[QUADRINHOS] Entrevista com Kim W. Andersson + SORTEIO de 1 exemplar de Alena” autografado pelo autor!

[QUADRINHOS] Entrevista com Kim W. Andersson + SORTEIO de 1 exemplar de Alena” autografado pelo autor!

O autor Kim W. Andersson esteve em São Paulo no dia 07 de novembro para uma sessão de autógrafos na Livraria Cultura, à convite da Editora Avec. O quadrinista e ilustrador da HQ Alena (Leia a resenha AQUI) nos concedeu uma entrevista exclusiva enquanto autografava o exemplar que sortearemos para as(os) leitoras(es) do Delirium!

Recado do Kim W. Andersson para o Delirium Nerd!

https://www.facebook.com/delirium.nerd/videos/745884902263864/

ENTREVISTA COMPLETA

DN: Você está gostando do Brasil?

Kim. W. Andersson: Sim, muito. Me diverti muito, a comida é muito boa. Comemos muita carne. Ontem comemos pizza, tem uma pizzaria aqui perto. E o dono é o primo da rainha da Suécia, que doideira.

DN: Você já leu alguma HQ brasileira?

Kim. W. Andersson: Eu li uma HQ do Fábio Moon e Gabriel Bá. Eu os conheci, pois eles também tem trabalhos publicados na Dark Horse Comics. Então os conheci através da Dark Horse. O Artur Avec me mostrou um monte de quadrinhos e me deu um monte de quadrinhos, mas estão todos em português, mas eles parecem muito bons. A HQ Black Hound ficou demais! Espero que seja traduzido para o inglês ou sueco, para que eu consiga ler.

DN: Como é para você desenhar personagens mulheres, sem as sexualizar?

Kim. W. Andersson: Uau! Esta é uma pergunta complicada. Acho que você apenas deve respeitar seus personagens, no roteiro e na hora de desenhar. Especialmente numa obra como esta, que lida com assuntos bem delicados, como a sexualidade, bullying e coisas assim. É muito importante que eu respeite e trate com muita delicadeza. Porque acho que é muito fácil e já vi em outros trabalhos, onde eles usam estes temas (como estupro) apenas para chocar e porque acham que irá criar uma tensão, assustar… Mas, espero, minhas intenções foram muito mais conscientes sobre estes assuntos. Ainda mais que esta é uma história sobre jovens e acho que é importante não sexualizá-las demais, mas ao mesmo tempo é uma história sobre a sexualidade delas. Então é algo complicado.

DN: Mas ao mesmo tempo é diferente, né?

Kim. W. Andersson: Sim… Quando se trata de desenhar e escrever sobre sexo… Acho que a coisa mais desinteressante é desenhar explicitamente o sexo, porque fica muito chato. Então você escreve e desenha sobre a expectativa e os sentimentos que envolvem a situação. Então é por isso que acho que nunca criei uma cena de sexo, pelo menos que me lembro. Mas um amigo da Suécia uma vez disse “Há sempre uma tensão sexual nas suas HQ, mas eles nunca transam” e eu gosto disso. Acho que é algo interessante. Gosto disso, porque acho sexo um assunto interessante. É uma motivação intrigante. Tanto positivo quanto negativo. É um assunto difícil. E não sei se eu acabei respondendo sua pergunta, mas acho tudo interessante.

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DN: E por que escolheu falar sobre bullying?

Kim. W. Andersson: Em uma história como essa, uma história de terror – porque eu queria criar uma história de terror clássica, mas só com garotas – e para isso você tem que ter uma motivação, uma razão, algo que estimule os eventos. E acho que o bullying veio a mim de uma forma fácil, porque acho que todo mundo já o experimentou de alguma forma. É uma parte do rito de crescimento. E a sensação de não pertencer a nenhum grupo e se sentir só, acho que é muito universal, até para pessoas que nunca passaram por isso. Você pode estar rodeado de amigos e se sentir sozinho. Então é um assunto e um sentimento universal e comum a todos. E como se passa em um colégio, achei que o bullying se encaixaria bem. E também estava curioso sobre o bullying, como funciona e porque acontece. Porque também seguimos os bullys na minha história e temos um background para eles. Por exemplo a Philipa, por que ela age daquela forma? E não a vejo como uma pessoa má, ela só age daquela forma como uma consequência… Claro, ela é meio racista e isso é horrível, mas você se torna racista porque seus pais são racistas e pela influencia do ambiente onde cresceu. Ninguém é mau, é só que…. Não sei!

DN: Nos conte um pouco sobre suas outras publicações.

Kim. W. Andersson: Claro! Eu comecei fazendo tirinhas curtas (quadrinhos) sobre comédias românticas de terror, chamadas Love Hurts. Inclusive eu até tenho uma tatuagem sobre, escrita “Love Hurts”.

Esta foi minha primeira HQ e era publicada mensalmente numa revista. Eram sempre histórias de amor, mas sempre aterrorizantes e com uma reviravolta no final com alguém sendo morto. Eram divertidas, com aquele humor negro e bem estimulante de fazer! Todo mês eu criava um novo cenário, tipo em um mês eu estava bem interessado em filmes de kung fu chineses e daí eu fazia algo nesse sentido. No outro mês eu tava com sereias na cabeça e escrevia sobre isso. Ou seja, era muito divertido. Depois de fazer isso por alguns anos, estas histórias foram compiladas em um livro. Daí eu achei que estava pronto para fazer minha primeira história mais longa, uma graphic novel, que foi Alena. Nesta época eu percebei que a maioria dos meus leitores eram jovens mulheres e jovens garotas, então quis criar esta HQ para elas. Queria retribuir para elas o carinho que elas me deram ao longo dos anos. Então eu criei “Alena”.


Depois desta HQ eu estava pronto para um novo desafio. Eu quis criar um personagem no qual eu pudesse utilizar em muitas outras histórias. Então eu criei Astrid, que foi uma HQ de ficção cientifica sobre uma garota que chama Astrid, onde ela quer ser uma heroína espacial – e espero muito que chegue a ler, pois eu realmente gosto da história e eu amo ela. Foi meio que um desafio criar ela, a Astrid, pois eu queria criar um personagem que você realmente gostasse e torcesse por ela. E acho que consegui fazer. Ele foi publicado ano passado nos EUA e na Suécia e agora estou escrevendo o segundo volume.

DN: E Astrid será publicada aqui no Brasil?

Kim. W. Andersson: Espero que seja! Mas por enquanto está certo apenas a publicação de Love Hurts no ano que vem aqui no Brasil e estou muito feliz com isso!

PARTICIPE DO SORTEIO!

Concorra a 1 exemplar do quadrinho “Alena” autografado pelo autor + 1 marcador de páginas Delirium Nerd + 1 bloco de notas Alena.

http://gph.is/2zU8X5F

Regras do sorteio:

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  • Acesse o link abaixo, onde contém todas as regras obrigatórias e opcionais (para ter mais chances).

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O resultado será divulgado no nosso facebook dia 29/11. Boa sorte! 😉

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Feminista e membra da União de Mulheres de São Paulo, onde é coordenadora adjunta do Curso de Promotoras Legais Populares, projeto voltado para a educação popular e feminista em direitos. É viciada em Lego, apaixonada por ficção científica/terror/horror, apocalipse zumbi e possui sérios problemas em procrastinar vendo gif’s e não lembrar o nome das pessoas. No mundo real é advogada.
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