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GAMES

[GAMES] A representatividade feminina na trilogia “Mass Effect”

por Letícia Motta · 22 de dezembro de 2016

“Mass Effect” é certamente uma das trilogias mais aclamadas do mundo dos games, principalmente quando o assunto é sci-fi.  O game, que se passa no ano de 2138, coloca o jogador no controle de Shepard, uma soldada de elite que é enviada em missões de exploração pela galáxia em uma nave espacial chamada Normandy. Há a possibilidade de alterar a aparência, gênero, habilidades e até o passado militar da sua ou seu personagem. O título do game, faz referência a uma tecnologia existe no universo do game, que permite as viagens chamadas de Faster than light (mais rápida que a luz).

Com ME, a desenvolvedora Bioware tornou uma forma de entretenimento e passatempo em algo muito maior. Com uma jornada que dura mais de 80 horas, cheias de personagens cativantes, diversidades de planetas e ecossistemas, de raças alienígenas, um sistema de escolhas baseado na moralidade e, principalmente, uma proposta diferente com relação às implicações de gênero, a série apresenta várias personagens femininas fortes, pouco estereotipadas, com origens e personalidades variadas e que, em grande parte, tem bastante relevância para a história principal.

Shepard (”FemShep”)

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Não é segredo que a BioWare sempre considerou a ”FemShep” como uma mera alternativa ao real herói de Mass Effect – versão masculina do Shepard, que era vista em todos os anúncios e em todas as caixas dos jogos. Muito provavelmente, a versão feminina foi criada porque era esperado, uma vez que essa era uma tendência nos RPG’s, oferecer ao jogador mais de uma opção de gênero.

Para criar a Shepard feminina, foram utilizados dados de captura de movimentos masculinos, o que fica bastante claro quando analisamos seus movimentos e trejeitos ao longo da trilogia, parecendo que a personagem apenas ganhou uma voz feminina e mais nada. Embora a heroína tenha sido criada como uma versão extra, sendo a opção masculina a genérica, Shepard funciona bem como protagonista, se constituindo como uma das favoritas dos fãs da saga.

Ela é uma mulher, e isso acaba influenciando bastante nas ações em seus relacionamentos e em ocasionais acontecimentos ao longo da jornada, mas são outras características que a tornam especial e admirável – sua força, determinação, sua presença dominante e seu status como o maior campeã da Terra.

Há algo presente nas falas e nas escolhas de Shepard que certamente representam seu poder e que a tornam extremamente bad ass. Seus feitos são reconhecidos como a soma de muitos anos de trabalho duro e talento, e seu gênero nunca foi tratado como um fator limitante. Ela não é simplesmente a mulher certa para o trabalho, mas o ser humano certo.

Liara

Liara T’Soni é uma das personagens mais queridas dentro da série. Ela é tida como uma expert em pesquisa, tendo dedicado grande parte de sua vida estudando sobre a cultura e tecnologia Protheana. Pertencente a uma raça de alienígenas de gênero único, as Asari, nativas do planeta Thessia, são reconhecidas como as mais influentes e respeitadas entre todas as espécies da galáxia. São detentoras de uma fisiologia única, expressadas por um tempo de vida milenar e a capacidade de se reproduzir com um parceiro de qualquer gênero ou espécie.

No primeiro game, por vezes a pesquisadora parece ingênua, indefesa e muito apegada à comandante Shepard, sendo, inclusive, uma das opções de romance para ela. No entanto, é incrivel o desenvolvimento e transformação que a asari ganha ao longo da trilogia, se tornando uma companhia e conselheira quase que indispensável, passando a lidar com conflitos, ameaças, informações sigilosas, ganhando uma postura intimidadora, poderosa e mantendo uma importante rede de contatos.

Infelizmente, muitas asari são vistas como promíscuas dentro do game, justamente por se sentirem livres em expressar sua sexualidade. Uma das grandes críticas feitas à Bioware, nesse sentido, se trata da constante objetificação e sexualização das alienígenas. Parece que o fato de elas terem tanto poder, superioridade intelectual, dominância e influência sobre a galáxia ficam em segundo plano, sobressaindo-se a imagem errônea de uma libertinagem sexual e evidenciando muito mais sua aparência atraente, o que satisfaz as fantasias dos jogadores homens.

Jack

Também conhecida como ‘’Subject Zero’’, é uma notória criminosa conhecida por piratear, sequestrar, atos vândalos e assassinato. Jack é uma humana biótica muito habilidosa, possivelmente a mais poderosa viva. Considerada uma grande ameaça, após sua prisão ela foi mantida numa espécie de sono criogênica. Sua história foi marcada pelo abuso e pelo sofrimento. Quando criança, era frequentemente drogada por cientistas, que a forçavam a lutar com outras crianças a fim de potencializar suas já notáveis habilidades bióticas e, caso ela se recusasse, recebia choques.

Condicionada a matar e tendo sua vida reduzida à um mero projeto, sua história no game é marcada por sede de vingança. A aparência de Jack é incrível e carrega muito de seu passado e sua personalidade explosiva. Cheia de cicatrizes, tatuagens complexas e fascinantes que a cada traço contam sua trajetória, a cabeça raspada e o estilo cyberpunk tornam a biótica uma das personagens mais interessantes e representativas da série.

Embora a maioria dos seus comportamentos sejam agressivos e desconfiados, a criminosa também mostra seu lado mais sensível em vários momentos, principalmente nos diálogos. Ela tem uma série de falas muito interessantes, que demonstram muito de sua força, autonomia e determinação. 

A evolução pela qual ela passa ao longo do game é tocante, assim como o apego e amizade que desenvolve por Shepard. Lamentavelmente, Jack é uma opção de romance apenas com a versão masculina de Shepard e isso é uma grande falha.

Além das já mencionadas, a trilogia ainda conta com muitas outras mulheres representativas e importantes para o plot, como Tali’Zorah nar Rayya e Miranda Lawson. É fato que a trilogia Mass Effect não é perfeita, principalmente em razão das diversas falhas apontadas, como a ainda presente objetificação de algumas personagens, que parecem existir para atender as demandas masculinas. No entanto, de um modo geral, a série ainda representa um grande avanço com relação à representatividade do gênero feminino, conseguindo criar e desenvolver personagens fortes – que podem relacionar-se entre si de uma maneira incrível – com peso para a história e que nos cativam com suas falas, ações, seu engajamento e seu empoderamento.

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Letícia Motta

Hardcore gamer, punk e antissocial. Fã de RPG's de fantasia, ficção científica e quadrinhos independentes. Passa as horas vagas e as não vagas com seus consoles e PC.

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