The Last of Us – 1×05: proteção, resistência e luta!

The Last of Us – 1×05: proteção, resistência e luta!

A noite de sexta foi preenchida por todas as emoções possíveis para quem está acompanhando a série de The Last of Us: da comoção ao choque total. O último episódio foi recheado de surpresas, e comprova que a série mantém o alto nível desde o começo.

A revolta do povo em The Last of Us

Como de costume, o início do episódio foi uma contextualização, dessa vez uma explicação dos acontecimentos que levaram às cenas finais do episódio anterior. Na tela, Kansas City em clima de revolta popular: de um lado os civis que ali vivem, do outro, a organização FEDRA.

Em meio aos conflitos, surgem dois personagens que já são conhecidos pelos fãs do game: os irmãos Henry (Lamar Johnson) e Sam (Keivonn Woodard). Aqui, Henry está sendo procurado por Kathleen (Melanie Lynskey), uma personagem que mesmo com pouco tempo de tela, já deixou uma forte marca na série com sua presença agressiva.

Os criadores do show estão acertando cada vez mais ao mostrar as histórias além do núcleo principal. Isso têm tornado a experiência do espectador ainda mais imersiva naquele universo, além de desenvolver bem personagens secundários como a própria Kathleen, a dupla de irmãos e outros que aparecem em episódios anteriores. 

As histórias que se ligam

Henry (Lamar Johnson) e Sam (Keivonn Woodard) em The Last of Us
A resistência no afeto de Henry e Sam / Reprodução HBO

No quinto episódio da série, Henry e Sam tentam a todo custo sobreviver – depois de 10 dias escondidos em um prédio aguardando o retorno de seu amigo (aquele que foi morto por Kathleen no episódio 4, lembra?). O irmão mais velho, vê Joel (Pedro Pascal) durante um confronto com a resistência da cidade, e enxerga no personagem uma chance de escapar. 

As cenas que seguem são os acontecimentos do final do episódio anterior por outro ponto de vista – detalhe de direção e decupagem que foi um grande acerto para o desenvolvimento da narrativa.

A ideia de mostrar pontos de vistas diferentes também dita todo o clima do episódio: a necessidade de enxergar todos os lados de uma mesma história. Isso foi mostrado no núcleo secundário dos irmãos e o porquê da perseguição de Kathleen. O momento em que a personagem conta sobre sua infância com seu irmão (que descobrimos ter sido morto por Henry, aí está o ponto que liga a trama!), serve como uma explicação, um disclaimer: ninguém é totalmente bom ou totalmente mau, é necessário entender as motivações de cada um. E isso serve para todos ali.

Outra cena que expressa essa ideia é quando Henry conta o que fez para proteger seu irmão, e o que inicialmente irrita Joel, logo se torna aceito, afinal de contas, sobreviver é preciso. 

Apesar de tudo, são crianças

Ellie (Bella Ramsay) e Sam (Keivonn Woodard) no quinto episódio
Os sorrisos de Ellie e Sam / Reprodução HBO

É claro que sobreviver a um apocalipse zumbi sendo adulto é difícil, mas sendo criança é ainda mais. Nos episódios anteriores essa ideia já havia sido expressa de forma sutil ao mostrar Ellie (Bella Ramsay) e sua forma de lidar com as adversidades. No quinto episódio não poderia ser diferente – com outro personagem infantil na trama, esse ponto tornou-se ainda mais claro. 

Desenhar nas paredes de um esconderijo é como tentar viver em uma realidade que faz falta àquelas crianças. O trauma, as perdas e o desespero de viver fugindo são um monstro que ronda a infância, mas que pode ser derrotado se você pintar uma máscara de super herói no rosto e dar risada com uma amiga inesperada. 

Apesar de tudo, são apenas crianças, com medos e vontades, senso de humor e inocência para lidar com as pedras no caminho. 

Como não se emocionar com as sequências finais de Sam e Ellie juntos? Um diálogo silencioso e a tentativa de ajudar um amigo – o apoio durante a jornada que importa mais que o destino em si. Talvez seja esse o significado do “resistir” no título do episódio, num universo conturbado, carinho e amizade também são uma forma de resistência. 

Perseguições e Baiacu em The Last of Us! 

Perseguições e Baiacu em The Last of Us
O tão esperado Baiacu! /Reprodução HBO

Nem só de momentos comoventes vive o espectador de The Last of Us. Os últimos momentos dos quatro personagens em fuga foram frenéticos. A perseguição de Kathleen e seus seguidores ficou ainda mais forte, contando com forças especiais, tanques e um sniper. Mas o que a antagonista não esperava (e nem os protagonistas) era a enxurrada de zumbis que estava por vir. 

Ao longo do episódio foi explicado que os infectados de Kansas City haviam sido levados para o subsolo da cidade e exterminados. No entanto, a realidade era um pouco diferente – em meio ao confronto entre os fugitivos e os membros da resistência da cidade, inúmeros corredores e estaladores surgiram do chão, em uma espécie de multidão infectada. Foi aí que apareceu o que os jogadores mais estavam esperando: um Baiacu! Um infectado que evoluiu e se tornou maior e mais resistente que todos os outros tipos. 

Para completar, já que o episódio foi recheado de referências à infância, um estalador criança! Uma garotinha que, por incrível que pareça, salvou o dia.

Ah! Vale ressaltar que o trabalho de maquiagem e efeitos especiais está impecável. Sem uso de CGI, o visual dos zumbis merece ser aplaudido de pé – o responsável é o maquiador Barrie Gower!

Um final amargo e a expectativa do que vem por aí

"Tenho medo de acabar sozinho" - Cena do quinto episódio de The Last of Us
“Tenho medo de acabar sozinho” / Reprodução HBO

Apesar de esperado, o final do episódio foi chocante e deixou um gosto amargo na boca do espectador. A comovente sequência final dos 4 personagens reunidos foi recriada com uma fidelidade quase total aos acontecimentos do primeiro jogo, mas ainda assim, surpreendeu e chocou a todos, sem exceção.

Lidar com a morte é algo difícil, apesar de tudo, é um assunto que vem sendo tratado com muita sensibilidade pelos criadores da série.

Nesse momento é possível perceber também a rápida mudança em Ellie. Enquanto estava com Sam, se comportava de forma amável, como a criança que ela é, mas após a infecção de seu amigo e o suicídio de Henry, ela apenas diz “me desculpe”. O peso da culpa e da responsabilidade de ser a possível “cura” recai sobre os ombros da garota de 14 anos. Para quem jogou, sabe que o amadurecimento precoce de Ellie será necessário para sua sobrevivência e de Joel no futuro, e, aparentemente, na série não será diferente.

Deixar para trás os gibis da infância e rumar para o Oeste. Lutar, resistir – apesar de tudo.

E aí, o que você achou desse episódio?

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Baiana, graduanda em Jornalismo pela UFSJ. Apaixonada por cinema, exploradora de gêneros musicais esquisitos e leitora de clássicos russos nas horas vagas.
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