[CINEMA] 7 filmes para assistir no Dia Internacional da Mulher

[CINEMA] 7 filmes para assistir no Dia Internacional da Mulher

Selecionamos 7 filmes para celebrar o Dia Internacional da Mulher! Entre animação, drama, história real e documentário, tem obras audiovisuais feitas por mulheres e com protagonismo feminino para todos os gostos. Confiram!

Frozen (Jennifer Lee, 2013)

Dia Internacional da Mulher

Nessa animação, a princesa Anna não procura um príncipe encantado. Essa ideia do amor romântico é deixada de lado. Ela não precisa de uma homem para salvar sua vida, como acontece em muitas historias de contos de fadas, envolvendo princesas. O amor verdadeiro está justamente no relacionamento de Anna com sua irmã Elsa e só assim acontece o tão esperado final feliz. A obra mostra um novo tipo de protagonismo feminino em filmes de animação, onde as mulheres são fortes, determinadas e vencedoras. Por exemplo, o longa exibe imagens de empoderamento feminino quando Anna salva Elsa, através da sororidade, a tão falada união entre mulheres. Este poder feminino é construído sem a aprovação ou assistência de nenhum homem. As duas irmãs não são perfeitas, cometem erros, e lutam, interna e externamente, para vencer todos os seus medos e superar seus traumas. E elas conseguem. Ao vencer essas batalhas, as protagonistas inspiram outras meninas e/ou mulheres a também vencer suas lutas, mesmo não sendo perfeitas e nem terem tudo sob controle. Vencedora de dois Oscars, a obra é um releitura moderna do conto de fadas “A Rainha das Neves”, de Hans Christian Andersen.

Mulheres Arte Revolução (Lynn Hershmann Leeson, 2010)

https://www.youtube.com/watch?v=C1yMM7T5H6U

Este documentário explora a arte feminista a partir dos anos 70, através de conversas e imagens de arquivo de artistas, historiadoras, curadoras e críticas. O mais interessante é que o filme mostra como as mulheres conseguiram entrar no mundo das artes, lutando contra a invisibilização das suas obras e delas mesmas e também como a união entre elas, através de redes de contato, proporcionou algumas mudanças necessárias para que os trabalhos delas pudessem aparecer. São essas artitas também que rompem com as regras formais e politizam a arte. Os protestos organizados por várias dessas mulheres eram contra a discriminação, a exclusão social e a violência machista. O documentário também trata da da arte feminista lésbica. Artistas necessárias como Rachel Rosenthal, Arlene Raven, Hannah Wilke, Yoko Ono e Marina Abramovic aparecem no documentário, que foi premiado no Festival de Toronto (Canadá), Sundance (Estados Unidos) e Berlim (Alemanha). A diretora Lynn Hershamann Leeson, que também faz parte de todo esse movimento, assina o roteiro e faz a narração desse imprescindível documento visual da arte feminina.

Mad Max: Estrada da Fúria (George Miller, 2015)

É verdade que o título é sobre O Mad Max (Tom Hardy), mas, quem rouba a cena mesmo é a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron). E não é apenas ela. Várias personagens femininas aparecem lutando e cuidando uma das outras, em um mundo hostil, onde são tratadas como mercadoria descartável, um mundo, onde, definitivamente, nenhuma mulher gostaria de viver. Mas, só pelo fato de um site misógino americano propor o boicote ao filme por considerá-lo muito feminista e desafiar a masculinidade tradicional, já vale à pena assistir. E o filme agradou à audiência em geral, especialmente a feminina, justamente porque faz uma revisão femininista de um dos gêneros mais agressivos e masculinos do cinema. Tanto o filme quanto o personagem de Theron são considerados, por alguns críticos e/ou acadêmicos, como ícones do empoderamento feminino no século XXI. Além disso, o longa oferece como um novo começo do mundo soluções baseadas na destruição do patriarcado. E é esse um dos motivos que enfurecem alguns homens: pensar que as mulheres não serão mais dependentes deles e escolherão seu próprio destino. O filme foi indicado a 10 Oscar e levou seis estatuetas.

A Excêntrica Família de Antônia (Marleen Gorris, 1995)

Dia Internacional da Mulher

O filme mostra a história de três gerações de mulheres, comandadas pela matriarca Antônia (Willeke van Ammelrooy) e traz a força e a beleza de escolhas que atravessam o tempo. A história mostrada acontece logo após a Segunda Guerra Mundial. A matriarca decide voltar ao vilarejo onde morava, depois de vários anos fora e chega com sua única filha Danielle (Els Dottermans). As duas começam a cuidar de uma fazenda e passam a ser mal vistas pelos outros moradores porque são mulheres que vivem sozinhas, não precisam de homens e por romperem, diariamente, vários paradigmas. Os personagens femininos são dos mais diversos: a neta superdotada, a filha lésbica, a avó louca, a amiga que gosta de procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais. Cada uma dessas mulheres mostrada no filme tem sua própria sensibilidade e maneira de ver o mundo. É possível mergulhar e sentir as vivências, a força e escolhas delas. As mulheres retratadas não são conformistas, pelo contrário: Antônia não quis se casar, Danielle era lésbica e artista, Theréze (Veerle van Overloop) um gênio. A obra ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro.

