The Witcher: o mundo mágico e político na nova série da Netflix

The Witcher: o mundo mágico e político na nova série da Netflix

Lauren Hissrich é a produtora executiva, showrunner e uma das roteiristas da grandiosa produção de fantasia prestes a chegar na Netflix: “The Witcher“.

Explorando o universo criado nos livros escritos do autor Andrzej Sapkowski, a produtora e a Netflix decidiram investir na adaptação de uma das franquias mais conhecidas da cultura pop.

Ainda na década de noventa, Andrzej Sapkowski construiu um mundo de feiticeiras, elfos, dragões, magia, caos… e Witchers. Dentre eles, um que anos mais tarde ficaria famoso mundo afora pela franquia de jogos da CDPR: Geralt de Rívia. O caçador de monstros, não contente em cativar o coração de leitoras e leitores, já conquistou uma legião de fãs através dos jogos, principalmente depois do estrondoso sucesso de “The Wild Hunt“.

No entanto, a saga visual de Geralt (interpretado pelo ator Henry Cavill na série) está prestes a dar mais um passo! E é sobre ele que Lauren, com créditos em produções da Netflix como “The Umbrella Academy“, falou em entrevista ao Entertainment Information em matéria traduzida livremente para o nosso idioma pelo Delirium Nerd.

Sobre Geralt Henry Cavill de Rívia

Geralt de Rívia (Henry Cavill) em The Witcher
Henry Cavill como Geralt de Rívia em “The Witcher”. (Imagem: Netflix / reprodução)

Ele [Henry Cavill] é um sonho de se trabalhar, mas ainda melhor do que isso é o fato dele ser genuinamente um cara legal – ele é absolutamente obcecado com Geralt de um jeito que eu não poderia imaginar quando nos encontramos. Ele se aprofundou tão intensamente nesse mundo.”

Henry é um grande jogador e sabia tão bem sobre todos eles quando soube que a Netflix estava fazendo a série. Então ele foi, e leu todos os livros. Ele é realmente um estudante do material que veio antes de todos nós.”

Algo que também amo sobre Henry foi que ele trouxe seu próprio Geralt. Com qualquer ator, um pequeno pedaço de si mesmo vem com o papel que eles estão interpretando. Henry tem um estoicismo e uma quietude pensativa que aplicou ao Geralt.

Lauren e toda equipe da série “The Witcher” parece realmente empolgada com a participação de Henry Cavill no projeto – ele parece ter mergulhado de cabeça no universo. Em alguns relatos de bastidores e entrevistas, dizem que o ator costumava dormir no set de filmagens, numa área externa, para sentir-se um pouco mais como Geralt. O Witcher, nos livros, costuma dormir em acampamentos quando assim necessário. Também podemos ver Geralt meditando por longas e longas horas ao ar livre nos jogos.

O mundo mágico e político de “The Witcher”

Lauren Hissrich ao centro, em sua direita Anya Chalotra (Yennefer). Anna Shaffer (Triss) e Mahesh Jadu (Vilgefortz) esquerda.
Lauren Hissrich ao centro, em sua direita Anya Chalotra (Yennefer). Anna Shaffer (Triss) e Mahesh Jadu (Vilgefortz) esquerda. (Imagem: reprodução)

Hissrich e os roteiristas se mostram bem conscientes do material escrito. Os livros de Witcher tem um conteúdo bastante sensível, sendo bem explícito o seu conteúdo político. O autor das obras ainda direcionou o maior poder, em forma de magia, para as mãos das mulheres. Na sua vasta maioria, o poder místico encontra-se em personagens femininas. Na política, a figura muda, ainda que encontremos mulheres importantes: como Calanthe de Cintra (Jodhi May), avó de Ciri (Freya Allan) – uma das protagonistas da história.

“Nós vamos explorar o que pode ser considerado um material político pesado – racismo, xenofobia, feminismo, quando usar a magia, o que perder de si mesmo para acessar uma habilidade. Entretanto, a série é bastante divertida e engraçada.

É uma aventura. Tem romance. Temos violência. Temos momentos sensuais e divertidos. E no final de tudo isso, você é deixado pensando sobre o que acabou de assistir, mas também tendo a sensação de que gostou daquilo.”

Lauren Hissrich, diretora executiva
Lauren Hissrich, diretora executiva. (Imagem: reprodução)

Acompanhando todo o processo de divulgação da série conforme o Delirium vem fazendo, notamos também que Lauren parece realmente preocupada em reafirmar que o sexo não será utilizado gratuitamente. Ela dirigiu-se ao fato em entrevista, afirmando que toda interação terá um propósito e que conversa com todos os atores para ter certeza que estão confortáveis com suas futuras cenas. Uma preocupação devida e acertada de toda produção, estamos todos positivos esperando os resultados! 

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Algo mais em “The Witcher”

A série não conta a história apenas de Geralt. E Geralt não é apenas um protagonista cortando seu caminho com uma espada. Bom, ele corta sim. Bastante. Com aço e prata! Mas o Lobo Branco é muito maior. O Witcher é bem interessante, repleto de desenvolvimento, e vocês vão acompanhar uma incrível jornada!

Anya Chalotra (Yennefer de Vengerberg) em "The Witcher"
Yennefer de Vengerberg (Anya Chalotra) em “The Witcher”. (Imagem: Netflix / reprodução)

Lauren ainda nos trará mais. Ela está empenhada em mostrar também os sentimentos de Geralt. O mundo interno do caçador de monstros e melhor amigo de Jaskier (Joey Batey), não apenas o mundo exterior afundando em desordem e guerra. Para isso, veremos Ciri e Yennefer (Anya Chalotra) também como protagonistas – a parte de Ciri não sendo novidade, já que ela o é nos livros e narrativamente em “The Wild Hunt”.

Uma das grandes adaptações que fiz é o fato de que encontramos Yennefer e Ciri antes delas encontrarem Geralt.“, a produtora executiva afirma, e continua:

O que senti foi que poderia realmente trazer vida para esses três personagens principais: Geralt, Yennefer e Ciri. Especificamente, crescer todos eles de maneiras individuais, como humanos fazem ao redor do mundo. E depois, de algum forma unir todos e ver como a interação entre eles começa a mudar e transformar uns aos outros.” É a família Witcher começando a se formar!

Freya Allan (Cirilla de Cintra) em "The Witcher"
Freya Allan (Cirilla de Cintra) em “The Witcher”. (Imagem: Netflix / reprodução)

Em pequena nota final, acrescentamos o comentário de Lauren sobre a frase promocional usada para a Netflix “Os piores monstros são aqueles que nós criamos“, ela fala:

“Aquilo, para mim, é o centro de nossa série. Nós temos um mundo com humanos e monstros e estranhamente, às vezes os humanos são as criaturas mais monstruosas.

Uma das coisas que enfrentamos muito no show é a simples dicotomia do bem vs o mal. Nós queremos desconstruir isso e mostrar que não há simplesmente o bom e não há simplesmente o ruim.”

“The Witcher” estreia dia 20 de dezembro na Netflix.


Edição e revisão por Isabelle Simões.

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Escrevo onde meu coração me leva. Apaixonada pelo poder das palavras, tentando conquistar meu espaço nesse mundo, uma frase de cada vez.
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