Depois de um jejum de 14 anos, as novas aventuras da família Pêra, uma das mais queridas pelos fãs de super-heróis, retornou aos cinemas. Tendo estreado no dia 28 de junho no Brasil, Os Incríveis 2 dessa vez trouxe Helena, a Mulher-Elástica, como destaque principal no combater ao mal. Ela que passava boa parte do tempo em casa no primeiro longa, desta vez ela foi solicitada para retomar as missões, invertendo os papéis com seu marido Beto Pêra.
O filme provoca reflexões sobre o machismo e o empoderamento feminino, através da relação moderna dos personagens. Sr. Incrível prontamente assume o papel de cuidador da casa e dos filhos, mesmo sem ter experiência, em benefício à nova função da sua mulher. Por falar em filhos, agora não são apenas dois. Além do hiperativo Flecha e de Violeta, que está em plena crise de adolescência, a família aumentou com a chegada de Zezé, o bebê que tem superpoderes.
“Tive a ideia de inverter os papéis de Helena e Beto quando estávamos promovendo o primeiro filme“, declarou o diretor Brad Bird (Ratatouille). “A essência nunca mudou. A Mulher-Elástica era uma personagem forte, não fizemos essa história para tirar vantagem de algo no zeitgeist“, completou o comentário.
Bird acha importante ter mais personagens femininas e diretoras mulheres nos filmes, embora tenha deixado bem claro que não aceita imposições em sua arte. “Se as pessoas começarem a me dizer que tenho de fazer isso, o artista em mim vai resistir e vou acabar fazendo um filme sobre homens comendo bife o tempo todo e queimando carvão.” A atriz Holly Hunter, que dubla a heroína Helena, disse em entrevista ao jornal O Globo: “Este não é um filme com mensagem política“.
Mesmo que não seja essa a intenção, a sequência da animação da Disney/Pixar, apesar de vestir os personagens com uniformes vermelho e preto e lhes conferir superpoderes, deixou ao público uma mensagem muito clara e atual sobre os papéis sociais da mulher dentro e fora do lar.
A Pixar, um dos estúdios de maior prestígio em Hollywood, trabalha muito bem temas que tocam profundamente o público infantil e adulto. Bons exemplos são a franquia “Toy Story” (1995), primeiro filme da companhia que, através dos brinquedos, mostra comoventes provas de amizade; “Up – Altas Aventuras” (2009), que retrata a história de amor entre Carl Fredricksen e Ellie, da infância à velhice; o recente “Viva: A Vida É uma Festa” (2017), um filme familiar inspirado no folclore e na cultura do México, que arrebatou o público; e o recém-lançado “Os Incríveis 2”, 20º longa do selo.