Estrelas Além do Tempo (Theodore Melfi, 2016)

Dia Internacional da Mulher

A história por si só já é incrível: três mulheres negras que trabalharam em importantes projetos espaciais da NASA, na década de 60. Como nunca tínhamos conhecido essa trama antes? Katherine Johnson (Taraji P. Henson) calculou a trajetória para o Projeto Mercury e o vôo da Apolo 11 à Lua, em 1969. Era um gênio da matemática. Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) foi a primeira supervisora de computadores afroamericana da NASA. Mary Jackson (Janelle Monáe) foi a primeira física afroamericana da NASA. Essas três mulheres sofriam dupla discriminação: o machismo e o racismo. Filmes com mulheres negras protagonistas são raridade. Quando aparecem elas, geralmente, são retratadas como escravas ou empregadas. Não que essas histórias também não possam ser contadas. Mas, não são as únicas. E é justamente a diversidade de representação que inspira a mulheres e meninas a serem o que elas sonham. Estrelas Além do Tempo é um filme obrigatório para quem quer se emocionar com uma história de superação e vitória feminina. Concorreu a três Oscars.

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Thelma & Louise (Ridley Scott, 1991)

Dia Internacional da Mulher

O filme Thelma & Louise se tornou um ícone nos anos 90, ao contar a história de duas mulheres que vão viajar juntas de férias, mas acabam se deparando com um estuprador, e em seguida se veem fugindo da polícia pelo interior dos Estados Unidos. Com personalidades bastante distintas, as duas mulheres ajudam e protegem uma à outra, e passam juntas por um crescimento pessoal, aprendendo a lidar com várias questões difíceis em suas vidas. Thelma, antes ingênua e submissa, consegue se libertar do marido abusador, toma a frente de sua vida sexual, e aprende a se defender. Louise tem que enfrentar algumas feridas do passado, e ser a estrategista na fuga em que se envolveram. A perseguição é totalmente marcada por gênero – os policiais são todos homens, assim como os agressores e as pessoas que aplicam golpes no meio do caminho – e o evento que as coloca em fuga é especificamente sobre a violência sexual à qual mulheres são submetidas tão constantemente.

A trama de Thelma & Louise simboliza a busca pela sobrevivência e preservação num mundo dominado por homens. A cena em que elas encontram um caminhoneiro pervertido na estrada explicita como elas se transformaram e decidiram resistir às regras impostas por esse mundo.

Após este filme, Geena Davis e Susan Sarandon se tornaram atrizes-ícone da força que as mulheres podem representar nos filmes, se tornando referência para diversas jovens. Geena Davis fundou posteriormente uma organização de pesquisa e monitoramento da representação feminina na mídia, o Geena Davis Institute on Gender and Media, e permanece sendo uma das grandes ativistas feministas da atualidade.

Uma mulher sob influência (John Cassavetes, 1974)

O diretor John Cassavetes já tinha uma carreira relativamente interessante como ator em Hollywood quando resolveu se aventurar a fazer cinema de forma experimental e lançar Sombras, seu primeiro longa-metragem. É um filme importante para o cenário independente americano, mas nada se compara a Uma mulher sob Influência.

Lançado em 1974 e indicado a dois Oscar, é o trabalho de Cassavetes que menos pertence a ele. Isso porque se fossem mantidos o roteiro e a câmera errante, Uma mulher sob influência não seria o mesmo sem Gena Rowlands no papel de Mabel Longhetti, uma dona de casa vivendo o ápice de uma crise da qual o espectador jamais sabe o motivo. E não é preciso. Mabel é um retrato da alma de todas as mulheres. As cobranças, os desejos e as incertezas, diferente do que acontece com outras personagens, estão todos para fora, latentes, feridas abertas sem expectativa de cicatrizarem. Para alguns olhares, ela não passa de uma louca. Mas como define Nick, personagem de Peter Falk, marido de Mabel, ela não é louca, é incomum. Como todas nós. A diferença é que está despida das máscaras que a sociedade nos impõe, que nos fazem sorrir quando somos proibidas e assumir posições nem sempre desejadas em nome do que nos vendem como feminilidade.

Mabel é mulher em estado puro e a falta de foco da câmera de Cassavetes, apontada como defeito por alguns críticos, se faz necessária neste caso. A loucura que é viver numa sociedade machista nos faz ter vertigens o tempo todo.

Essa lista foi elaborada por IbitiCarol e Bianca.

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