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DELIRIUM NERD
Gerda Taro
ARTE

Gerda Taro: a história da fotógrafa pioneira na cobertura de guerras

por Jessica Cofferri · 19 de maio de 2017
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O cenário da Guerra Civil Espanhola em 1936 marcou o conflito entre grupos anarquistas, republicanos e fascistas na Europa. Em meio ao caos que se alastrava, um trio de fotojornalistas foi responsável pelo registro de diversas das mais marcantes fotografias obtidas na época. Estes eram David Seymour, Robert Capa e Gerda Taro, uma das primeiras mulheres a cobrir fotografia de guerra.

Gerta Pohorryle conheceu os horrores da guerra logo na infância. Nascida em 1910 em Sttugart, na Alemanha, era filha de judeus ricos, e vivenciou de perto alguma das calamidades. Se envolveu com grupos socialistas, sendo presa e interrogada em 1933 por colar cartazes anti-nazis durante a noite.

Devido as dificuldades ocasionadas pela ascensão dos nazistas ao poder, a família de Gerta se separou e ela acabou por mudar-se para Paris. Foi ali, na cidade luz, que conheceu o fotógrafo húngaro André Friedmann, que lhe ensinou o ofício da fotografia e com quem viveu um relacionamento amoroso. Sua carta de jornalista foi adquirida em 1936.

Robert Capa e Gerda Taro

Taro e Capa/ Foto: Fred Stein

O antissemitismo causou uma dificuldade em emprego para pessoas de origens judaicas. Gerda e André conseguiam poucas ofertas para suas reportagens, precisando de um plano de emergência para sobreviverem através de seu trabalho. Nomes americanos passavam maior status e credibilidade, e assim inventaram os pseudônimos Robert Capa e Gerda Taro. Os codinomes foram escolhidos pela semelhança com famosos do cinema Hollywoodiano, Frank Capra e Greta Garbo.

Ao adotarem as novas identidades em seus trabalhos, Capa consegue vender suas fotos por até três vezes mais do que lhe era pago, e inicia sua fama como o maior fotógrafo de guerra do século XX. A conquista desta imagem por Capa aconteceu através da parceria com Taro, que lhe ajudava a vender suas fotografias em troca de que ele lhe ensinasse como fotografar.

Gerda Taro

Foto: Gerda Taro

Gerda Taro

Foto: Gerda Taro

Gerda Taro

Foto: Gerda Taro

fotógrafas de guerra

Foto: Gerda Taro

Gerda Taro

Foto: Gerda Taro

Em 1936, com o início da Guerra Civil Espanhola, Taro, Capa e o fotógrafo David Seymour foram imediatamente mandados para Barcelona com o objetivo de relatarem os acontecimentos. As fotografias dos dois, embora muitas vezes fossem feitas em conjunto na mesma cena de combate, podiam ser facilmente distinguidas pelos estilos, pois Taro foi se habilitando em sua própria maneira de fotografar diferente da tutoria de Capa. Enquanto Taro focava em ângulos de formato quadrado utilizando uma câmera Rollei, a obra de Capa era de formato retangular com uma câmera Leica. Nesta etapa inicial da cobertura bélica, as fotografias foram publicadas em revistas como a francesa Vu e a suíça Züricher Illustrierte.

Após um breve retorno a Paris, em 1937 Taro e Capa retornam para Barcelona. As fotografias deste segundo período são mais difíceis de serem distinguidas, já que Taro abandona o seu conceitual artístico para uma abordagem mais dura da realidade da guerra. Além disso, a fotógrafa passa a utilizar o mesmo formato retangular de seu colega, e as fotografias passaram a ser creditadas como “Capa e Taro” nas publicações. Ainda em 1937, Taro rompe o seu romance com Capa, passando a atuar individualmente no ramo da fotografia. Se une ao periódico francês de esquerda Ce Soir, assinando suas fotografias apenas como “Taro”.

fotógrafas de guerra

Foto: Gerda Taro

fotógrafas de guerra

Foto: Gerda Taro

Em julho de 1937, Gerda Taro e seu colega jornalista e novo romance do Ce Soir, Ted Allan, estavam juntos na cobertura da Batalha de Brunete. A fotógrafa trabalhava registrando o Segundo Congresso Internacional de Escritores para Defesa da Cultura, na cidade de Madrid, quando deslocou-se para a frente de batalha, contrariando a proibição do jornal que alegava se tratar de grande perigo. Foram duas semanas de intensas fotografias, até que no dia 25 de julho, um bombardeio das forças republicanas em uma trincheira encurralou Taro e Allan. Em uma tentativa de se desvencilhar, a fotógrafa acabou ultrapassando à frente de um tanque de guerra desgovernado, sendo atropelada e morrendo no dia seguinte.

Gerda Taro faleceu aos 27 anos de idade, se tornando a 1ª fotógrafa mulher da imprensa a perder sua vida durante o trabalho. Seu corpo foi transportado para Paris, onde foi velada no dia de seu aniversário com todas as honras, se tornando um símbolo do fotojornalismo revolucionário e da luta antifascista.

 

Gerda Taro e a Maleta Mexicana

Em 2007, três caixas de negativos perdidos desde 1939 foram entregues ao  International Photography Center (IPC), contendo fotografias de Taro, Capa e Chin (codinome adotado por David Seymour). Os negativos pertenciam a Robert Capa. O fotógrafo os guardou em uma valise no final da década de 1930, temendo ser mandado a um campo de concentração pela sua origem judaica, e assim perder todo o seu trabalho.

Desta forma, antes de partir da cidade de Paris, entregou cerca de 4000 negativos para um conhecido, pedindo que enviasse a caixa para os Estados Unidos. O acontecimento ocorreu um ano antes da invasão das tropas nazistas na França e as fotografias acabaram nunca chegando ao seu destino. Entretanto, na década de 1990, o cineasta Benjamin Tarver encontrou os negativos na Cidade do México, e somente em 2007 os entregou ao ICP, onde ficaram aos cuidados de Cornell, o irmão mais novo de capa.

Este desenrolar impressionante ficou conhecido como o caso da “Maleta Mexicana”. A descoberta destes negativos fez com que finalmente, assim como os outros fotógrafos, Gerda Taro tivesse mais reconhecimento pelo seu trabalho, sendo devidamente creditada com o seu nome em diversas exposições pelo mundo inteiro, e não apenas como a “namorada de Capa”.

A música da banda Alt-J

A música “Taro” da banda inglesa Alt-J narra a história de Taro e Capa e como ambos encontraram seu fim em meio à guerra. Assim como sua companheira de profissão, Capa também morreu em ofício de trabalho, quando pisou em uma mina na cobertura da Guerra da Indochina, em 1954.

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Jessica Cofferri

Acadêmica de jornalismo, feminista, problematizadora e apaixonada por cultura pop. Sonha em viajar o mundo, atualmente viaja nos pensamentos.

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