O poker é um esporte em que na maioria das competições não há distinção de gênero. Nos grandes torneios mundiais, homens e mulheres sentam na mesma mesa para competir em busca do título. No entanto, a proporção entre os dois sexos não é exatamente igual. O mundo masculino ainda predomina, porém, há várias mulheres que ajudam a mudar esse cenário.
Na elite — Algumas são verdadeiros símbolos do poker e estão (ou já fizeram parte) na elite mundial. Barbara Enright é um grande exemplo disso, pois foi ela foi a primeira mulher a participar do cobiçado Hall da Fama do poker — entrou para o seleto grupo em 2007.
Na década de 1990, Enright ajudou a popularizar o poker entre as mulheres nos Estados Unidos. Ela foi a primeira a vencer três vezes o World Series of Poker (WSOP), circuito que é considerado a Copa do Mundo do poker.
Além de Enright, outros ícones dessa modalidade, como Linda Johnson e Jennifer Harman, também estão no Hall da Fama. Ainda são apenas três mulheres nesse rol, o que é muito pouco se comprado aos mais de 45 competidores que lá estão.
Logo outra deve entrar no grupo, pois Vanessa Selbst, com mais de US$ 11 milhões na carreira e considerada uma das maiores competidoras da história, não deverá ficar muito tempo fora do Hall da Fama. Além de estarem eternizadas no Hall da Fama, Johson, Harman e Enright têm outra semelhança: todas as três são norte-americanas. A tradição do poker entre as mulheres por lá se estende até hoje. Na lista das melhores atualmente, Kathy Liebert, Loni Harwood e tantas outras também nasceram lá.
De acordo com o site Hendon Mob, referência na área, são cinco norte-americanas entre as 10 melhores do respeitado ranking do Globel Poker Index.
Europeias e canadenses que também dominam — Na presença da elite do poker mundial, poucas mulheres de outros países se destacam. Uma da Europa que faz bonito no cenário mundial é Louise Butler. Especialista no modo online, no ano passado a irlandesa ganhou o status de embaixadora da modalidade quando se juntou ao partypoker para trabalhar com eles. Profissional do poker, ela tem mais de 3 mil vitórias em torneios na carreira.
Além de Butler, outras europeias como Liv Boeree (inglesa), Annett Obrestad (dinamarquesa) e Sandra Naujoks (alemã) estão na elite desse esporte. Já no Canadá, Kristen Bicknell e Kim Kilroy merecem menção.
As mulheres no poker nacional — No Brasil, algumas competidoras estão em grande nível. Um exemplo é a paranaense Dan Kotoviezy, que recentemente fez bonito em Barcelona — no partypoker MILLIONS Grand Final 2018. Na ocasião, ela ganhou mais de € 90 mil em premiação. Kotoviezy lidera as brasileiras no ranking do Global Poker Index. Atrás dela, estão Vivian Saliba, Carolina Dupre e Ana Freitas, respectivamente.
Renata Teixeira, outra brasileira de sucesso, afirma que ainda é mais complicado para as mulheres terem sucesso no circuito. “Com certeza ainda é mais difícil para a mulher do que para o homem. E isso acontece em muitas outras profissões. No poker, já ouvi relatos negativos. Só há um jeito de mudar isso, que é provar que somos capazes”, afirma a competidora.
Para equilibrar a balança, os cartolas do poker brasileiro estão agindo em prol da causa. Um grande caso é o Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes (CBPE). Disputado todos os anos em São Paulo, o circuito reúne os melhores Estados que formam seleções e vão em busca do título.
Todas as seleções que disputam o circuito precisam levar pelo menos uma mulher na equipe. Isso incentiva a igualdade nos Estados, principalmente em aqueles que o poker é dominado pelos homens — como é o caso do Pará.
De acordo com Raquel Paula, que no ano passado representou Pará no CBPE, esse circuito é importante para a integração do público feminino nesse esporte. “Principalmente aqui no Pará não há muitas mulheres que jogam o poker e pouquíssimas conhecem o esporte. No entanto, as que estão conhecendo, estão gostando. A gente pode acompanhar essa evolução ao comparar com o ano passado, quando só tinha uma mulher para ir, enquanto este ano existiam mais”, completa Raquel.
Além disso, outra iniciativa legal são os torneios exclusivos para as mulheres. No Brasil, o Damas do Poker é referência e sucesso de popularidade.
O caminho rumo a igualdade já está sendo traçado, e o futuro é pautado pelo otimismo. Com o interesse das mulheres, algumas competidoras no topo do esporte mundial e o crescimento da modalidade, o protagonismo não é mais apenas dos homens.