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CINEMA

[CINEMA] Megatubarão: De meras coadjuvantes a protagonistas imprescindíveis

por Adriana Ibiti · 18 de outubro de 2018

Ao contrário do clássico “Tubarão” (1977), de Steven Spielberg, as mulheres têm uma participação muito mais importante e imprescindível no novo sucesso de bilheteria protagonizado por uma criatura pré-história e antepassada do grande tubarão branco: o megalodonte. Dessa vez, o animal aparece bem maior e muito mais perigoso. Megatubarão (Jon Turteltaub, 2018), a co-produção entre China e Estados Unidos, já arrecadou mais de 400 milhões em todo o planeta, desbancando produções mais cultuadas, como Han Solo: Uma história Star Wars.

A comparação entre as duas produções é quase inevitável e críticas ao redor do planeta insistem em dizer que o filme de Turteltaub é muito inferior ao de Spielberg. The Meg, título original, não passa de um entretenimento medíocre, que será esquecido assim que o verão no hemisfério norte acabar. Pode ser. Não vamos aqui entrar em méritos da qualidade cinematográfica de cada obra, até porque há críticas diversificadas e de diversos pontos de vista em relação a “Tubarão”. Megatubarão, por sua vez, pode nem virar tema de estudos acadêmicos, no entanto, o sucesso do filme interessa em relação à audiência alcançada.

Megatubarão teve várias cenas violentas, sangrentas e de morte que foram retiradas da montagem final para que o filme pudesse ser visto por adolescentes a partir dos 13 anos. Essa estratégia comprometeu, de certa forma, a intenção do diretor em conseguir produzir mais terror e medo na audiência. Por outro lado, o alcance do filme e o impacto especialmente entre meninas adolescentes pode ter valido à pena. Por quê? Pela visibilidade das protagonistas representadas em Megatubarão.

O grande astro de Megatubarão é Jason Statham, que interpreta o personagem Jonas Taylor, um mergulhador super experiente que tem um primeiro contato com a criatura marítima pré-histórica logo no início do filme, em um resgate onde, por uma decisão sua, várias pessoas morrem. Mas como ninguém consegue ver o “monstro”, Taylor fica desacreditado e decide dedicar sua vida a beber cervejas na Tailândia. Certo. Porém, o que nos interessa aqui são as personagens femininas.

A primeira grande surpresa neste sentido é quando descobrimos que o piloto escolhido entre os melhores para levar o submarino a uma profundidade de mais de 11 km, no que será um grandioso descobrimento científico, na verdade é uma mulher: Lori (Jessica McNamme). Ela e mais dois integrantes de uma grande equipe de cientistas devem cruzar uma nuvem de termoclima e, assim, provar que existe um outro mundo submarino, nunca antes visto, na mais profunda escuridão das Fossas das Marianas. No entanto, Lori é atacada por uma criatura gigante e perde o contato com a base, uma estação de pesquisa submarina chamada Mane One.

Megatubarão

Lori (Jessica McNamme)

Toda a pesquisa é financiada pelo multimilionário Jack Morris (Rainn Wilson) e supervisionada pelo Dr. Mindway Zhang (Winston Chao) e a filha dele, Suyin (Bingbing Li), uma renomada e competente oceanógrafa. Inclusive, Suyin mostra-se como uma mulher muito corajosa. Ela não espera pela chegada de Taylor para tentar buscar os/as companheiros/as que ficaram presos/as no fundo das Fossas das Marianas, logo no começo do filme. E apesar de ser salva algumas vezes pelo mocinho, como sempre acontece em roteiros de ação, ela também salva a vida de Taylor algumas vezes.

Megatubarão

Suyin (Bingbing Li)

É na apresentação da equipe que também descobrimos que a pessoa responsável pelo planejamento de toda a parafernália relacionada à informática é Jaxx Herd (Ruby Rose). Ela planeja e controla todas as operações relacionadas à tecnologia, inclusive a jaula indestrutível que Suyin usa para atrair o megatubarão, na tentativa de capturá-lo. Aqui também é interessante ressaltar que Rose é uma representante LGBTQ+ e sua performance traz visibilidade para essa comunidade. Outra heroína do filme e responsável pelos momentos divertidos é a criança Meiying (Sophia Cai). E ela pretende ser corajosa e valente como a mãe.

Megatubarão

Jaxx Herd (Ruby Rose)

Na tela, alguns momentos rompem um pouco com o que estamos acostumadas a ver. Por exemplo, a cena entre Suyin e Taylor em que ele está só de toalha. É ela quem dá aquela olhadinha interessada no corpo dele e não o contrário. Além disso, diferentemente do que costuma acontecer com a nudez feminina, não há closes no corpo de Statham. Em outra cena, quando o pai de Suyin, Dr. Zhang, está prestes a morrer, ele fala que tem orgulho da filha, que ela se tornou uma grande pesquisadora e que é, inclusive, melhor que ele. O pai não faz referência a que ela encontre um bom marido e um pai para a filha, discurso comum em cenas como esta.

Megatubarão

Meiying (Sophia Cai)

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Megatubarão é um filme entretido, mas tem lá suas falhas, como várias críticas ao redor do mundo já apontaram. No entanto, essa visibilidade feminina no filme ajuda que meninas e mulheres possam se sentir representadas e este é um fato importante. O filme “Tubarão”, de Spielberg, apesar de ter uma narrativa cinematográfica cuidadosamente criada para promover a tensão, o medo e prender a espectadora, passa no teste de Bechdel por muito pouco. Para passar nesse teste, o filme precisa ter pelo menos duas mulheres com nomes, que conversem entre elas sobre algum assunto que não seja homens. O teste funciona como um indicador mínimo sobre a participação ativa de mulheres nas produções cinematográficas.

“Tubarão” gira em torno da perseguição de homens (e não estou falando em sentido geral) contra o grande predador dos mares. Para algumas pesquisadoras, “Tubarão” é um filme misógino, onde o animal representa o feminino sendo perseguido e destruído pelo masculino, no intuito de manter o status quo do patriarcado. De qualquer forma, a grande audiência que o monstro pré-histórico alcançou no mundo pode visibilizar novas possibilidades para as mulheres, tanto dentro como fora das telas, afinal de contas, como como diz slogan do Instituto Geena Davis, que pesquisa a representação feminina no cinema: “Se ela não pode ver, ela não pode ser”.

Fonte: Caputi, Jane (2004) Godnesses and monsters: Women, myth, power, and popular culture. Wisconsin University.

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Adriana Ibiti

Apaixonada por tudo relacionado ao cinema e ao audiovisual. Gosta principalmente de ver mulheres fortes e felizes nas telonas e nas telinhas. Por isso, depois de trabalhar muitos anos em televisão, decidiu estudar mais sobre o assunto e fez um doutorado no tema pra ajudar na reflexão do papel da mulher no cinema, e poder dividir opiniões e pensamentos com mais apaixonadas/os como ela.

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