Carros, muita emoção, MOBAS e jogos gratuitos: se é isso que interessa quando falam em games, Heavy Metal Machines foi feito para você! Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Hoplon Infotainment, um dos veteranos no mercado nacional, o jogo esteve em produção desde 2013 e foi lançado oficialmente em 19 de setembro de 2018. Bem recebido pelo público e pela crítica especializada, trouxe frescor a um cenário já saturado de jogos que são apenas mais do mesmo. E apesar de beber em fontes que marcaram a história, Heavy Metal Machines é original, dinâmico de um jeito muito divertido e suas personagens femininas tem uma boa representação.
O jogo
Em Heavy Metal Machines, a jogadora assume o controle de carros altamente armados com fogo, gelo, lasers, bombas ou apenas força bruta. O objetivo é capturar uma bomba no centro da arena e levá-la até a base inimiga, o que só pode ser alcançado se você chegar inteira até o alvo! Com três arenas disponíveis, a disputa acontece entre dois times compostos por quatro jogadores, mas é preciso ficar atenta, pois a própria arena pode atrapalhar o caminho com armadilhas e perigos.
A jogabilidade é simples: o mouse controla a aceleração e a direção, enquanto as teclas QWER ativam suas armas e habilidades. A jogadora tem uma função pré-definida, assim como em outros MOBAS, e em “Heavy Metal Machines” poderá escolher entre Suporte, responsável por reparar as máquinas de seus aliados e garantir o apoio necessário em uma disputa; Transportador, que precisa superar as defesas inimigas e a própria arena para entregar a bomba ao inimigo; e Interceptador, que não pode deixar a bomba chegar na base aliada, ao mesmo tempo em que limpa o caminho para que ela destrua o adversário.
Inspiração
“Heavy Metal Machines” é inspirado em clássicos: o divertido “Rock’n Roll Racing“, desenvolvido pela Blizzard Entertainment e lançado em 1993, que ainda transporta muitos jogadores para o mundo da nostalgia; a franquia “Twisted Metal“, jogo de corrida com muita destruição, publicado pela Sony em 1995; “Rocket League“, uma espécie de futebol com carros, desenvolvido e publicado pela Psyonix; e também os atuais MOBAS que fazem tanto sucesso entre a comunidade, como “League of Legends“, “Dota” e “Heroes of the Storm“.
Apesar de não haver lanes, torres ou minions, o sistema clássico de batalha em arena é a principal característica que o enquadra no gênero. Além disso, o jogo conta com funcionalidades que agradam o público, como a rotação semanal de personagens e diversos itens cosméticos, que não influenciam o desempenho, mas dão um belo upgrade no visual. São apenas seis meses desde o lançamento, mas com tantas boas referências, só podemos esperar um futuro promissor!
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Heavy Metal!
Um dos pontos mais divertidos do jogo é que o heavy metal está em toda parte: no design das máquinas, no visual das personagens, na história ou nas arenas. Mas é na trilha sonora, 100% original, que a jogadora se encanta. A dublagem e os efeitos sonoros são ótimos e repletos de referências para quem é do meio, como a narração do Detonator. Visualmente falando, em um primeiro momento as arenas parecem simples, mas logo percebe-se que o conjunto da obra tem o poder de fazer qualquer fã de metal sentir-se verdadeiramente entre headbangers. Outro detalhe muito legal de “Heavy Metal Machines” é que uma das moedas do jogo se chama FAMA! Além de ser a mais fácil de se conseguir gratuitamente, é também recompensa do Metal Pass, um sistema de progressão com desafios semanais que premia a jogadora com diversos itens cosméticos, entre os mais de 90 já disponíveis, todos inspirados no heavy metal e seus subgêneros.
Personagens femininas
As histórias dos personagens de Metal City são únicas. Cada piloto tem origem e motivações próprias, além de personalidade que faz referência a algum estilo de heavy metal. No momento estão disponíveis 15 personagens, sendo seis femininas e apaixonantes! A Photon pilota um carro especial, ativado somente pelo colar que carrega desde a infância, e procura por sobreviventes de seu povo ancestral; Windrider é uma personagem híbrida, muito útil no ataque ou na defesa com seus poderes sobrenaturais, que para alguns são apenas radioativos; e Wildfire, a femme fatale do jogo, usa suas chamas poderosas para queimar as máquinas inimigas.
Há também a Little Monster, uma garotinha implacável e de origem trágica que pilota o carro de seu falecido pai, único campeão invicto do torneio; Artificer, uma cientista brilhante, luta para provar que o verdadeiro valor está na ciência, não na religião; e Stargazer, a super inteligente e mais nova astronauta de Metal City, que passou longos anos adormecida em uma base espacial na ocasião do apocalipse.
O destaque fica para a equipe de “Heavy Metal Machines” por desenvolver personagens tão diferentes entre si, respeitando o contexto da história e sem apelar para uma sexualização exagerada, construindo uma boa representação feminina no game. E se você aprecia uma boa lore, pode acompanhar mais sobre a história destas e de outros personagens no blog do jogo.
E-Sports e competitivo
Atualmente na terceira temporada, “Heavy Metal Machines” mostra a que veio e que não perde em nada para outros MOBAS no circuito competitivo. Com torneios internacionais, comunitários e universitários, agora o jogo conta com o Metal League, modalidade de competitivo in-game implementada em março de 2019 e baseada em temporadas. Com premiação total de € 5.000 divididos entre quatro times, a seleção acontece em duas etapas: a primeira é classificatória, em partidas livres que ocorrem todo sábado entre 11h e 17h, e que seleciona os melhores times para a segunda etapa, em um sistema de chaves. Jogadores de todos os níveis podem participar e as inscrições são gratuitas, reforçando o incentivo para uma comunidade que gosta tanto de e-Sports. Se você tem interesse em participar da Metal League, pode conferir mais informações aqui.
“Heavy Metal Machines” é uma divertida surpresa para o cenário, seja pela originalidade, pelo investimento em novas features ou pela cena competitiva, mas é ainda melhor pelo cuidado com as personagens femininas, que são diversas, possuem histórias de origem bem alinhadas com o contexto do jogo e dispensam uma hipersexualização desnecessária. O jogo está disponível para PC, é gratuito e pode ser baixado pela Steam ou no site oficial.
Edição realizada por Gabriela Prado e revisão por Isabelle Simões.