo aleatoriamente na história (novamente de roupa íntima), junto com comentários sarcásticos sobre a quantidade de ex-namorados de Bobbi.

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“Mas espiões, como ex-namorados e meias perdidas, conseguem aparecer quando você menos espera eles. Eu perco muitas meias.”

As primeiras cinco edições são uma puzzle box e mostram Bobbi resolvendo alguns problemas pessoas relacionados a um vírus, e a SHIELD estar fazendo experimentos secretos (para variar). As três últimas se intercalam com a Guerra Civil II (mas pode ler mesmo sem ter acompanhado o evento). E com apenas oito volumes, a história abriu uma brecha grande para que a Marvel continue a trazer, além da representatividade, o diálogo para dentro dos quadrinhos. Mas mesmo que ainda exista a esperança, Chelsea Cain continua fora do Twitter e a Marvel continua sem um pronunciamento oficial sobre o caso.

No final dos volumes também vem alguns bonecos com roupinhas para cortar e, além das diversas roupas de Bobbi durante a história, tem um boneco de seu ex-marido para fazer parzinho também!

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Simone Pinheiro

Apaixonada por livros de capa dura, filmes com bastante drama, histórias em quadrinho, jogos de estratégia e essas coisitas mais. Sempre começa a escrever mais textos do que é capaz de terminar. Formada em desenvolvimento de sistemas, fã de Tolkien e criadora do Dragões Encaixotados.

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