“Y – O Último Homem” começou a ser publicado pelo selo adulto da DC Comics, a Vertigo, em Setembro de 2002. O quadrinho acumulou diversos prêmios, inclusive um Eisner de melhor série continua.
Na trama acompanhamos o jovem Yorick Brown, o último homem da Terra. Após uma praga desconhecida varrer o cromossomo “Y” do planeta a população entra em colapso, dessa maneira um mundo distópico se estabelece, um mundo sem homens, a não ser Yorick, cuja único objetivo é encontrar sua namorada em meio ao caos.
Você já imaginou como seria um mundo sem homens? E se seu irmão, amigo ou até mesmo cachorro desaparecessem e você não soubesse o que ocorreu a eles? São perguntas muito interessantes, então pra te instigar mais ainda vamos listar seis motivos pelos quais você deveria ler “Y – O Último Homem”!
1- Brian K. Vaughan
Brian K. Vaughan é um escritor norte-americano que começou sua carreira em 1977 trabalhando para diversos títulos tanto na Marvel quanto na DC Comics. Na Marvel o escritor ficou famoso após “Fugitivos”, HQ publicada em 2003 que ganhou fama por conta de seus personagens LGBTQ+. A história acompanha um grupo de adolescentes que descobrem os planos malignos de seus pais e decidem ter uma vida diferente.
Outro título relevante de K. Vaughan para Marvel é “Doutor Estranho: O Juramento”, minissérie de 2007 que reconta a origem do mago supremo. Já na concorrente, o escritor se destacou em títulos com abordagens mais maduras e críticas. Além de “Y”, “Leões de Bagdá”, minissérie de 2006, também foi um título da Vertigo muito premiado, e narra a invasão do Iraque de 2003 através da ótica de leões de uma reserva local. Brian K. Vaughan é um dos escritores mais prolíficos da indústria, seus títulos possuem um viés crítico e sempre são muito criativos e reveladores.
Conhecer o escritor de “Y” foi muito bacana, né? Não ficou convencida? Não se preocupe, temos mais motivos que farão você ficar sedenta para ler “Y”!
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2- Pia Guerra
Pia Guerra, desenhista canadense, é responsável pela arte do quadrinho. A renomada artista já desenhou Canário Negro e Superman para a DC Comics e Doctor Who para a Titan Comics. Sua arte é simplesmente espetacular, os quadros dão uma sensação de agilidade e emoção que poucos desenhistas conseguem passar. Sem dúvidas, a arte de “Y – O Último Homem” é um show à parte. No momento, Pia está trabalhando em uma série de tirinhas que fazem críticas ao governo Trump. Incrível, né?
3- Personagens LGBTQ+
Na HQ temos duas personagens LGBTQ+ de destaque, ambas dividem o protagonismo com Yorick. Uma delas é a agente 355, que foi enviada por uma organização de espionagem para proteger Yorick, o último homem da Terra e a única esperança da Humanidade.
355 é sem dúvidas a personagem mais badass do quadrinho – não tem nada que ela não possa fazer. Outro ponto positivo é que a personagem não é escrita como um estereótipo de mulher negra ou LGBTQ+, de fato ela é autêntica e acreditamos que muitas mulheres possam se identificar com sua personalidade.
Além de 355, temos a geneticista Doutora Allison Mann. Mann se junta a Yorick e 355 para solucionar o problema da praga que extinguiu o cromossomo “Y”, e o mais importante, descobrir o motivo de Yorick ser o único sobrevivente. A personagem tem um senso de humor infalível, e faz um belo brotp com Yorick. Allison é totalmente o oposto do que 355 representa: ela é uma mulher da ciência, de experimentos e muito paciente. No entanto, as duas se complementam e são personagens queers muito bem escritas (o que não indústria dos quadrinhos mainstream não é muito fácil de achar, convenhamos).
4 – Futuro distópico
Você também está cansada de histórias com futuros distópicos? Recentemente a cultura pop foi bombardeada com várias narrativas de futuros malucos e assustadores. Muitas dessas histórias são boas, outras são bem chatas e genéricas. Felizmente, “Y – O Último Homem” segue a primeira opção, sendo uma grande história de distopia, que faz com que a leitora reflita sobre sua própria realidade e tente mudá-la.
A possibilidade de uma praga matar milhões de homens é bem mínima, todavia, esse não é o ponto central da obra. O quadrinho nos instiga a pensar sobre papéis de gênero, sobre o valor do homem ou da mulher na sociedade e o quanto as relações entre os gêneros são tóxicas e prejudiciais. Dessa maneira, vamos para nosso próximo tópico.
5 – Um mundo sem homens
A ideia de acabar com todos os machos do planeta é interessante, pois acarreta desdobramentos muito elucidantes. Talvez as mulheres que lerem o gibi não vão se chocar ao perceberem que após a praga fazer efeito quase todos os países ficaram sem chefes de Estado. Mas e os homens?
Estes perceberão a posição privilegiada que estão e que constantemente é negada às mulheres, sobretudo à mulheres trans e mulheres negras? “Y – O Último Homem” tem um poder que nem todas as narrativas possuem, o de mudar os hábitos de seus leitores. As consequências da praga são devastadoras. Países vão a falência, guerras começam a surgir por todo o globo e muitas mulheres se suicidam ao perceberem que estão em um mundo sem homens. Até que ponto a mulher precisa de um homem? Ela realmente precisa, ou foi induzida à acreditar nisso? Acredito que a resposta esteja no gibi, só lendo pra descobrir.
6 – A HQ será adaptada para uma série
O canal FX, responsável por “Legion”, está produzindo a adaptação do quadrinho. No momento está confirmado que Michael Green (Deuses Americanos, Blade Runner 2049, Logan) e Aida Mashaka (Luke Cage, Turn) serão os show runners da série, e Brian K. Vaughan será o produtor executivo.
Alguns atores e atrizes já foram escalados para viverem os personagens no show. Barry Keoghan será Yorick Brown, Diane Lane será a Senadora Brown, Lashana Lynch viverá a Agente 355 e Imogen Poots interpretará Hero Brown, irmã de Yorick. Melhor se apressar e ler o quadrinho pra ficar por dentro de tudo quando a série lançar, não é mesmo?
Y – O Último Homem
Brian K. Vaughan e Pia Guerra