4 mulheres que marcaram a história na MPB – e por que você deve conhecê-las

4 mulheres que marcaram a história na MPB – e por que você deve conhecê-las

Num país rico em sonoridades, não é difícil encontrarmos a presença marcante de mulheres na história da música popular brasileira. Embora vários nomes nos passem pela cabeça, atualmente entre 101 profissionais da área de produção musical, apenas 32% são mulheres, uma porcentagem preocupante contra os 68% masculinos. Com essa lista, procuramos contar um pouco da história de grandes cantoras da era da Música Popular Brasileira, já que é comum ouvi-las por aí sem saber o tamanho do impacto que causaram em sua época, além de uma playlist exclusiva com nomes femininos que fazem parte da história da música nacional!

– Chiquinha Gonzaga: Nascida em 1865 e também carioca, Francisca Edwiges Neves Gonzaga foi uma compositora, pianista e maestrina brasileira. Na época em que a música se propagava em forma de partituras que eram vendidas nas ruas, Chiquinha foi a primeira pianista de choro e autora da primeira marcha carnavalesca – ou marcha-rancho – com letra. ‘Ó Abre Alas’, de 1899, segue sendo cantada nos bailes de carnaval até hoje. Casou-se aos 16 anos e não aguentando as ordens do marido para que não se envolver com música, separou-se após anos de casada, o que foi um escândalo para a época. Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, foi instituído o Dia Nacional da Música Popular Brasileira no dia de seu aniversário, 17 de outubro.

– Maysa: Chamada de Édith Piaf brasileira, Maysa Figueira Monjardim, mais conhecida como Maysa ou Maysa Matarazzo, é uma cantora, compositora e atriz carioca. Iniciou sua carreira nos anos 50, abriu mão de seu casamento com o empresário André Matarazzo para prosseguir sua carreira como cantora, que era vista com maus olhos pela família tradicionalista do marido. Atingiu o posto de melhor e mais bem paga cantora brasileira em 1958. Maysa foi constantemente perseguida pela mídia por sua condição de mulher separada, seu problema com álcool e seus diversos relacionamentos – chegando a ser amante do compositor Ronaldo Bôscoli e responsável pela separação entre o mesmo e sua então noiva Nara Leão, “a musa da bossa nova”, quando descobriu que Bôscoli a chamava de “a gorda feia” por aí.

– Elis Regina: Gaúcha, Elis Regina Carvalho da Costa é considerada por críticos a melhor cantora popular dos anos 60 a 80. Aclamada no Brasil e no exterior, destacou-se ao vencer o I Festival de Música Brasileira (1965) produzido pela TV Excelsior. Apelidada de “pimentinha” por Vinícius de Moraes e mãe de três filhos, Elis revolucionou a música brasileira ao derrubar o intimismo da Bossa Nova e abrir caminho para a MPB, gravando composições de novos cantores da época, como ‘Canção do Sal’, de Milton Nascimento. Numa entrevista em 1979, já aborda temas como desigualdade salarial, jornada dupla de trabalho, patriarcado e desigualdade social.

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– Elza Soares: Elza da Conceição Soares nasceu na Favela da Moça Bonita, no Rio de Janeiro, em 1930 ou 1937. Filha de um operário e dançarino com uma lavadeira, Elza Soares conta com uma incrível história de superação. Sua vida foi marcada pela infância pobre que a fez aderir ao trabalho infantil e casar-se aos 12 anos, por imposição do pai. Aos 21 anos, viúva e mãe de 6 filhos, trabalhava como operária sem desistir se seu propósito: cantar. Passou a frequentar o programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi, com o intuito de conseguir dinheiro para os remédios de seu primeiro filho. Com 32 anos, envolveu-se com o jogador Garrincha e com ele foi casada durante 16 anos, sendo alvo de duras críticas tanto dos amigos do marido quanto da mídia, pela qual era vista como uma oportunista. Foi eleita como ‘Cantora Brasileira do Milênio’ pela rádio BBC Londres (1999), além de ter vencido um Grammy Latino com seu último álbum e primeiro de músicas só inéditas, ‘A Mulher do Fim do Mundo’ (2015), que também marcou sua carreira como o primeiro a ganhar um videoclipe. Pode ser lembrada por sua presença na abertura das Olimpíadas (2016), onde cantou uma versão eletrônica de ‘Canto de Ossanha’, um dos afrossambas de Vinícius de Moraes e Baden Powell.

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Estudante de Produção Cultural, social media na Cérebro Surdo Produções e colunista no portal Timbre. Também proprietária das melhores fotografias em cafés.
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