[MÚSICA] Coldplay: “A Head Full of Dreams Tour” entrega espetáculo em São Paulo

[MÚSICA] Coldplay: “A Head Full of Dreams Tour” entrega espetáculo em São Paulo

Ocorreram nos dias 07 e 08 de novembro, no Allianz Parque (São Paulo/SP), duas apresentações da A Head Full of Dreams Tour, da banda inglesa Coldplay, ocasionadas pelo sétimo álbum do grupo, de mesmo título. Com shows de abertura da cantora Dua Lipa e do DJ John Hopkins, o espetáculo promoveu duas horas de total emoção, unindo o público como “se todos fossem uma grande família”, segundo proposta do vocalista Chris Martin. A equipe do Delirium presenciou o segundo dia e agora te leva para as impressões deixadas!

Dia 08 (quarta-feira), às 16h40 – ao contrário das 17h impressa no ingresso – os portões que dão acesso ao Allianz Parque se abrem, permitindo o acesso dos fãs que vinham de todo Brasil e para alívio dos fãs que passaram mais de 10h na fila. Após revista pela equipe de segurança, são entregues as xylobands – pulseiras que garantem boa parte da proposta visual e marcam presença nos shows desde o álbum “Mylo Xyloto” (2011) – e um botton – integrante do “Love Button Global Movement”, sobre o qual você pode conhecer mais aqui – para cada participante.

Com 40 minutos de atraso, às 19h40, a cantora inglesa Dua Lipa subiu ao palco para o show de abertura – já na terça-feira a abertura ficou por conta da brasileira “IZA”, que apresentou um setlist recheado de pop. Vestindo uma camiseta do Palmeiras (time do estádio) fez os presentes dançarem ao som de hits como “Scared To Be Lonely” – parceria com o DJ Martin Garrix – “Blow Your Mind (Mwah)”, “IDGAF” e finalizou com a conhecida “New Rules” – particularmente me fazendo querer conhecer mais de seu trabalho. Como na noite anterior e descumprindo o anunciado, o DJ Jon Hopkins mais uma vez não dá as caras.

Coldplay
Imagem: Dua Lipa (Twitter @coldplay)

Dessa vez com apenas 20 minutos de atraso – contra a 1h16 da terça-feira – às 21h20 a música ambiente cessa e todas as xylobands ficam vermelhas: é hora do Coldplay subir ao palco. A abertura da AHFOD Tour se inicia no telão, com a flor da vida e contagem regressiva. Terminado um vídeo com fãs brasileiros e participação do vocalista Chris Martin, a banda sobe ao palco com toda sua energia para cantar “A Head Full of Dreams”, faixa-título do álbum.

Clássica, “Yellow” tornou as pulseiras amarelas e contou com bexigas amarelas por conta do flash mob promovido pelos fãs, que colaboraram entre si para garantir que todos possuíssem uma. Passamos então por “Every Teardrop Is a Waterfall”, a também clássica “The Scientist”, “Birds” – que foi substituida por “God Put a Smile Upon Your Face” no show anterior -, “Paradise” e “Paradise Remix”, realizando um apanhado da carreira da banda, desde sua fase mais puxada para o rock até o pop atual.

Encerrado o cenário de abertura, foi a vez do cenário B – ao final da extensão do palco principal –  contar com músicas mais lentas. “Always In My Head”, “Magic” e “Everglow” – na qual o vocalista convida os fãs a mandarem energia a seus entes amados – garantiu a parte calma do show.

Coldplay
Imagem: Coldplay Brasil

Prosseguindo o show, damos destaque para as músicas apresentadas no cenário A – “Clocks”, “Midnight”, “Charlie Brown”, “Hymn For The Weekend”, “Fix You”, “Viva La Vida” e “Adventure of a Lifetime” – que mais uma vez promoveram passagem por músicas que marcaram a trajetória do grupo. Em “Charlie Brown”, a banda iniciou a música e a interrompeu logo em seguida para pedir que os fãs “pulassem mais alto, como uma grande família” – enquanto no show do dia 07, Chris pediu para que os presentes guardassem seus celular e aproveitassem o momento, atitude criticada por alguns veículos jornalísticos. O resultado foi um mar de luzes coloridas movendo-se como ondas, visão de encher os olhos.

Na transição de palcos – já que a produção preocupou-se em montar um menor, no meio da pista comum – as luzes se apagam e “A Casa de Hóspedes”, poema de Rumi – poeta sufi persa, cujo texto você pode ler aqui – aparece no telão. O grande destaque do cenário C é a música “In My Place”, cantada não por Chris Martin, mas por Will Champion, baterista da banda, que nunca havia se arriscado em protagonizar os vocais até a noite anterior.

Coldplay
Imagem: Will Champion, percussionista da banda (Celso Tavares / G1)

No discorrer do show e novamente no cenário A, finalmente Jon Hopkins aparece para executar junto ao resto da banda uma música composta especialmente para São Paulo e, segundo Chris, executada apenas naquela noite. O arranjo, que flerta entre samba e bossa nova, transmite carinho junto à composição que fala sobre São Paulo, paulistanos, paulistanas e é claro, sobre o Brasil.

Mais algumas músicas se passam e é hora do encerramento com “Up&Up”. Certamente um dos momentos mais especiais do show acontece não pelo tamanho da produção, não pelos atrativos visuais, nem pela banda em si: durante a música, Chris, que estava ao piano, para a execução para olhar, estático, a quantidade de aplausos e gritos vindos da plateia; uma reação sutil com enorme magnitude, indo contra as frases prontas que artistas proferem em todas suas apresentações.

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Num show repleto de cores, fogos de artifício, luzes, balões coloridos, pirotecnia, explosões de papel picado, Chris e seus saltos, é com “Up&Up” que a banda deixa seu recado final para aquela noite: “don’t ever give up” (“nunca desista“). O som se encerra, a banda recebe o calor do público, Chris Martin beija a bandeira do Brasil, deixada no meio do palco com um cartaz escrito “love” na arte do botton, deixando os participantes com a certeza de que aquele foi o melhor lugar do mundo por duas horas.

Vale constar que de acordo com Chris Martin, os shows na capital paulista devem integrar um dvd, o que os torna ainda mais especiais considerando que para o vocalista o sétimo álbum deveria ser especial e grandioso como o sétimo livro de Harry Potter (J. K. Rowling, Editora Rocco).

A banda também se apresentou para as crianças internadas no Instituto Coração em São Paulo, na Arena do Grêmio, no último sábado em Porto Alegre e agora seguirá em tour pela América Latina.

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Estudante de Produção Cultural, social media na Cérebro Surdo Produções e colunista no portal Timbre. Também proprietária das melhores fotografias em cafés.
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